Foram confirmadas as mortes de dois candidatos do concurso para Polícia Penal de Minas Gerais, nos dias 10 e 12 de janeiro, após a reaplicação do teste de aptidão física (TAF). A causa das mortes não foi especificada.
De acordo com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp MG), responsável pela organização do concurso, os candidatos apresentaram um mal súbito depois da corrida de resistência.
A pasta afirma, em nota, que os participantes receberam os primeiros atendimentos médicos no local de realização do TAF (Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica de Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte).Depois, foram levados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vespasiano.
Segundo a Sejusp, eles chegaram ao local com vida, porém o quadro se agravou e vieram a óbito. Um dos candidatos chegou a ser transferido para a UTI do Hospital Municipal Célio de Castro, na capital Belo Horizonte.
A Secretaria justificou que os candidatos apresentaram laudo médico atestando a aptidão para realização dos textos.
Confira a nota na íntegra enviada pela Assessoria de Imprensa da Sejusp MG à Folha Dirigida:
"É com profundo pesar que a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) confirma o óbito de dois candidatos participantes da etapa do Teste de Aptidão Física (TAF), do concurso para o provimento de vagas para a Polícia Penal de Minas Gerais. Um óbito ocorreu na última terça-feira (10/1) e o outro na quinta-feira (12/1).
Ambos apresentaram um quadro de mal súbito após a finalização do exame físico de corrida de resistência. Eles receberam os primeiros atendimentos por meio da equipe médica que acompanha todos os testes, ainda no local, e em seguida foram deslocados do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR) de Lagoa Santa, onde foram realizadas as avaliações, para a Unidade de Pronto Atendimento de Vespasiano. Os dois candidatos chegaram ao local com vida, mas o quadro de saúde se agravou e, infelizmente, eles vieram a óbito. Um deles chegou a ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Célio de Castro.
A Sejusp e o Instituto Nacional de Seleções e Concursos (Selecon), este último responsável pela realização do certame, acompanharam os candidatos e estiveram em contato com as equipes médicas durante todo o tempo de internação, prestando todo o suporte aos familiares.
Os atestados de óbito não foram disponibilizados. A Sejusp se solidariza com familiares e amigos neste momento tão difícil e inesperado. Todos os procedimentos necessários foram realizados pelo Instituto Selecon, com apoio da Sejusp que segue acompanhando o caso. Ressalta, ainda, que os dois candidatos apresentaram laudo médico liberatório, com a chancela de profissional habilitado, para a realização desta etapa do certame".
Nas redes sociais, muitos candidatos alegam que as mortes poderiam ser evitadas, uma vez que esta foi uma reaplicação do TAF por ordem judicial.
Entenda o porquê da remarcação do TAF
Em novembro de 2022, a realização de um novo TAF para o concurso foi determinada pela juíza do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ MG), Janete Gomes Moreira, da 4ª Vara de Fazenda Pública e Autarquias da comarca de Belo Horizonte.
A decisão foi baseada em uma ação civil pública proposta pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP MG), após candidatos denunciarem supostas irregularidades durante a aplicação do primeiro TAF do concurso Polícia Penal MG.
As denúncias apontaram que os examinadores foram responsáveis pelo preparo de candidatos aprovados no teste físico. O que beneficiaria um grupo de concorrentes e violaria o princípio de isonomia e impessoalidade.
O edital também previa a disponibilização, para efeito de recurso, da gravação das provas físicas, exceto o teste de corrida. Contudo, o Instituto Selecon, organizador do concurso, negou o acesso às filmagens, alegando que deveriam ser preservadas.
Dessa forma, os participantes foram obrigados a formalizar os recursos sem que obtivessem acesso aos vídeos. Frente a esses fatos, a juíza seguiu o pedido do MP e determinou a realização de um novo teste de aptidão física.
Concurso Polícia Penal MG tem oferta de 2.420 vagas
O concurso disponibiliza o total de 2.420 vagas para policiais penais. Na tabela abaixo, veja a distribuição entre homens e mulheres:
Sexo masculino |
1.944 vagas |
1.750 vagas para ampla concorrência |
194 vagas para pessoas com deficiência |
Sexo feminino |
476 vagas |
428 vagas para ampla concorrência |
48 vagas para pessoas com deficiência |