Concurso CVM: presidente vai dialogar com novo governo por edital

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, pretende dialogar com novo governo em busca do concurso CVM.

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Publicado em:01/11/2022 às 08:47
Atualizado em:01/11/2022 às 08:47

O presidente da Comissão de Valores Mobiliários, João Pedro Nascimento, pretende estabelecer um diálogo com o novo governo. Entre as propostas está a realização do concurso CVM

Eleito presidente da República no último domingo, 30, Luiz Inácio Lula da Silva já sinalizou que pretende realizar mais concursos públicos e reajustar o salário dos servidores federais. 

"É preciso fazer concurso público para contratar mais gente, para fazer melhor atendimento. É preciso colocar mais dinheiro na Saúde, na Educação", disse Lula em sabatina do Correio Braziliense no dia 27 de outubro.

Ao tomar posse em julho deste ano, o presidente da Comissão de Valores Mobiliários falou sobre a realização do concurso CVM. Segundo ele, esta é "realmente uma necessidade da autarquia".

"A situação do quadro de vagas de servidores da CVM é crítica. Temos um déficit de aproximadamente 30% dos nossos cargos, com vagas não ocupadas e que precisam ser preenchidas", afirmou.

João Pedro Nascimento disse ainda que há grande demanda por procuradores federais e há muitos cargos vagos.

Em agosto, foi enviado ao Congresso o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2023, com uma reserva de R$2,8 bilhões para concursos públicos do Executivo. A perspectiva é de que sejam criadas 32,5 mil oportunidades neste poder.

Para que o concurso CVM se torne uma realidade, além da previsão orçamentária, é necessário que o Ministério da Economia autorize a seleção. 

A demanda foi apresentada aos representantes da Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal do ME ainda no primeiro semestre deste ano pelo Sindicato Nacional dos Servidores da Comissão de Valores Mobiliários (SindCVM).

Concurso CVM está entre as propostas a serem levadas ao novo governo (Foto: GOV BR)
Concurso CVM está entre as propostas a serem
levadas ao novo governo (Foto: GOV BR)

Concurso CVM 2023 foi solicitado

Em abril deste ano, foi protocolado o pedido de um novo concurso CVM. Ao todo, a Comissão de Valores Mobiliários solicitou ao Ministério da Economia 127 vagas, em cargos dos níveis médio e superior

Do total de vagas solicitado, 50 foram para a carreira de agente executivo, que exige o nível médio dos interessados e conta com remuneração inicial de R$7.647,98, já com o auxílio-alimentação de R$458.

O pedido enviado ao Ministério da Economia incluiu ainda 27 vagas para inspetores e 50 para analistas. A primeira carreira exige o nível superior em qualquer área, enquanto a segunda requer a graduação em área específica.

No último concurso CVM, realizado em 2010, as chances foram para graduados em Contabilidade, Recursos Humanos, Arquivologia e Biblioteconomia. Ambos os cargos contam com remuneração de R$19.655,06, já com o auxílio-alimentação.

"A insuficiência do quadro de pessoal hoje existente e os riscos operacionais daí advindos vêm sendo objeto de alertas de nossa parte a esse Ministério recorrentemente, seja nos Relatórios de Supervisão Baseada em Risco, seja nos pedidos de autorização de concurso, seja em tratativas diversas", disse o ex-presidente da CVM, Marcelo Barbosa, no ofício enviado ao ME.

No documento, Barbosa ressaltou ainda que o pedido também estava baseado na premente necessidade de mudança do perfil do servidor da CVM, de forma a incorporar ao quadro técnico da autarquia servidores que, além das competências exigidas no último concurso, também tenham conhecimentos em Ciência de Dados.

Veja como foi o último concurso CVM

O último concurso da CVM perdeu sua validade em 2014. Ou seja, desde então não são contratados novos servidores efetivos. E isso só poderá ser feito quando um novo edital for homologado. 

A seleção anterior foi aberta em 2010. Na ocasião, foram oferecidas 150 vagas para os cargos de inspetor, analista e agente executivo. No caso de analista, as especialidades concorridas eram nas áreas de Contabilidade, Recursos Humanos, Arquivologia e Biblioteconomia.

Na época, a organizadora foi a Esaf. Já os candidatos foram avaliados por meio de provas objetiva e de redação.

As disciplinas variaram de acordo com a escolaridade. Para o nível médio, por exemplo, foram cobradas questões de:

  • Língua Portuguesa;
  • Estrutura do Mercado de Valores Mobiliários;
  • Conhecimentos Básicos de Administração;
  • Conhecimentos Contemporâneos; e
  • Administração Pública.

Já as provas de nível superior tiveram perguntas sobre:

  • Língua Portuguesa;
  • Língua Inglesa;
  • Matemática Financeira;
  • Estrutura do Mercado de Valores Mobiliários;
  • Contabilidade;
  • Auditoria; e
  • Funcionamento do Mercado de Valores Mobiliários e Economia, entre outras matérias.