Carnaval 2020 gerou mais vagas de emprego que os cinco anteriores
Entenda como aproveitar o Carnaval e outras festas para gerar renda
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Publicado em:22/02/2020 às 06:00
Atualizado em:22/02/2020 às 06:00
Com previsão de faturamento de R$ 8 bilhões, o Carnaval 2020 já é considerado o mais rentável dos últimos cinco anos, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Para atender a demanda gerada pela festa, foram criados mais de 25,4 mil vagas de empregos temporários entre janeiro e fevereiro, sobretudo nos setores ligados à alimentação fora do domicílio, hospedagem e transportes. Em 2020, o número de contratação representou 2,8% a mais do que no carnaval de 2019.
Entre as profissões com mais vagas, 63% estão no setor de turismo. O salário médio pago a esses profissionais, R$ 1.909,73, também subiu. Neste ano, os trabalhadores receberão 4,2% a mais que no ano passado. Entre as remunerações médias a serem recebidas, destacam-se: gerentes de Turismo (R$ 3.032,90) e motoristas rodoviários (R$ 2.678,38).
Principais carnavais do país geram milhares de vagas
O Carnaval de São Paulo se coloca como um importante aliado daqueles que aproveitam a festa para ganhar uma renda extra, conquistar um trabalho temporário ou para empreender.
Diferentemente do que acontecia há cinco anos, quando a cidade paulistana exportava turistas, hoje, ela exerce o movimento contrário. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomércioSP), neste ano, há expectativa de que o Carnaval seja responsável por gerar R$ 906 milhões.
A maior parte desta movimentação vem do setor de comércio e serviços, trazendo impactos diretos a comércios como bares, hospedagem, farmácias, fantasias e ambulantes – que vendem desde bebidas e comidas até acessórios.
Os ambulantes, por sua vez, representam a maior força de trabalho deste cenário carnavalesco. Na capital paulista, em 2020, foram abertas 12 mil vagas, duas mil a mais que no ano passado, para pessoas que veem uma oportunidade na venda de bebidas durante os cortejos de rua.
Outros carnavais espalhados pelo país surfam na mesma onda. Em Belo Horizonte, segundo a Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), foram cadastrados quase 15 mil ambulantes para atender um público estimado em 5 milhões de pessoas. No Rio de Janeiro, com expectativa de 7 milhões de foliões, conforme a RioTur, foram abertos 10 mil vagas para vendedores ambulantes.
Os números também impressionam nos carnavais do Nordeste. Salvador sai na frente com 4,5 mil ambulantes, seguida por Olinda, com 1,5 mil vendedores cadastrados, e Recife, com 549.
O Carnaval já está batendo na nossa porta. Portanto, para este ano já não é mais possível se aproveitar desses postos de trabalhos. Mas por que não se preparar para o próximo ano ou paras as outras festividades que estão por vir, como a Páscoa e o Dia das Mães? Afinal, potencial existe.
Apesar de haver uma grande contratação temporária de trabalhadores para a principal festa do verão, a data não é o melhor momento para efetivar os temporários. O assessor econômico da FecomércioSP, Guilherme Dietve, explica que, ao contrário do Natal, o ritmo de contratação temporário para essa época ainda é considerado pequeno.
Mas, ele adianta que 2020 será um ótimo ano para a abertura de novos postos de trabalho, principalmente no setor de crédito:
"Há a expectativa de crescimento do varejo de 5% para este ano. Com isso, o comércio tende a contratar mais, principalmente, os setores que estão ligados ao crédito".
Para Guilherme, o fato de a taxa básica de juros estar em 4,5% favorece o crescimento das vendas. E, consequentemente, amplia o número de contratação do público relacionado ao crédito, que é mais qualificado, tem salário mais elevado e sofreu muito durante a crise. "Contudo, os setores de vestuário e supermercado continuam sendo os campeões de contratação", percebe.
Capacitação continua sendo a chave do sucesso
Pode parecer clichê, mas a falta de qualificação continua sendo um dos principais entraves para conquistar um novo emprego. O assessor insiste afirmar que, a grande maioria das pessoas que não conseguiram trabalho seja no fim de ano ou no período do Carnaval, provavelmente, se esbarraram no quesito baixa qualificação.
"A educação é o principal fator pra se recolocar. O Senac tem vários cursos gratuitos em todo o país, que dão qualificação em moda, gastronomia, montagem de vitrine, por exemplo. Um pouco mais pode fazer diferença na carreira. Além de buscar se atualizar ao mercado, precisa entender melhor o consumidor", reforça.
Ele aponta ainda um caminho para as pessoas que acreditam ter qualidades para criar seu próprio negócio. Dietve acredita que o pequeno empreendedor deve utilizar o e-commerce ao seu favor.
"Pois, é um caminho mais prático e rápido. Mas é importante saber qual é seu público e avaliá-lo muito para não se tornar só mais um prestador de serviço", ressalta.
No caso do Carnaval, que se trata de um período curto, porém, intenso e dinâmico, o comércio eletrônico tem a facilidade de se desfazer do negócio rapidamente, adequado-o sempre que necessário à data específica. Isto é, o empreendedor tem que ter uma gerência no dia a dia do seu negócio.