Guedes admite que servidores não terão reajuste salarial em 2022

Ministro da Economia, Paulo Guedes afirma que governo federal 'não conseguiu' o reajuste salarial para os servidores este ano. Entenda!

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Publicado em:10/06/2022 às 15:45
Atualizado em:10/06/2022 às 15:45

O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu na quinta-feira, 9, que o governo federal não conseguirá o reajuste salarial para os servidores federais em 2022.

Segundo ele, um eventual aumento poderá ocorrer mais à frente, após a aprovação da Reforma Administrativa.

“O governo federal não conseguiu dar aumento para o funcionalismo, mas reduziu impostos para 200 milhões de brasileiros. Logo ali à frente vai ter aumento para todo mundo, mas agora estamos em guerra ainda”, declarou Guedes em evento promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Durante o evento, o ministro Paulo Guedes prometeu um reajuste mais adiante, por meio de uma reestruturação de carreiras proposta na Reforma Administrativa. 

“O funcionalismo federal está contribuindo extraordinariamente com o Brasil. Eles estão entendendo que logo ali à frente vai ter aumento para todo mundo. Nós vamos fazer a Reforma Administrativa, nós vamos fazer a reclassificação de cargos que eles querem”.

Na terça, 7, o presidente Jair Bolsonaro já tinha revelado que o reajuste não deveria sair este ano. “Lamento, pelo que tudo indica não será possível dar nenhum reajuste para os servidores no corrente ano”, disse.

Ministro da Economia, Paulo Guedes
Ministro da Economia, Paulo Guedes, fala em reajuste
de servidores mais adiante (Foto: Agência Brasil)

Desde o início do ano, o governo busca alternativas para conceder aumento ao funcionalismo. Porém, tem esbarrado no aperto das contas públicas. 

Reajuste salarial de 5% estava em pauta pelo governo

Em maio, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que seria viável um aumento de 5% para todas as categorias do Executivo Federal. No entanto, nem mesmo essa porcentagem foi possível. 

Na segunda, 6, o governo anunciou que não manteve no Orçamento a reserva de R$1,74 bilhão para pagar uma parte do reajuste aos servidores federais este ano. A partir disso, foi reduzido o bloqueio feito nos gastos dos ministérios.

O valor seria de R$8,2 bilhões, mas diminuiu para R$6,96 bilhões após a desistência da reserva para o reajuste dos servidores.

O mês de junho era o prazo legal para que o Governo Federal definisse sobre o reajuste, uma vez que a Lei de Responsabilidade Fiscal veda aumentos aos servidores a partir de julho diante da proximidade das eleições. 

Orçamento 2023 tem R$11,7 bilhões para reajuste salarial

No Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) do ano que vem, enviado em 14 de abril ao Congresso Nacional, o Governo Federal incluiu reserva de R$11,7 bilhões para o reajuste salarial dos servidores do Executivo.

Folha Dirigida preparou um conteúdo trazendo os salários iniciais para concursos em diversos órgãos, se um reajuste de 5% for confirmado:

Órgão Valor atual Valor em 2023
INSS R$5.186,79 (técnico)
R$7659,87 (analista)

R$5.222,42 (técnico)
R$7.709,50 (analista)

Área Administrativa da PF e PRF R$4.710,76 (agente)
R$5.559,67 (superior)
R$4.824,71 (agente)
R$5.679,79 (superior)
Receita Federal R$21.487,09 (auditor)
R$12.142,39 (analista)
R$22.538,74 (auditor)
R$12.726,60 (analista)
Agências Reguladoras R$15.516,12(especial.)
R$14.265,57 (analista)
R$7.846, 37(tec. regul.)
R$7.474,67 (tec. admi.)
R$16.269,02 (especial.)
R$14.955,94 (analista)
R$8.215,78 (tec. regul.)
R$7.825,50 (tec. admin.)
Ibama e ICMBio R$4.063,34 (técnico)
R$8.547,64 (analista)
R$4.174,48 (técnico)
R$8.783,68 (analista)
CGU R$7.743,71 (técnico)
R$19.655,06 (auditor)
R$8.103,47 (técnico)
R$20.614,91 (auditor)
Bacen

R$21.472,49 (proc.)
R$19.655,06 (analista)
R$7.741,31 (técnico)

R$22.523,21 (proc.)
R$20.614,91 (analista)
R$8.105,47 (técnico)