Concurso Bacen: órgão confirma pedido de novo edital com 260 vagas
O Banco Central envia pedido ao Ministério da Economia para autorização de novo concurso Bacen com 260 vagas nos níveis médio e superior.
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Publicado em:01/06/2020 às 13:30
Atualizado em:29/07/2023 às 04:10
O Banco Central enviou ao Ministério da Economia pedido para autorização de novo concurso Bacen. A Assessoria de Imprensa do órgão confirmou à FOLHA DIRIGIDA nesta segunda-feira, 1º, que foram solicitadas 260 vagas para preenchimento em 2021.
Desse total, 30 são para técnicos, 200 para analistas e 30 para procuradores. Esse é mesmo quantitativo pleiteado pelo Banco Central em 2019, ao qual foi negado pelo governo federal.
Em resposta ao pedido, o Ministério da Economia apontou “a indisponibilidade de autorização de novos concursos públicos em face da atual situação fiscal do país”. Mesmo assim, o Departamento de Gestão de Pessoas do BC afirma que a instituição está comprometida com a recomposição mínima do quadro de servidores.
“O Banco Central enviou nova solicitação equivalente à do ano passado (200 vagas para analistas, 30 para técnicos e 30 para procuradores), mas permanece considerando baixa a probabilidade de atendimento, dado o cenário fiscal. O BC continuará mantendo o Ministério da Economia constantemente atualizado quanto à necessidade mínima de reposição de seus servidores”, consta em nota enviada à reportagem.
O cargo de técnico do BC é destinado a quem tem o ensino médio completo. Os vencimentos são de R$7.741,31, incluindo o auxílio-alimentação de R$458. Já a carreira de analista requer o nível superior em qualquer área de formação. As remunerações são de R$19.655,06.
Para ser procurador do Banco Central é preciso ter Bacharelado em Direito e exercício comprovado de dois anos de prática forense. Após a aprovação em concurso, o salário é de R$21.472,49 por mês.
Os órgãos federais tinham até o dia 31 de maio para enviarem pedidos de autorização de novos concursos ao Ministério da Economia.
Sindicato aponta necessidade do novo concurso Bacen
No aguardo pela autorização do governo federal para o novo concurso, o Banco Central (Bacen/BC) apresenta 2.881 cargos vagos. Os dados são referentes ao mês de abril e constam no portal da instituição financeira.
Diante da necessidade de reposição de pessoal, o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionário do BC (Sinal) no Rio de Janeiro, Sérgio Belsito, defende a realização de concurso.
“No momento de aperto como o que estamos passando é fundamental a autoridade monetária ter eficiência para incrementar a retomada do desenvolvimento. E para isso precisamos, sim, de gente qualificada. Necessitamos, urgentemente, repor a força de trabalho de todos os cargos da estrutura de carreira”, diz Sérgio Belsito.
Para o presidente do Sinal no Rio de Janeiro, o ideal seria o Bacen contratar, pelo menos, 300 novos servidores efetivos.[tag_teads]
“No RJ, temos necessidade para todas as áreas, principalmente para o Departamento do Meio Circulante, fiscalização e área de apoio. A situação atual não consegue desenvolver novos projetos para melhorias e faz só o necessário”, aponta.
Belsito explica que a falta de profissionais, por exemplo, no Departamento do Meio Circulante, faz com que o BC tenha dificuldades ao atender à demanda originada pelo auxílio emergencial que está sendo pago pela Caixa Econômica.
O benefício é destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEIs), autônomos e desempregados. “Com a necessidade de pagamento dos R$600, tivemos dificuldade de abastecer a rede com papel moeda”, detalha.
Concurso Bacen: autonomia pode ser saída para edital
À espera do aval pelo Ministério da Economia para abrir concurso, a autonomia do BC pode ser saída favorável para o novo edital. Isso porque a instituição financeira não dependeria mais do governo federal para suprir o déficit de servidores.
Tramitam no Congresso Nacional dois projetos de lei que visam a independência do Bacen. O mais avançado é o projeto de lei (PLP 19/2019), protocolado no Senado pelo senador Plínio Valério. O texto teve aprovação no dia 18 de fevereiro, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa.
Assim, segue com pedido de urgência para análise do Plenário. O projeto poderia ser votado em março, como informou Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados.
Entretanto, com a pandemia do Coronavírus, a discussão em Plenário foi adiada, sem data para retomada. Essa pauta já foi incluída na Ordem do dia do plenário de 3 de março. Em caso de aprovação pela maioria, o texto será enviado para apreciação na Câmara dos Deputados.
O último concurso Bacen ocorreu em 2013. Na época, o edital trouxe vagas para técnico, analista e procurador. A banca organizadora foi o Cebraspe (antigo Cespe/UnB).
Os concorrentes a técnico e analista foram submetidos a provas objetiva e discursiva, além de avaliação de títulos (apenas para analista) e programa de capacitação.
Para técnico, a prova de Conhecimentos Básicos abrangeu Língua Portuguesa, Noções de Direito Constitucional e de Direito Administrativo, Gestão Pública, Informática e Raciocínio Lógico-Quantitativo.
Já para analista, a parte de Conhecimentos Básicos foi sobre Língua Portuguesa, Língua Inglesa, Raciocínio Lógico, Direito Constitucional, Direito Administrativo, Sistema Financeiro Nacional e Sistema de Pagamento Brasileiro e Economia.