Aprovado em cinco concursos conta como usou ChatGPT para estudar

Com aprovação em diversos concursos para cartório, o tabelião Victor Volpe Fogolin explica como usou o ChatGPT nos estudos. Veja!

Dicas para concursos
Autor:Bruna Somma
Publicado em:11/03/2024 às 10:46
Atualizado em:11/03/2024 às 12:55


Em entrevista ao portal G1, Victor explicou que sua principal estratégia com o ChatGPT não era fazer perguntas diretas ao robô e sim ensiná-lo a partir de resumos que ele mesmo elaborou.


Assim como outras ferramentas de Inteligência Artificial (IA), o chatGPT tem uma linguagem que se aprimora com o treino a partir de uma sucessão de tarefas.


O professor de Informática do Qconcursos, João Paulo Orso, alertou que não é recomendável confiar cegamente no chat GPT, como a única fonte de informação e até de preparação para concursos. 

“A ferramenta é ‘ensinada’, isto é, alimentada com informações pelos próprios usuários, deste modo, como já demonstrado em outras ferramentas similares, é possível levar a IA a apresentar respostas tendenciosas aos dados que lhe foram apresentados em detrimento aos dados ausentes à IA”, explica.

Para o professor, a grande questão é ter um filtro e usar a Inteligência Artificial da melhor forma. Como, por exemplo, facilitar o trabalho recorrente e possibilitar que nos foquemos em atividades que exigem mais da capacidade humana de trabalho e pensamento. 

ChatGPT pode ser usado para complementar estudo para concursos

(Foto: Guilherme Dardanhan/ALMG)


O aprovado em cinco concursos, Victor Volpe Fogolin, listou seis formas que o ChatGPT o auxiliou no estudo para concursos:

  • treino para a prova oral;
  • ajuda com as questões objetivas;
  • sugestões de artigos;
  • tradução de conteúdos difíceis;
  • resumo de casos; e
  • criatividade para redação.

A seguir, veja detalhes sobre cada uma delas:

Treino para a prova oral

Entre as usabilidades do ChatGPT no estudo para concursos, Victor destacou a ideia de transformar a ferramenta em um examinador de prova oral.


Para isso, ele copiava os resumos que tinha produzido e enviava para a ferramenta com o seguinte comando: 'ChatGPT, aprenda isso'.


Em seguida, a ferramenta respondia confirmando que tinha aprendido.

"Aí eu continuava: 'Agora considere que você é um examinador de prova oral do Estado de São Paulo, que perguntas você faria sobre essa matéria que você acabou de aprender?'", disse Victor, ao portal G1.

O tabelião, aprovado em primeiro lugar nas avaliações orais dos concursos de cartório de Santa Catarina, Goiás e Tocantins, também usou de outra estratégia junto ao ChatGPT.


Ele pesquisou o currículo dos membros de cada banca examinadora das provas orais dos concursos. "Aí eu jogava as informações para o ChatGPT e pedia: 'Com base nesse currículo, quais temas você acha que são mais relevantes para esse examinador?'".


Segundo Victor, muitas das questões que caíram em suas provas orais foram previstas pela ferramenta de Inteligência Artificial.


O chatbot ainda foi usado como auxílio para que o concurseiro montasse suas respostas com base em pontos de vista de diferentes autores.

"Tem questões no Direito que têm controvérsia, opiniões diferentes. E, para uma prova oral, é muito legal que a gente cite autores fortes. Essa é uma pesquisa um pouco difícil porque você tem que puxar a obra de cada um para ver a posição que ele defende, mas o banco de dados do ChatGPT já sabe tudo isso", relatou Victor.

"Então, eu escrevia: 'ChatGPT, considere essa questão polêmica. Quero que você cite três doutrinadores que defendem a posição 1 e três que defendem a posição 2'", explica.


Victor, porém, alertou para que os concurseiros sempre chequem as informações enviadas pelo robô, especialmente citações. "Por vezes, o ChatGPT inventa autores que não disseram aquilo".


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Ajuda com as questões objetivas

Victor Volpe Fogolin também usou o ChatGPT para ajudar com as questões objetivas dos concursos. Ele enviava resumos e artigos de lei à ferramenta e pedia para que criasse as questões.


O comando era o seguinte:

"ChatGPT, você será um membro examinador da banca do concurso público de cartório. Com base nas minhas anotações e em tais artigos do Código Civil, formule questões de testes com 4 alternativas".

Victor e sua namorada, Luiza Dias Seghese, viajaram a diversos estados brasileiros para realizar provas de concursos. Ela também conquistou aprovações e usou o ChapGPT para complementar a preparação.

Sugestões de artigos

Outra maneira encontrada por Victor foi usar o ChatGPT para identificar artigos de temas específicos que tinha que estudar.

"Eu escrevia: ''ChatGPT, quero ler um artigo científico sobre isso. Cite cinco artigos importantes'", contou Victor.

Ele também citou a Bard, ferramenta de Inteligência Artificial do Google que está integrada ao Google Scholar, plataforma de pesquisa acadêmica.

Tradução de conteúdos difíceis

O concurseiro ainda usou o ChatGPT com a tradução de conteúdos difíceis em termos mais simples.

"No Direito, tem termos que ninguém entende, nem mesmo quem estuda há anos. Então, eu jogava a frase para o ChatGPT e pedia: 'Explique isso em palavras simples, para um leigo'".

Resumo de casos

A versão paga do chatGPT, com mais funcionalidades, também foi usada por Victor na preparação para concursos.


Nesse caso, ele pedia que o chatbot fizesse um resumo de casos jurídicos grandes com 100 ou 200 páginas.

“Dá para subir o PDF na versão paga, de várias páginas. Então, eu mandava o caso no ChatGPT e pedia: 'Resuma esse texto com os principais pontos, ou com foco em argumentos para prova oral'", explicou.

Criatividade para redação

Por fim, Victor pediu auxílio ao ChatGPT para treinar para a prova de redação, por meio de ideias de introduções e conclusões criativas.

“Se a gente começar a redação de um jeito muito impactante, com um primeiro parágrafo muito bom, já vai brilhar o olho e atrair a atenção do examinador. Por isso, eu pedia: ‘ChatGPT, desenvolva uma introdução que chame muita atenção sobre a história dos cartórios, sobre regularização fundiária, etc”, relembrou.

O objetivo de Victor era aproveitar as sugestões de vocabulário e modelos de texto e não somente aprender sobre o conteúdo específico.


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