Com a pandemia, abril teve mais de 860 mil postos de trabalho fechados
São Paulo, Minas, Rio e Rio Grande do Sul foram os que mais demitiram
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Publicado em:27/05/2020 às 09:40
Atualizado em:27/05/2020 às 09:40
A queda no número de contratações contribuiu de forma expressiva para o saldo negativo de empregos formais nos quatro primeiros meses de 2020. Por conta da pandemia do Coronavírus no país, o mês de abril atingiu o número de 860.503 postos de trabalho fechados. Os números foram divulgados pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), nesta quarta-feira, 27.
De acordo com o relatório, em abril de 2019, o Caged teve saldo positivo de 129.601contratações com carteira assinada, totalizando 1.374.628 admissões e 1.245.071 demissões. Já no mesmo mês em 2020, as contratações ficaram em 598.596 e o número de desligamentos chegou a 1.459.099.
Enquanto as demissões tiveram um incremento de 17,2%, as admissões caíram 56,5% na comparação entre abril de 2019 e abril de 2020. Os Estados com piores rendimentos em valores nominais foram os seguintes:
Nos quatro primeiros meses de 2020, foram registradas 4.999.981 admissões e 5.763.213 demissões no país, resultando menos 763.232 oportunidades. Já entre janeiro e abril de 2019, o Caged registrou 5.529.457 admissões e 5.215.622 demissões, obtendo um saldo positivo de 313.835. Dessa forma, é possível afirmar que as admissões caíram 9,6% e as demissões subiram 10,5% no intervalo de um ano.
Na comparação mês a mês, o salário médio real de admissão no Brasil cresceu, passando de R$1.496,92, em abril de 2019, para R$1.814,62, em abril de 2020.
Manutenção dos empregos e mudanças no Caged
De acordo com a Secretaria do Trabalho, do Ministério da Economia, o Programa Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm) contribuiu para a preservação dos empregos no país.
O BEm, instituído pela Medida Provisória 936/2020, prevê que os trabalhadores que tiverem jornada reduzida ou contrato suspenso e ainda auxílio emergencial para trabalhadores intermitentes com contrato de trabalho formalizado, recebam o benefício que pode variar entre R$261,25 e R$1.813,03. Dados da Secretaria do Trabalho apontam que o programa já preservou mais de 8,1 milhões de empregos em todo o Brasil.
O material divulgado pelo Caged é o primeiro após o preenchimento de informações da base de dados passar para o Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). Com a mudança, o cumprimento de 13 obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas fica centralizado em um só sistema e aumenta a qualidade da informação e há aperfeiçoamento do registro administrativo, segundo o governo.
Nesse novo modelo, uma inovação do Novo Caged é o agrupamento de setores da economia que, até dezembro de 2019, eram oito:
Agora, os dados estarão na mesma divisão feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São eles: Comércio, Serviços, Indústria Geral, Construção Civil e Agricultura.
No intervalo de janeiro a abril de 2020, a Agricultura teve saldo positivo de 10.032, resultado de 275.464 contratações e 265.432 demissões. Já o resultado da Construção Civil ficou negativo em 21.837; enquanto Comércio teve -342.748; Serviços -280.716 e Indústria -127.886.