Reinventar na carreira: cresce procura por segunda graduação
Para os especialistas, a segunda graduação é bem vista, além de ser uma forma de agregar bagagem e experiência na atuação interdisciplinar no mercado de trabalho.
Autor:
Publicado em:23/02/2021 às 08:00
Atualizado em:23/02/2021 às 08:00
O ingresso em uma segunda graduação já é uma tendência adotada por quem deseja uma revolução e reinvenção na carreira profissional. Será que esse novo movimento é bem visto entre os especialistas?
Dados divulgados pelo Censo de Educação Superior do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) apontam que, no Rio de Janeiro, por exemplo, houve um aumento de 60% no número de pessoas matriculadas em cursos de graduação que já possuíam diploma de ensino superior. Esse avanço foi observado entre os anos 2014 e 2020.
Na visão dos especialistas, essa tendência de crescimento observada no Rio de Janeiro deve ser registrada em todo o país, principalmente diante do surgimento da modalidade de ensino a distância (EaD), que elimina barreiras geográficas e ganhou ainda mais visibilidade durante a pandemia da Covid-19.
Para Carolina Salvo, especialista em carreiras do Centro Universitário Newton Paiva, entre os motivos que levam as pessoas a buscarem uma segunda graduação, estão:
Insatisfação com a primeira escolha de carreira;
Busca por realização pessoal; ou
Necessidade de se tornar um profissional mais completo.
"Antigamente havia um receio de que o retorno às salas de aula da faculdade fosse visto como falta de foco da parte do profissional. Mas essa mentalidade tem se transformado. A segunda graduação é vista como uma forma de agregar bagagem e experiência, contribuindo para que a pessoa possa atuar de forma interdisciplinar no mercado de trabalho", afirma Carolina.
Segunda graduação é uma aposta para quem quer se reinventar
profissionalmente (Foto: Reprodução)
Curso de Psicologia é o destaque para quem busca a segunda graduação
Um dos cursos muito buscados por alunos para a segunda graduação é o de Psicologia. Saulo Moraes, que é professor no Centro Universitário Newton Paiva, avalia esse movimento de forma positiva. Além disso, o educador destaca o aumento da demanda de profissionais para essa área nos últimos anos.
"Acredito que estamos em um momento histórico onde a Psicologia tem sido mais valorizada, especialmente pelos índices de transtornos mentais em crescimento no mundo. Um dos fatores também percebidos é que as pessoas mais experientes, que conhecem o mundo do trabalho e já têm um histórico profissional, têm menos chance de escolherem o curso movidas por uma idealização da profissão. O que contribui para o fortalecimento de uma visão mais profissional e realista da Psicologia", explica.
Juliana Lara, de 43 anos, é uma dessas pessoas que resolveu correr atrás desse sonho anos depois de concluir a primeira graduação.
"Apesar de ter me formado em Administração, sempre tive o desejo de ingressar na Psicologia. Hoje, cursando o quarto período do curso na Newton Paiva, já avalio como positiva a experiência, principalmente devido ao aprendizado que a convivência com os colegas mais jovens tem proporcionado."