O ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu na quinta-feira, 9, que o governo federal não conseguirá o reajuste salarial para os servidores federais em 2022.
Segundo ele, um eventual aumento poderá ocorrer mais à frente, após a aprovação da Reforma Administrativa.
“O governo federal não conseguiu dar aumento para o funcionalismo, mas reduziu impostos para 200 milhões de brasileiros. Logo ali à frente vai ter aumento para todo mundo, mas agora estamos em guerra ainda”, declarou Guedes em evento promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
Durante o evento, o ministro Paulo Guedes prometeu um reajuste mais adiante, por meio de uma reestruturação de carreiras proposta na Reforma Administrativa.
“O funcionalismo federal está contribuindo extraordinariamente com o Brasil. Eles estão entendendo que logo ali à frente vai ter aumento para todo mundo. Nós vamos fazer a Reforma Administrativa, nós vamos fazer a reclassificação de cargos que eles querem”.
Na terça, 7, o presidente Jair Bolsonaro já tinha revelado que o reajuste não deveria sair este ano. “Lamento, pelo que tudo indica não será possível dar nenhum reajuste para os servidores no corrente ano”, disse.

de servidores mais adiante (Foto: Agência Brasil)
Desde o início do ano, o governo busca alternativas para conceder aumento ao funcionalismo. Porém, tem esbarrado no aperto das contas públicas.
Reajuste salarial de 5% estava em pauta pelo governo
Em maio, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que seria viável um aumento de 5% para todas as categorias do Executivo Federal. No entanto, nem mesmo essa porcentagem foi possível.
Na segunda, 6, o governo anunciou que não manteve no Orçamento a reserva de R$1,74 bilhão para pagar uma parte do reajuste aos servidores federais este ano. A partir disso, foi reduzido o bloqueio feito nos gastos dos ministérios.
O valor seria de R$8,2 bilhões, mas diminuiu para R$6,96 bilhões após a desistência da reserva para o reajuste dos servidores.
O mês de junho era o prazo legal para que o Governo Federal definisse sobre o reajuste, uma vez que a Lei de Responsabilidade Fiscal veda aumentos aos servidores a partir de julho diante da proximidade das eleições.
Orçamento 2023 tem R$11,7 bilhões para reajuste salarial
No Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) do ano que vem, enviado em 14 de abril ao Congresso Nacional, o Governo Federal incluiu reserva de R$11,7 bilhões para o reajuste salarial dos servidores do Executivo.
Folha Dirigida preparou um conteúdo trazendo os salários iniciais para concursos em diversos órgãos, se um reajuste de 5% for confirmado:
Órgão | Valor atual | Valor em 2023 |
INSS | R$5.186,79 (técnico) R$7659,87 (analista) |
R$5.222,42 (técnico) |
Área Administrativa da PF e PRF | R$4.710,76 (agente) R$5.559,67 (superior) |
R$4.824,71 (agente) R$5.679,79 (superior) |
Receita Federal | R$21.487,09 (auditor) R$12.142,39 (analista) |
R$22.538,74 (auditor) R$12.726,60 (analista) |
Agências Reguladoras | R$15.516,12(especial.) R$14.265,57 (analista) R$7.846, 37(tec. regul.) R$7.474,67 (tec. admi.) |
R$16.269,02 (especial.) R$14.955,94 (analista) R$8.215,78 (tec. regul.) R$7.825,50 (tec. admin.) |
Ibama e ICMBio | R$4.063,34 (técnico) R$8.547,64 (analista) |
R$4.174,48 (técnico) R$8.783,68 (analista) |
CGU | R$7.743,71 (técnico) R$19.655,06 (auditor) |
R$8.103,47 (técnico) R$20.614,91 (auditor) |
Bacen |
R$21.472,49 (proc.) |
R$22.523,21 (proc.) R$20.614,91 (analista) R$8.105,47 (técnico) |