Concurso IBGE: após falta de pessoal, Censo terá resultados em abril

Após três adiamentos, os resultados finais do Censo 2022 só deverão ser divulgados em abril. A demora na conclusão da coleta ocorre, principalmente, devido à falta de pessoal para a pesquisa, mesmo após a realização de diversos processos seletivos e até um concurso IBGE.

Contrariando a previsão de término para este mês de janeiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informou, na última quarta-feira, 25, a nova previsão de conclusão da coleta.

O comunicado também foi feito após as declarações do ex-presidente do IBGE, Roberto Olinto, ao jornal Folha de S.Paulo, que classificou o Censo 2022 como uma "tragédia absoluta".

Segundo o Conselho Diretor do IBGE, o Censo é realizado "de forma transparente, com vários mecanismos de controle, seguindo rigorosamente todas as etapas necessárias e imprimindo qualidade em todas as fases da operação".

Ainda segundo o IBGE, até o dia 24 de janeiro de 2023, foram visitados cerca de 89 milhões de domicílios e recenseadas 184 milhões de pessoas.

Censo teve 120 dos 180 mil recenseadores previstos

Segundo o IBGE, o período da operação se alongou fundamentalmente pela falta de pessoal, sobretudo para a coleta de dados.

"Nosso maior desafio foi contratar recenseadores, planejamos contratar 180 mil e o máximo a que chegamos foi 120 mil. Depois a pandemia atrapalhou o planejamento anterior e fenômenos climáticos como chuvas contribuíram para os atrasos. Este também foi o primeiro Censo com rede social e tivemos de combater as fake news. Também tivemos problemas no pagamento dos recenseadores por não termos testado o sistema antes. Além das inúmeras Medidas Provisórias", elencou o diretor de pesquisas, Cimar Azeredo.

Para reduzir esses impactos, o IBGE demandou medidas provisórias, a fim de flexibilizar o recrutamento e permitir a contratação de servidores públicos aposentados, aumentou a remuneração dos recenseadores e implementou o pagamento de ajuda locomoção das equipes.

Recentemente, foram feitos diversos acordos com secretarias municipais de saúde e universidades, principalmente com a colaboração dos agentes de saúde.

"Muitos desses agentes estão atuando em aglomerados subnormais, locais de difícil acesso, mas que eles já conhecem. Cabe esclarecer que esses agentes foram recrutados como recenseadores, seguindo todos os trâmites de contratação e capacitação previstos", diz o IBGE.

O IBGE reforça ainda que está dedicado a minimizar os efeitos do atraso na conclusão da operação censitária para a qualidade dos resultados.

Após concurso, IBGE descentralizou contratações

Em novembro, o IBGE abriu o seu último processo seletivo com 158 vagas, nos cargos de agente de pesquisas e mapeamento (154) e supervisor de coleta e qualidade (quatro). 

Apesar da abertura da seleção, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística continuou tendo dificuldades para a manutenção dos contratos temporários.

Por conta disso, o IBGE descentralizou a contratação dos recenseadores, cargo mais requisitado para a realização do Censo Demográfico. 

Atualmente, 11 estados brasileiros contam com oportunidades. São eles:

• Acre;
• Ceará;
• Espírito Santo;
• Mato Grosso
• Minas Gerais;
• Rio Grande do Sul;
• Rio de Janeiro;
• Rondônia;
• Santa Catarina;
• São Paulo; e 
• Tocantins.

Em alguns etados, é possível conferir os municípios com vagas e os endereços para a inscrição. Em outros, o número de oportunidades por cidade é disponibilizado.

No caso do recenseador, os candidatos devem apresentar o nível fundamental completo. Com jornada de trabalho recomendável de, no mínimo, 25 horas, o salário é por produção e pode ser calculado no site do IBGE, por meio de um simulador.

As inscrições para as seleções descentralizadas do IBGE são gratuitas e presenciais, nos locais indicados no site do IBGE.

Os candidatos realizam um treinamento, com duração inicial de três meses, antes de serem contratados para o trabalho de campo.