A primeira edição da Prova Nacional Docente (PND), popularmente conhecida como CNU dos professores, foi aplicada no último domingo, 26. Candidatos apontaram falhas na organização, como a falta de carteiras disponíveis para a realização do exame.
Em São Luís, no Maranhão, mais de 60 inscritos não encontraram lugar para sentar nas salas do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA).
Eles foram direcionados para a biblioteca da instituição, enquanto aguardavam por uma solução por parte da banca organizadora da prova, a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Uma van chegou a ser enviada ao local para levar os candidatos a outro prédio, porém, de acordo com eles, a alternativa não era viável.
“Você se prepara para fazer uma prova dessa, era a primeira edição do PND e não aconteceu. A gente ficou a tarde toda esperando. É preciso que as autoridades tomem providências”, afirmou a professora Vânia Gomes, ao portal G1.
Situação semelhante aconteceu no município de Timon, no Maranhão, em que duas escolas também não tinham carteiras suficientes para os participantes da PND.
Os candidatos foram à delegacia da cidade para fazer um boletim de ocorrência e cobraram uma nova data para a aplicação da prova.
Ausência de carteiras para candidatos é apontada durante a PND
(Foto: Agência Brasil)
A secretária de Educação de Timon, Isadora Rodrigues, disse à TV Clube que o município não é o responsável pela aplicação da PND. Segundo ela, a falha teria sido cometida pela banca FGV.
“A responsabilidade do município é disponibilizar a escola para a realização dessas provas. O município não se responsabiliza pela aplicação da prova ou por direcionar a quantidade de alunos à escola. A FGV, por imaginar que teria um quantitativo de faltas, colocou 30% a mais de pessoas do que comportaria a escola”, ressaltou.
No total, a Prova Nacional Docente teve 1.086.914 inscritos em todo o país. O número de faltosos ainda não foi informado.
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No site Reclame Aqui, candidatos também apontaram diversas falhas na aplicação da PND.
Uma professora de São Paulo, capital, informou que ao chegar na Escola Estadual Brigadeiro Gavião Peixoto, no horário estabelecido, não havia carteiras suficientes para acomodar os concorrentes.
"Quem permaneceu no local foi realocado de forma improvisada para refeitórios, salas de informática e sala dos professores, todos sentados um ao lado do outro e de frente uns para os outros, o que comprometeu completamente a isonomia do processo", relatou a docente.
Ela ainda pontuou que a prova, prevista para começar às 13h30, só foi iniciar às 13h45 para alguns candidatos e a partir das 13h55 para outros.
A reportagem do Qconcursos Folha Dirigida está em contato com a banca FGV e com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), para verificar quais ações serão tomadas diante do ocorrido nas provas.
Outra ponderação dos candidatos foi sobre a densidade de questões, com textos longos, o que, segundo eles, tornou a PND cansativa.
"Questões cujos textos eram extremamente maçantes. Não há necessidade de 80 questões e ainda uma redação, haja vista que muito concurso de efetivo não chega a ter isso", frisou um participante nas redes sociais.
Conforme o cronograma da PND, os gabaritos preliminares da prova serão divulgados na terça-feira, 28.
Os candidatos poderão entrar com recurso contra os gabaritos nos dias 28 e 29 de outubro, pelo Sistema PND.
A PND foi composta por questões de Formação Geral Docente (comum aos cursos de todas as áreas) e do Componente Específico, próprio de cada área de avaliação das licenciaturas.
A parte de Formação Geral teve 30 questões de múltipla escolha envolvendo situações-problema e uma questão discursiva, que abordou o idadismo como desafio social e educacional no Brasil.
Já a parte de Conhecimentos Específicos da área desejada apresentou 50 questões de múltipla escolha, envolvendo situações-problema e estudos de caso.
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A PND ficou conhecida como Concurso Nacional Unificado (CNU) dos professores. A Prova Nacional Docente, porém, não constitui um concurso público em si.
Ela é apenas um instrumento para estimular a abertura de mais concursos para professores e para melhorar o recrutamento de novos profissionais.
Ao todo, 22 estados e 1.508 municípios de todas as regiões do país aderiram à proposta de usar a nota da PND como etapa única ou complementar de seus concursos e processos seletivos para professores. Veja a lista completa aqui!
Existe a chance de usar somente a nota da PND, assim como aplicar etapas adicionais, como a prova prática e a avaliação de títulos.
Cada rede de ensino estadual ou municipal deverá publicar o edital do seu concurso ou ato normativo, que regulamente a sua utilização, de maneira que os professores tenham conhecimento e possam se inscrever na PND.
