Concurso IBGE: falta de recenseadores adia fim do Censo para janeiro
Com apenas 1/3 do total de vagas preenchido e sem precisar realizar novo concurso IBGE, Censo tem prazo final adiado para janeiro de 2023.
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Publicado em:07/12/2022 às 11:39
Atualizado em:07/12/2022 às 11:39
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgou, nesta semana, o quarto balanço do Censo Demográfico 2022. Sem a necessidade de realizar um novo concurso IBGE, a autarquia adiou o fim da coleta para janeiro.
A falta de recenseadores foi um dos motivos. Inicialmente, o Censo terminaria no dia 31 de outubro, mas o processo foi prorrogado para o início deste mês. Mas, com apenas 1/3 do total das vagas preenchido, a coleta foi novamente adiada.
Até o momento, cerca de 80% da população foi recenseada. Além da falta de recenseadores, a recusa de parte da população em responder aos questionários da pesquisa também é determinante para o atraso na conclusão do Censo.
"Além da dificuldade de contratar recenseadores, o IBGE também encontrou dificuldades para fazer o trabalho de recenseamento nas comunidades e naqueles lugares onde vivem os extratos de renda mais alta", disse o diretor de pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo.
Ainda segundo Azeredo, o IBGE precisará rever a remuneração. "O Censo mostra que o IBGE vai caminhar para mudança de paradigma de contratação de recenseadores. Tem que pensar no Censo como lição aprendida”, disse o diretor de pesquisas", disse.
MP flexibiliza contratação para o Censo
Em todo o país, de 28 de novembro a 4 de dezembro, o IBGE contava com 60.611 recenseadores em ação, 33,1% do total de vagas disponíveis.
Os cinco estados menos adiantados na evolução da coleta são Mato Grosso (42,1%), Amapá (35,6%), Espírito Santo (30,3%), Acre (40%) e São Paulo (31,9%).
Segundo o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte, a ação implementada no Rio de Janeiro, com o apoio da Secretaria Municipal de Saúde, está sendo fundamental nesta reta final da coleta na capital carioca.
No município, agentes comunitários de saúde estão sendo capacitados para atuarem como recenseadores. Além deste processo, o Instituto conta com uma Medida Provisória (MP), para facilitar a contratação dos recenseadores.
Conforme a MP nº 1.141, além de não exigir a realização do concurso IBGE, processo que o Instituto já havia deixado de lado, com a realização de processos seletivos descentralizados, a autarquia passou a contar com a possibilidade de contratação de aposentados.
Após concurso, IBGE descentralizou contratações
Em novembro, o IBGE abriu mais um processo seletivo com 158 vagas, nos cargos de agente de pesquisas e mapeamento (154) e supervisor de coleta e qualidade (quatro).
As inscrições foram finalizadas no mesmo mês e o resultado final publicado esta semana, no site do IBGE.
Apesar da abertura da seleção, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística segue com dificuldade na manutenção dos contratos dos temporários.
Por conta disso, o IBGE descentralizou a contratação dos recenseadores, cargo mais requisitado para a realização do Censo Demográfico.
Atualmente, 14 estados brasileiros contam com oportunidades. São eles:
Acre;
Ceará;
Espírito Santo;
Goiás;
Mato Grosso
Minas Gerais;
Pará;
Rio Grande do Norte;
Rio Grande do Sul;
Rio de Janeiro;
Rondônia;
Santa Catarina;
São Paulo; e
Tocantins.
Em alguns etados, é possível conferir os municípios com vagas e os endereços para a inscrição. Em outros, o número de oportunidades por cidade é disponibilizado.
No caso do recenseador, os candidatos devem apresentar o nível fundamental completo. Com jornada de trabalho recomendável de, no mínimo, 25 horas, o salário é por produção e pode ser calculado no site do IBGE, por meio de um simulador.
As inscrições para as seleções descentralizadas do IBGE são gratuitas e presenciais, nos locais indicados no site do IBGE.
Os candidatos passarão por um treinamento, antes de serem contratados para o trabalho de campo, com duração inicial de três meses.