ONU Mulheres: Neoway e Volkswagen promovem o empoderamento feminino

Promoção de campanhas que falem diretamente com mulheres e compartilhamento de casos de sucesso também são objetivos da Neoway e Volkswagem.

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Publicado em:01/12/2020 às 14:00
Atualizado em:01/12/2020 às 14:00

Orientar as empresas a empoderar as mulheres, promovendo a equidade de gênero em todas as instâncias do negócio, incluindo a cadeia de valores e as comunidades onde atuam. Foi com esse intuito que a Neoway maior empresa de Big Data Analytics e Inteligência Artificial da América Latina, aderiu aos sete Princípios de Empoderamento das Mulheres da Organização das Nações Unidas. São eles:

Atingir a equidade de gênero, além de tornar o ambiente de trabalho mais igualitário, também é uma atitude saudável para a economia. Segundo o Banco Mundial, a maior presença da mulher no mercado de trabalho brasileiro seria capaz de aumentar o PIB em 3,3%, gerando cerca de R$ 380 bilhões de reais a mais à economia.

Para Michele Martins, vice-presidente de Recursos Humanos da Neoway, a diversidade traz inúmeros benefícios. “Um ambiente plural é mais criativo, favorece a inovação, traz um sentimento de pertencimento maior, promove o engajamento, entre outras características favoráveis, tanto ao clima organizacional, quanto aos negócios da empresa”, explica.

Outra empresa que recentemente aderiu aos Princípios de Empoderamento das Mulheres foi a Volkswagen. 

“Reconhecemos que a indústria automotiva em sua história mundial, predominantemente consolidou-se por meio da mão de obra e público masculino”, explica Karine Wohlke, gerente de Transformação & Academia VW da Volkswagen do Brasil. “Porém são paradigmas e estereótipos que felizmente têm evoluído bastante no sentido de incentivar a participação de todos os diversos grupos, desde a formação educacional até a oportunidade de traçar livremente a escolha de carreiras.”

Folha+ conversou com Karine Wohlke e Michele Martins sobre a importância de aderir aos princípios da ONU e como contribuir para mudar a cultura organizacional das empresas no que diz respeito à igualdade de gênero.

Por que aderir aos princípios da ONU é um passo importante?

Para a Neoway, a parceria com a ONU Mulheres permite o acesso a materiais, participação em conversas, palestras e diversas outras iniciativas de todo o mundo relacionadas à diversidade. Além de estratégias como treinamentos, workshops, políticas de benefícios, desenvolvimento de comitês, canais de comunicação, entre outras formas de educar o ambiente organizacional da empresa para a equidade de gênero.

“Precisamos promover uma transformação cultural que transcenda os nossos muros”, explica Karine Wolhke. “Uma vez que mudamos a mentalidade dos nossos empregados, acredito que eles envolverão seus familiares, criação de filhos e poderão incentivar também filhas para a carreira tecnológica.”

No entanto, antes mesmo de assinar o compromisso público com a ONU mulheres, ambas as empresas já tinham ações internas para equidade de gênero. No caso da Volkswagen, isso se refletia no quadro interno na atratividade de mulheres nos programas de estágio, trainees e parcerias de desenvolvimento e talent aquisition

Michele Martins acrescenta que também são importantes:

  • Campanhas que falem diretamente com as mulheres
  • Compartilhar casos de executivas de sucesso
  • Apresentar todas as possibilidades do setor da tecnologia,
  • Fomentar a busca por cursos em universidades e faculdades 

Em 2019, a Neoway também criou o comitê Neoladies com a missão de disseminar, apoiar e promover ações que fortaleçam a igualdade de gênero e empoderamento feminino. As reuniões do comitê acontecem mensalmente, com participação opcional. A ideia principal é promover discussões de acordo com os seus objetivos:

  • Promover um ambiente de trabalho mais justo e igualitário para todas as mulheres
  • Transformar as discussões em ações práticas com fundo educativo e impulsionador de mudanças
  • Promover a discussão de temas, conceitos e pautas relevantes para impactar a cultura da empresa
  • Produzir ações (talks, participação em eventos) e materiais (cartilha, vídeos, comunicados) relacionados aos temas discutidos pelo comitê
  • Tornar a Neoway uma empresa referência interna e externa frente ao empoderamento feminino 
Ações de equidade de gênero refletem na prosperidade dos negócios
(Foto: Reprodução)

Internamente, a Volkswagen também vem tratando dos seguintes tópicos:

  • Programa Women in Management: Trabalha indicações de mulheres para o plano de sucessão a cargos de gestão
  • Alinhada à Matriz, a Volkswagen do Brasil se comprometeu em 2017 a aumentar para 14% a participação de mulheres em cargos de gestão até 2025
  • Políticas voltadas a buscar o crescimento da participação feminina de maneira robusta nas posições de gestão: foco na identificação e desenvolvimento do maior número de mulheres, que já trabalham na empresa, para se tornarem gestoras
  • Segundo semestre 2020: início ao programa de mentoring feminino na empresa (dedicado a mulheres que estão indicadas no plano de sucessão, mas que ainda não tinham ações de desenvolvimento calendarizadas)
  • Mulheres em cargo de gestão atualmente representam 13% do total de empregados

As metas de alcance da igualdade de gênero fazem parte do Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº5  da Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. 

“As medidas que são tomadas em favor do empoderamento das mulheres ajudam a expandir horizontes e implementar ideias novas”, afirma Karine Wohlke. “Quando as mulheres prosperam, os negócios também prosperam em seus resultados.”

Como mudar a cultura organizacional das empresas?

Se a Volkswagen tem o desafio de desvincular a indústria automotiva da ideia retrógrada de ser prioritariamente masculina, o desafio da Neoway é abrir espaço para mais mulheres no ramo da tecnologia. Michele Martins não considera a área machista, mas sim prioritariamente composta por homens, algo que ela acredita que tende a mudar.

No caso da Neoway, ela afirma que há na empresa diversas mulheres em posição de direção e C-level, além da implementação de políticas tanto para o ingresso de novos talentos femininos quanto para desenvolvê-los internamente.

Ambas executivas concordam que o trabalho de mudar a cultura de uma empresa pode ser lento, mas que a adesão aos princípios da ONU Mulheres já é um grande passo.

“Acho que hoje as mulheres ainda não são incentivadas em casa para seguir esta carreira, mas se, mudarmos aqueles que podemos influenciar, poderemos ter alguma chance de contribuir para esta reversão”, completa Karine Wolhke.