Nubank lança fundo de investimento destinado a empreendedores negros

Na última quarta-feira, 24, o Nubank, maior banco digital do mundo, lançou o fundo de investimento Semente Preta. A iniciativa visa destinar um milhão de reais para startups brasileiras fundadas por empreendedores negros e negras. 

As inscrições para participar podem ser feitas até setembro, no site do Nubank. O foco do Semente Preta são empresas que já tenham validado seu produto mínimo viável (MVP) e que impactem o mercado em que estão inseridas por meio do uso da tecnologia.  

Serão consideradas startups dos seguintes setores: Serviços Financeiros, Dados, Pessoas, Marketing Digital, Jogos, Aplicativos e Programação, Softwares e outros. 

As startups inscritas serão avaliadas de acordo com o nível de aplicação de tecnologia e inovação em seu produto. Além de aspectos, como criatividade, estratégia e performance financeira, inteligência de dados e negócios. 

O histórico do empreendedor e o posicionamento da empresa no ecossistema brasileiro de startups também serão considerados. Assim como a pluralidade geográfica e diversidade dos times das startups selecionadas.

"Queremos contribuir para acelerar a consolidação de um ambiente de tecnologia mais diverso e que reflita a pluralidade que existe hoje no Brasil. Isso é peça fundamental para inovação e, consequentemente, para o desenvolvimento de soluções que resolvam, de fato, as principais dores dos brasileiros", disse David Vélez, CEO e fundador do Nubank. 

Vélez ainda complementou: "Sabemos que empreendedores negros e negras enfrentam muito mais barreiras para captar investimentos e recebem menos apoio para construir seu negócio. Nós queremos ser parte da mudança dessa realidade". 

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Projeto também promoverá eventos para troca de experiência e networking

Um estudo realizado pela BlackRocks apontou que apenas 30% das startups fundadas por pessoas negras receberam algum tipo de aporte para fundar e consolidar seu negócio. Já nas empresas de tecnologia fundadas por pessoas não-negras, o percentual é de 41%. 

"Para ter um ambiente de tecnologia mais diverso, precisamos questionar os padrões de distribuição de aportes. Ao criar um fundo focado em startups fundadas por pessoas negras, estamos dando um importante passo nessa direção. Mais do que oferecer um investimento semente, vamos ajudar a criar condições para potencializar esses negócios e transformar as estatísticas", afirmou Monique Evelle, consultora de inovação do Nubank. 

O Semente Preta promoverá, além do aporte financeiro, encontros periódicos entre as startups selecionadas e convidados externos para troca de experiências e networking.

Os empreendedores ainda poderão participar de sessões de mentoria pontuais com os times do Nubank nas áreas de Pessoas, Engenharia e Finanças, de acordo com as necessidades de cada empresa.

Nubank trabalha diferentes iniciativas em prol da diversidade

O lançamento da Semente Preta é parte do compromisso do Nubank em promover ações concretas a favor da diversidade étnico-racial, dentro e fora da companhia. Tal compromisso foi firmado em novembro do ano passado e prevê, ainda, a criação de um centro de engenharia de software, design e experiência do cliente, o "NuLab", em Salvador. 

 Além dessas iniciativas, o Nubank ainda prevê a inclusão e desenvolvimento de talentos negros no banco digital. A meta do Nubank é contratar duas mil pessoas negras até 2025 para garantir um ambiente de trabalho com, ao menos 30%, de funcionários negros e 22% em cargos de gestão.

As estratégias para alcançar essa meta já estão em prática.  A empresa também está incluindo critérios de diversidade na avaliação e seleção de fornecedores durante o processo de compras.

O Nubank oferece, ainda, cursos de formação educacional voltado para negros e negras socialmente excluídos, além de aumentar seu time interno dedicado à Diversidade e Inclusão, entre outras ações.

"Nos últimos meses, aceleramos várias medidas de combate ao racismo para garantir maior diversidade em nossos times e ainda temos muito a fazer. Mas queremos, também, influenciar o mercado como um todo e ajudar a tornar o setor de tecnologia mais inclusivo. O fundo Semente Preta  pode ser uma importante ferramenta nesse sentido", afirmou David Vélez.