Concurso PMERJ: comandante revela como funciona o curso de formação
Veja como funciona e quais as peculiaridades do curso de formação de soldados, última etapa dos aprovados no concurso PMERJ antes da posse.
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Publicado em:11/08/2020 às 05:34
Atualizado em:31/07/2023 às 04:30
O comandante do CFAP destacou que o curso exige do aluno entrega, dedicação e comprometimento com as aulas. Mas, segundo ele, não é feita uma exigência desproporcional a conquista de ser um policial militar.
“Todos os policiais militares, voluntariamente, escolheram essa profissão. É uma missão nobre por excelência. Nós, no juramento, nos comprometemos a, se necessário, entregar nosso maior patrimônio, nossa vida, para defesa de alguém que sequer conhecemos. Os protagonistas dessa missão também não podem ter um curso simples”, classificou.
Como é a rotina no curso de formação de soldados?
O coronel Marcelo Teixeira explicou que a rotina dos alunos do curso de formação é puxada e começa cedo.
“Às 5h30 da manhã eles se apresentam no pátio de sua respectiva companhia, são colocados em forma e conduzidos ao rancho para o café da manhã. Nos dias da Educação Física, às 7h eles executam essa prática. Nos demais dias, há um quadro de trabalho semanal que estabelece as disciplinas 8h às 18h. Há o intervalo do almoço”.
Ele ainda complementou: “terminado o dia pedagógico, retornam as companhias, fazem o asseio pessoal, trocam de roupa, entram em forma e se deslocam ao corpo da Guarda em forma, marchando, com canções militares e somente lá são liberados”.
O curso de formação, de acordo com o comandante do CFAP, é composto por 32 disciplinas distribuídas nos módulos:
Básico;
Profissional;
Jurídico;
Complementar.
As disciplinas mesclam a teoria e a prática. Questionado sobre alguns destaques do curso, Teixeira apontou as disciplinas de crimes contra a mulher, Direitos Humanos e preconceitos.
“Elas dão atenção especial diante do cenário atual. Nossos valores e princípios não são internalizados com apostilas. O respeito é a marca maior da formação”.
O coronel pontuou que o principal na formação do policial militar são os valores e princípios. “A nossa função é mediar conflitos sociais e interagir diretamente com a sociedade”.
Curso de formação para soldados da PMERJ é composto por disciplinas
teóricas e práticas (Foto: Divulgação/PMERJ)
Em função de novas leis, equipamentos, armamentos e viaturas, a matriz curricular do curso de formação de soldados está em revisão. Atualmente, as aulas são ministradas por civis e militares, que integram o banco de talentos da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
“Ao militar é dado o título de instrutor e ao civil, de professor. Eles participam de forma conjunta na formação policial”, explicou o comandante do CFAP.
Além das aulas teóricas, os alunos do concurso formação de soldados da PMERJ têm aulas práticas. O comandante do Centro de Formação e Aperfeiçoamento e Praças disse que esse momento é essencial e se aproxima da realidade e da ação policial.
“Os instrutores procuram criar ambientes muito próximos da nossa realidade crítica. Com a ambientação de armamento e viaturas”, assinalou Marcelo Teixeira.
Ele sinalizou que as capacidades motoras só são adquiridas com treinamento e condicionamento pela repetição.
“O conhecimento intelectual exige ferramentas como livros, apostilas e palestras. O movimento na capacidade motora só é alcançado depois de entendido e repetido diversas vezes. Até a hora que se torna automatizado. Essa é a ferramenta que pode preservar as pessoas de bem lá na frente”, apontou.
Para intensificar ainda mais a questão prática e a melhorar a formação dos policiais, a corporação começou a investir em tecnologia e no uso de simuladores.
Há, por exemplo, a sala de tomada de decisão. O coronel Marcelo Teixeira explicou que é um software que cria um cenário virtual e o participante se vê em situações que são muito comuns na carreira.
“O aluno interage com uma sala de rádio virtual, com a dupla que está vivenciando a ocorrência, com o cidadão virtual, com o eventual marginal que está no cenário. Consegue colocar em prática diversos ensinamentos que recebeu em outras disciplinas”.
A partir da atitude dos alunos e da forma que ele verbaliza para a pessoa que está sendo abordada, os instrutores podem apontar os erros. “Nós mantemos permanentemente pesquisas para monitorar o resultado dessas ações”, afirmou Teixeira.
Assista a entrevista completa com o comandante do CFAP:
Os alunos têm vivência de policiamento ostensivo?
Há pouco tempo, o Centro de Formação e Aperfeiçoamento e Praças começou a aplicar a oficina de rotina de policiais militares, que permite aos alunos o treinamento de policiamento ostensivo nas ruas.
Essa oficina é dividia em três módulos, como explicou o coronel Marcelo Teixeira.
► Primeiro módulo: “no ambiente da companhia, a gente cria uma reserva única de material bélico, uma sala de operações, ambientes normais de um serviço. O aluno se ambienta e pratica aquilo que vai encontrar no serviço.
Chegando à unidade, ele retira o armamento adotando todos os procedimentos de cautela e segurança, se apresenta ao oficial do dia e vai cumprir o serviço. Tudo isso se comunicando com a sala de rádio”;
► Segundo módulo: “os alunos são distribuídos pelo CFAP como se lá fosse um bairro. Eles operam lá dentro como em um bairro. Além do módulo inicial, vem a cobrança de postura, de apresentação e da verbalização deles.
O que eles falam, como eles falam e os fundamentos legais utilizados”.
► Terceiro módulo: “é quando eles extrapolam os muros do CFAP e, sob a supervisão de profissionais, realizam operações e policiamento ostensivo nas ruas do bairro Sulacap”.
Para aqueles que desejam prestar o novo concurso PMERJ, o comandante do CFAP orientou que busquem informações sobre a profissão conversem com policiais na ativa e alunos em formação. Ele ainda deixou o seguinte recado:
“Não desistam do sonho, seus limites estão muito além do que imaginam. O CFAP reúne os esforços e é um parceiro fundamental nessa conquista. Os encorajo a escolherem essa profissão. Para vocês que pensam em ser policial militar, a sensação de dever cumprido pode ser experimentada diariamente. Faça sua escolha profissional e venha de peito aberto que você vai ser vitorioso”.
Concurso PMERJ: qual salário de um soldado?
O cargo de soldado da Polícia Militar do Rio de Janeiro requer o ensino médio completo, idade de 18 a 35 anos e altura mínima de 1,60m para mulheres e 1,65m para homens. Além de Carteira Nacional de Habilitação na categoria B ou superior.
Ao longo do curso de formação, os salários são de R$2.213,62. Depois da formatura, o valor passa para R$3.452,55.
“Finalizando a chamada dos 800 aprovados do concurso de 2014, é a intenção do governo do Estado promover concursos de 2 mil policiais por ano”, destacou Figueredo.
No dia 6 de agosto, o governador Wilson Witzel assinou o ato de convocação de 400 aprovados no concurso PMERJ 2014. Por sua vez, o secretário de Polícia Militar do Rio de Janeiro prevê que em até quatro meses possa chamar os demais 400 remanescentes.
“Faremos novamente a contagem da vacância para chamar os outros 400. De três a quatro meses vamos conseguir finalizar os 800”, afirmou Figueredo. Então, os preparativos do novo concurso serão encaminhados.
Resumo concurso PMERJ
Órgão: Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ)
Banca: a definir
Cargos: soldado
Requisitos: ensino médio completo; idade de 18 a 35 anos; altura mínima de 1,60m para mulheres e 1,65m para homens; Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria B ou superior