Empresas investiram 78% a mais em inclusão em 2020, aponta consultoria

Em 2020, as empresas investiram 78% a mais em programas para o fortalecimento da cultura de inclusão na comparação com o ano anterior, segundo levantamentos realizados pela consultoria Talento Incluir.

Com um crescimento de 25% em relação ao faturamento de 2019, a Talento Incluir também aponta que, mesmo em um ano tão desafiador para a geração de empregos, promoveu a contratação de 231 pessoas com deficiência (PcDs) no mercado de trabalho.

Esse número foi menor do que o registrado no ano anterior, quando inseriu 474 pessoas com deficiência em vagas de emprego. Entre os clientes da consultoria, os setores que mais empregaram PCDs em 2020 foram o Financeiro, seguido do Agrícola e de Saúde.

Desse total de vagas preenchidas no ano passado, 90,91% foram para áreas administrativas das empresas contratantes, 6,06% para áreas operacionais, 2,16% para áreas técnicas e 0,87% para áreas comerciais.

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Também em 2020, a Talento Incluir — com o objetivo de ampliar a atuação e promover a cultura de inclusão e diversidade para empresas nos demais países da América Latina — anunciou a parceria com a Incluyeme.com, uma plataforma argentina que atua no mesmo segmento na região.

Juntas, as duas empresas terão mais facilidade para dar continuidade em trabalhos iniciados no Brasil, mas que também tenham operações em outros países da América Latina. No ano passado, 14.300 pessoas foram impactadas por treinamentos, lives e eventos online realizados pela consultoria.

Os conteúdos estão disponíveis no canal do YouTube e no site da Talento Incluir. Além disso, a consultoria lançou um curso online sobre "vieses inconscientes", com dez aulas destinadas a empresas e profissionais da área de Recursos Humanos.

Talento Incluir realizou pesquisas em 2020

Para entender melhor os impactos da pandemia na empregabilidade das pessoas com deficiência, a Talento Incluir realizou duas grandes pesquisas:

→ "Inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho"

Realizada em uma parceria com a Hibou, empresa de pesquisa e monitoramento de mercado, a pesquisa constatou que 85,5% das pessoas entrevistadas não se consideram inseridas no grupo de risco da Covid-19 apenas por sua deficiência.

O levantamento contou com 5.574 respondentes com deficiência que se declararam: trabalhando (home office ou fora de casa), empreendendo, desempregados, afastados ou aposentados.

Entre os empregados, 446 profissionais foram afastados das suas funções durante a pandemia, sendo que mais da metade deles (63,7%) foi afastada por decisão exclusiva e equivocada das empresas onde trabalham. Quase todos (96,7%) pretendem voltar à sua rotina assim que possível.

→ "Marketing e profissionais com deficiência: desafios e necessidades sobre acessibilidade"

Esse estudo — realizado em parceria com a RD Station, a Web Para Todos, a Digital House e a ABRADI (Associação Brasileira dos Agentes Digitais) — constatou que 67% dos profissionais de marketing com deficiência entrevistados avaliam que o setor não oferece oportunidade de ingresso e desenvolvimento profissional no país.

Também apontou que a comunicação digital das empresas em geral não está preparada ou não se preocupa em ser mais inclusiva. Para 43% dos entrevistados, a falta de conhecimento é a principal razão para a ausência de conteúdos mais acessíveis elaborados por empresas.

CEO da Talento Incluir é uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil

De acordo com a lista da revista Forbes, Carolina Ignarra, empreendedora e a fundadora da Talento Incluir, foi eleita uma das 20 mulheres mais poderosas do Brasil em 2020. 

"Se por um lado tivemos a diminuição nas ofertas de vagas para pessoas com deficiência no mercado de trabalho em 2020, por outro tivemos o aumento de investimentos das empresas em cultura de inclusão, provocado principalmente pela exposição mundial de episódios que envolviam racismo, violência contra mulher e demais marcadores sociais", destaca a CEO da Talento Incluir, Carolina Ignarra.

"O tema 'inclusão' passou a ter ainda mais relevância nas empresas, que começaram a abrir altos cargos para cuidar de gente sob o conceito da diversidade. Isso é um bom sinal. Trabalhamos para que o mundo não precise mais ser obrigado por lei a realizar inclusão e para que ela aconteça de forma natural e por convicção", completa.