Concurso PF: Moro pede demissão e alega interferência política

O ministro Sergio Moro anunciou em coletiva a sua saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública, após exoneração do diretor da PF.

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Publicado em:24/04/2020 às 08:42
Atualizado em:24/04/2020 às 08:42

O atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, acaba de anunciar o seu pedido de demissão da pasta. O desligamento de Moro veio após a demissão do diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo. Segundo ele, tudo isso acontece devido à interferências políticas.

O anúncio da saída de Moro aconteceu na manhã desta sexta-feira, 24, em pronunciamento oficial feito pelo próprio ministro. Moro avaliou o trabalho feito durante seu mandato e deu as principais justificativas pela sua saída.

A saída de Sergio Moro foi confirmada ainda na sexta-feira, 24. O decreto de exoneração foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União.

Moro comentou sobre a exoneração do ex-diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e afirmou:

"Não assinei aquele decreto, não tinha conhecimento, não houve pedido formal de exoneração. Fiquei sabendo pelo Diário Oficial."

O decreto de autorização que exonera Maurício Valeixo do cargo de diretor-geral da PF foi divulgado no Diário Oficial da União desta sexta-feira, 24. Ele está assinado por Jair Bolsonaro e Sergio Moro.

No entanto, no início da manhã de sexta, aliados de Moro já comentavam o seu desconhecimento acerca desse decreto. Ao ficar sabendo dessa medida e todo o imbróglio que culminou na saída de Valeixo, Moro disse em pronunciamento:

"Achei que isso foi ofensivo. Foi a sinalização de que o presidente me quer fora do cargo. Eu preciso preservar a minha biografia", alegou Moro.

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O presidente Jair Bolsonaro ainda não veio a público comentar a saída de Moro, tampouco fez algum pronunciamento via redes sociais. Fica a expectativa para que a saída de Moro seja oficializada no Diário Oficial da União, em sessão extra ou na próxima edição.

(Foto: Divulgação)
Moro pede demissão do Ministério da Justiça após exoneração de diretor da PF
(Foto: Divulgação)

Bolsonaro quer alguém de confiança no cargo de diretor, diz Moro

O agora ex-ministro da Justiça Sergio Moro alegou que o presidente da República optou pela saída de Valeixo por motivos políticos. Segundo ele, Bolsonaro quer um nome de confiança, para ter acesso a informações e relatórios sobre investigações em andamento.

Sobre a troca de direção na PF, Moro alegou que precisava de um motivo do presidente para concordar com a saída de Valeixo, pois o ex-diretor vinha fazendo um trabalho bem feito. Ele garante que não foram apresentadas essas justificativas pelo presidente, ressaltando, mais uma vez, um sinal de interferência política.

"Eu não tenho nenhum problema em trocar o diretor-geral da PF, mas preciso de uma causa, um erro grave, insuficiência técnica. Mas vi ao longo do tempo que era um trabalho bem feito."

Sergio Moro ainda falou no seu discurso que o presidente Jair Bolsonaro não estudava apenas trocar o cargo de diretor-geral da PF, mas que também trocar alguns superintendentes regionais, como Rio de Janeiro, Distrito Federal e Pernambuco.

Ele ainda confirmou que a pressão e insistência pela troca de comando na PF vinha se arrastando desde o segundo semestre de 2019. Moro relembra que no início de seu mandato teve carta branca do presidente para escolher seus representantes.

Vale lembrar que Maurício Valeixo era considerado por Moro como um homem de referência e tido como seu 'braço direito', pois já trabalharam juntos na Lava Jato.

Diretor da Abin e mais dois nomes são cotados para o comando da PF

O próximo diretor-geral da PF ainda não foi definido. O presidente Jair Bolsonaro exonerou Maurício Valeixo sem ter quem colocar no lugar e o cargo ficará vago até a decisão do presidente.

Internamente, três nomes correm como mais cotados para ocupar o cargo, sendo um com mais peso. Na manhã desta sexta, 24, o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, começou a ser especulado por pessoas ligadas ao presidente.

Além dele, outros dois nomes são cotados, sendo:

  • Anderson Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal; e
  • Fabiano Bordingon, atual diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen)

Também em seu pronunciamento, Moro comentou que o seu objetivo e de seus representantes a frente de PF, PRF e demais corporações sempre seria o combate à corrupção e o crime organizado.

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Como fica o concurso PF em meio a esse cenário?

A troca de cargos na Polícia Federal e no Ministério da Justiça e Segurança Pública pode impactar no andamento e nas tratativas em prol de novos concursos. Há a expectativas para novas autorizações.

Tanto Moro quanto Valeixo sempre foram favoráveis a novos editais, visando a reposição do efetivo. Espera-se que os próximos nomes possam dar continuidade ao trabalho e manter as lutas e negociações com o governo para realizar novos concursos.

Moro que teve ligação direta com os decretos de autorização que Jair Bolsonaro autorizou em 2019, tanto para PF quanto para PRF, que permitiu a contratação de remanescentes dos concursos em andamento. Mais aprovados puderam ser convocados para o curso de formação.

Concurso Polícia Federal autorizado em maio? Entenda!

A Polícia Federal, inclusive, já confirmou dois pedidos com mais de 800 vagas para as áreas policial e administrativa. Mas, sindicalistas e representantes da corporação esperam por um aval ainda maior.

O presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, deu uma declaração e indicou que o pedido enviado pela corporação contempla 3 mil vagas.

"Sobre o concurso da Polícia Federal, o nosso diretor-geral pediu mais 3 mil vagas de concurso. Nós esperamos que seja atendido, pelo menos, paulatinamente, abrindo algumas vagas agora e outras depois", disse Edvandir.

Pedido de concurso PF 2020

Carreira Requisitos Remuneração
Agente administrativo Nível médio completo R$4.710,76
Plano Especial de Cargos da PF Nível superior em várias áreas  R$5.554,87
Agente policial Nível superior em qualquer + CNH R$12.441,26

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