Para refletir igualdade de gênero, instituto pede novo nome para OAB
Entidade sugere que a OAB passse a se chamar Ordem da Advocacia Brasileira, como forma de se adequar à luta de igualdade de gênero.
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Publicado em:23/11/2020 às 08:00
Atualizado em:23/11/2020 às 08:00
O Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFam) quer que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) mude de nome para refletir igualdade de gênero. A entidade sugere que a OAB passse a se chamar Ordem da Advocacia Brasileira.
O pedido foi enviado para o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz. Segundo o instituto, apesar da utilização de palavras masculinas como "gênero neutro", estas não incluem mulheres.
“Ainda que por questões históricas e culturais durante muito tempo referências feitas no masculino fossem utilizadas aparentemente como gênero neutro, hoje não mais se admite esta neutralidade para a inclusão das mulheres”, explica o instituto.
Além disso, o IBDF também fez uma solicitação similar para a presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil. Nesse caso, a entendide quer que a AMD seja chamada de Associação da Magistratura Brasileira.
A sugestão do instituto é que essas propostas sejam submetidas aos colegiados da OAB e da AMB. O intuito é “quebrar paradigmas da sociedade patriarcal” para que essas entidades possam se adequar à luta pela igualdade de gênero.
“Vivemos todos um processo emancipatório deflagrado pelo movimento feminista, o qual, ao longo de meio século, vem buscando a igualdade de gênero como a única de forma expressar os ideais da liberdade e do respeito à dignidade humana”, argumenta o instituto.
Instituição sugere que OAB se chame Ordem da Advocacia Brasileira
(Foto: OAB Campos-SP)
Em agosto, OAB realizou companha em prol da mulher negra advogada
O mês de agosto é considerado o mês da advocacia e este ano a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu comemorar promovendo a representatividade. Foi lançada uma campanha em defesa das prerrogativas das mulheres negras advogadas.
O objetivo da ação foi ampliar o debate sobre a importância da diversidade nas instituições. Além disso, a OAB teve a pretensão de mostrar a luta das advogadas e mulheres negras na advocacia e na sociedade brasileira.
“O racismo estrutural, que persiste em nosso país, marca a vida das advogadas negras com desafios, preconceitos e violações de prerrogativas próprios e é preciso trazer à luz essa realidade. Mais do que isso, são necessárias ações institucionais e compromissos individuais e coletivos no enfrentamento ao racismo”, afirmou a presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA), Daniela Borges.
Durante todo o mês, foram publicados, nas redes sociais da OAB Nacional, depoimentos e postagens com informações sobre a luta dessas mulheres.
Os relatos retrataram situações de abusos e violações sofridas, de modo a reforçar com o público a defesa das prerrogativas das mulheres negras advogadas.