Concurso Guarda Nacional: por que governo quer criar a corporação?
Folha Dirigida traz os motivos pelos quais o Governo Federal planeja a criação da Guarda Nacional e a realização de novo concurso. Confira!
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Publicado em:02/02/2023 às 16:50
Atualizado em:02/02/2023 às 16:50
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anunciou que, nos próximos dias, será enviada ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para criação da Guarda Nacional permanente. Se aprovada, o ingresso de servidores ocorrerá por meio de concurso público.
Mas por que o Governo Federal planeja a criação da Guarda Nacional?
O principal objetivo, segundo membros do Governo, é proteger os prédios públicos federais em Brasília. Além de atuar em operações especiais em terras indígenas, área de fronteira, unidades de conservação e apoio à segurança dos estados.
A proposta é que a defesa das áreas sob jurisdição da União, como a Esplanada dos Ministérios, Praça dos Três Poderes e residências oficiais, passe para atribuição da Guarda Nacional.
O ministro Flávio Dino descartou a ideia de federalizar as forças de Segurança do Distrito Federal. Elas continuarão sob comando do Governo local.
A corporação terá caráter civil, mas ostensivo. O ingresso será por concurso público. Ainda não há informações sobre vagas, requisitos e salários.
O Governo Federal passou a fomentar a criação da Guarda Nacional após os atos antidemocráticos de 8 de janeiro, em que o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados.
Segundo o ministro da Justiça e Segurança Pública, a criação da nova corporação federal foi um pedido do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e deve substituir a Força Nacional de Segurança, criada em 2004, no primeiro mandato de Lula.
Atualmente, o contingente da Força Nacional é recrutado de forma episódica a partir de agentes que atuam em diferentes polícias do país.
Parlamentares fazem oposição ao projeto da Guarda Nacional
"Sou totalmente contra a criação da Guarda Nacional, totalmente contra criar mais órgão, criar mais cabide de emprego. É mais despesa pro contribuinte. Aqui no Distrito Federal não é necessário. Tem aqui o Batalhão da Guarda Presidencial, tem a Força Nacional, tem o Batalhão Rio Branco, que pode cuidar das embaixadas, tem o Sexto Batalhão da Polícia Militar, que pode cuidar da Esplanada. Então não é necessário".
Ele completou: "a Guarda Nacional para cuidar das fronteiras também não é necessária. Tem a Polícia Federal, tem o Exército".
A bancada do Distrito Federal, de um modo geral, se articula para travar o estabelecimento da Guarda Nacional. Isso porque poderia subtrair o valor do Fundo Constitucional enviado ao DF.
A criação da Guarda Nacional faz parte do 'Pacote da Democracia', que são propostas do Poder Executivo para tornar mais rigorosa a legislação sobre crimes contra o Estado Democrático de Direito.
Entre outras propostas há ainda a que criminaliza condutas na internet que configurem a prática de atentado contra o Estado Democrático de Direito e a que aumenta a pena para quem organizar e financiar atos golpistas e antidemocráticos.