Concurso PF: primeiro ano de Moro mantém déficit e reduz operações
Com menos servidores, o primeiro ano de Sergio Moro à frente da Segurança Pública apresentou queda nos índices de prisões e operações.
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Publicado em:23/03/2020 às 08:02
Atualizado em:23/03/2020 às 08:02
Após completar um ano como ministro da Justiça e Segurança Pública, os números de Sergio Moro não são favoráveis. Dois indicadores importantes apresentaram uma redução nesse período, sendo eles os de prisões e operações. Além disso, manteve-se o déficit de policiais na Polícia Federal.
Toda essa queda na produtividade pode ser caracterizada de maneira evidente pela falta de servidores na PF. A corporação é uma das que apresentam uma grande necessidade de pessoal.
"Faltam 4 mil policiais em nossos quadros", disse o delegado Edvandir Paiva, presidente da Associação dos Delegados da Policia Federal - a ADPF.
Segundo informações do Jornal Estadão, desde 2013 que os dois indicadores não registram uma queda parecida. De lá para cá, o número de prisões e operações subia, com recorde em 2018.
O presidente da associação considera que a carência de servidores na PF é um dos principais motivos que atrapalha o trabalho da polícia no combate ao crime. Ele ainda cita o fato de que a Polícia Federal ficou dez anos sem concurso, de 2004 a 2014.
"A Polícia Federal chegou a um ponto em que, realmente, se não houver mais investimento, ela vai estacionar ou até diminuir o número de operações. Nós estamos extraindo o máximo possível com efetivo e orçamento que temos", comenta.
PF envia pedido de concurso e espera resposta do Governo
Se o problema para resolver é a queda na produtividade pela falta de servidores, a solução é realizar um novo concurso. Para isso, a Polícia Federal encaminhou ao Governo Federal um pedido para divulgar um novo edital de concurso PF.
Juntos, somam-se 834 vagas. Um dos pedidos tem como objetivo preencher 600 vagas de agente policial, que exige nível superior em qualquer área e carteira de habilitação e proporciona ganhos de R$12.441,26.
Foi confirmado, também, um pedido para o cargo de agente administrativo, pelo presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luis Antônio Boudens, com exclusividade à FOLHA DIRIGIDA. O pedido da área de apoio contemplará a 234 vagas.
Todavia, esse quantitativo ainda poderá ser maior. Isso porque o próprio presidente da ADPF confirmou a possibilidade de uma autorização para 3 mil vagas.
Sobre esse quantitativo, o presidente da federação, Luis Boudens, comentou que a PF enviou, junto ao pedido, uma minuta que solicita a permissão para 3.460 vagas a mais, nessas mesmas áreas.
Para Boudens, essa demanda ainda pode ser maior, pois há uma luta, junto ao Governo, para a criação de novos cargos administrativos, podendo chegar a 5 mil vagas. Mas, essas informações seguem apenas em estudo. Apenas após o aval do governo é que será conhecido o quantitativo oficial.
Curso de formação do concurso PF é suspenso, após Coronavírus
Os aprovados na última seleção da Polícia Federal devem ficar atentos. Isso porque na última semana a PF suspendeu a matrícula e realização da segunda turma do Curso de Formação Profissional (CFP) do concurso PF 2018.
O comunicado foi divulgado no Diário Oficial da União e já está em vigor. A suspensão também foi anunciada pelo Cebraspe, a banca organizadora. A paralisação permanecerá enquanto perdurar o estado de emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Coronavírus (COVID-19).
O curso de Formação Profissional da Polícia Federal é realizado com caráter eliminatório como última etapa do concurso público. O regime é o de internato, que exige do aluno uma dedicação em tempo integral com frequência obrigatória e dedicação exclusiva.
Assim que retomado, e iniciado o período do curso e da matrícula, os alunos deverão comprovar idade mínima de dezoito anos completos, estando capacitados física e apresentar a seguinte documentação:
Atestado médico de que está apto para a prática de atividades físicas, expedido há, no máximo, 15 dias antes do início do curso, conforme modelo constante no edital;
Declaração de não estar cumprindo sanção por inidoneidade, aplicada por qualquer órgão público e(ou) entidade da esfera federal, estadual e(ou) municipal, a ser preenchida no momento da matrícula;
Autorização para obtenção, pela Polícia Federal, de dados médicos referentes ao candidato, a ser preenchida no momento da matrícula;
Autorização para obtenção, pela Polícia Federal, de dados funcionais junto a órgãos públicos, autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e pessoas jurídicas de direito privado, a ser preenchida no momento da matrícula.
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