Combate ao desemprego é prioridade do brasileiro em 2021, diz CNI

O desemprego chegou a atingir quase 14 milhões de pessoas no final do ano passado, então não é de surpreender que vencer este mal seja foco de tantos brasileiros. E foi o que constatou a pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira, divulgada nesta terça-feira, 19, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O levantamento aponta que o combate ao desemprego é considerado prioritário por 41% dos entrevistados.  Em segundo lugar ficou a preocupação com a saúde, que deverá ser prioridade para 39% dos entrevistados (dentro da margem de erro).

Em seguida, o combate à corrupção (35%), a melhoria da qualidade da educação (34%) e o combate à violência e à criminalidade (25%). Todas essas lutas estão diretamente relacionadas com os principais problemas que os brasileiros enfrentam.

Segundo a Agência Brasil, as entrevistas foram feitas entre 5 e 8 de dezembro de 2020 e ouviram mais 2 mil pessoas em todo o país. Cada entrevistado podia escolher três itens, o que leva a uma soma dos percentuais superior a 100%.

Regiões mais ricas têm maior preocupação com a saúde

Outro dado claro é que para as regiões com melhores condições financeiras, fica muito mais fácil priorizar a saúde. Já aquelas que lidam diariamente com a pobreza ou com a falta de recursos, naturalmente, têm mais preocupação com a renda. 

A pesquisa da CNI também evidenciou essa realidade, já que a preocupação com o emprego ficou em segundo ou terceiro lugar em regiões mais ricas. A maior parte delas elegeu a saúde como prioridade para 2021. 

No Sudeste, o ranking de prioridade ficou: melhoria da saúde em primeiro lugar (39%), emprego em segundo lugar (38%), e combate à corrupção e educação em terceiro (33% cada).

No Sul, 46% das pessoas entrevistadas elegeu a saúde como prioridade e 45%, o emprego. O combate à corrupção (40%), a educação (30%) e a segurança pública (23%) completaram a lista entre os habitantes da região.

A preocupação com o desemprego atinge mais os moradores das regiões Norte e Centro-Oeste, onde o item foi considerado prioritário por 52% dos entrevistados, ou seja, mais da metade, diferentemente das outras duas regiões citadas. Na divisão por faixa de renda, a preocupação é maior (44%) entre as famílias que recebem até um salário mínimo. 

No Norte e no Centro-Oeste, o combate à corrupção ficou em segundo lugar, com 45% das citações. Em seguida vieram educação e saúde, empatados com 40%, e segurança pública (38%).

No Nordeste, 39% consideram que a promoção do emprego deve ser prioridade, seguido de saúde (35%), educação (34%), combate à corrupção (29%) e segurança (25%).

CNI aposta na vacinação em massa para melhorar o cenário

Na avaliação da CNI, o encolhimento da economia no ano passado e a continuidade da pandemia de covid-19 justificam a preocupação com o desemprego. Afinal, enquanto o novo vírus impedir a normalização de diversas atividades econômicas e o número de mortes não for contido, o futuro é incerto.

Por isso, a entidade defende a vacinação em massa da população para garantir a retomada da economia. A partir daí, o Brasil pode voltar a certo nível de normalidade e começar a ter ganhos reais tanto na saúde quanto no mercado de trabalho.

Para a confederação, somente a vacinação permite o retorno seguro dos brasileiros à rotina, a recuperação do mercado consumidor e a volta à normalidade na produção. Até agora, o Brasil aplicou ao menos uma dose de vacina em 8,4 milhões de pessoas, mas isso representa apenas 4,01% da população brasileira.