Concurso Polícia Penal MG: candidatos morrem após reaplicação do TAF

Candidatos do concurso Polícia Penal MG morrem depois da realização do teste de aptidão física. Veja nota na íntegra da Sejusp!

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Publicado em:16/01/2023 às 13:05
Atualizado em:16/01/2023 às 13:05

Foram confirmadas as mortes de dois candidatos do concurso para Polícia Penal de Minas Gerais, nos dias 10 e 12 de janeiro, após a reaplicação do teste de aptidão física (TAF). A causa das mortes não foi especificada. 

De acordo com a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp MG), responsável pela organização do concurso, os candidatos apresentaram um mal súbito depois da corrida de resistência.

A pasta afirma, em nota, que os participantes receberam os primeiros atendimentos médicos no local de realização do TAF (Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica de Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte).Depois, foram levados à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Vespasiano.

Segundo a Sejusp, eles chegaram ao local com vida, porém o quadro se agravou e vieram a óbito. Um dos candidatos chegou a ser transferido para a UTI do Hospital Municipal Célio de Castro, na capital Belo Horizonte.

A Secretaria justificou que os candidatos apresentaram laudo médico atestando a aptidão para realização dos textos. 

Confira a nota na íntegra enviada pela Assessoria de Imprensa da Sejusp MG à Folha Dirigida:

"É com profundo pesar que a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais (Sejusp) confirma o óbito de dois candidatos participantes da etapa do Teste de Aptidão Física (TAF), do concurso para o provimento de vagas para a Polícia Penal de Minas Gerais. Um óbito ocorreu na última terça-feira (10/1) e o outro na quinta-feira (12/1).

Ambos apresentaram um quadro de mal súbito após a finalização do exame físico de corrida de resistência. Eles receberam os primeiros atendimentos por meio da equipe médica que acompanha todos os testes, ainda no local, e em seguida foram deslocados do Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR) de Lagoa Santa, onde foram realizadas as avaliações, para a Unidade de Pronto Atendimento de Vespasiano. Os dois candidatos chegaram ao local com vida, mas o quadro de saúde se agravou e, infelizmente, eles vieram a óbito. Um deles chegou a ser transferido para a Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Municipal Célio de Castro.

A Sejusp e o Instituto Nacional de Seleções e Concursos (Selecon), este último responsável pela realização do certame, acompanharam os candidatos e estiveram em contato com as equipes médicas durante todo o tempo de internação, prestando todo o suporte aos familiares.

Os atestados de óbito não foram disponibilizados. A Sejusp se solidariza com familiares e amigos neste momento tão difícil e inesperado. Todos os procedimentos necessários foram realizados pelo Instituto Selecon, com apoio da Sejusp que segue acompanhando o caso. Ressalta, ainda, que os dois candidatos apresentaram laudo médico liberatório, com a chancela de profissional habilitado, para a realização desta etapa do certame".

Nas redes sociais, muitos candidatos alegam que as mortes poderiam ser evitadas, uma vez que esta foi uma reaplicação do TAF por ordem judicial. 

Entenda o porquê da remarcação do TAF

Em novembro de 2022, a realização de um novo TAF para o concurso foi determinada pela juíza do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ MG), Janete Gomes Moreira, da 4ª Vara de Fazenda Pública e Autarquias da comarca de Belo Horizonte.

A decisão foi baseada em uma  ação civil pública proposta pelo Ministério Público  de Minas Gerais (MP MG), após candidatos denunciarem supostas irregularidades durante a aplicação do primeiro TAF do concurso Polícia Penal MG.

As denúncias apontaram que os examinadores foram responsáveis pelo preparo de candidatos aprovados no teste físico. O que beneficiaria um grupo de concorrentes e violaria o princípio de isonomia e impessoalidade. 

O edital também previa a disponibilização, para efeito de recurso, da gravação das provas físicas, exceto o teste de corrida. Contudo, o Instituto Selecon, organizador do concurso, negou o acesso às filmagens, alegando que deveriam ser preservadas.

Dessa forma, os participantes foram obrigados a formalizar os recursos sem que obtivessem acesso aos vídeos. Frente a esses fatos, a juíza seguiu o pedido do MP e determinou a realização de um novo teste de aptidão física. 

Concurso Polícia Penal MG tem oferta de 2.420 vagas 

O concurso disponibiliza o total de 2.420 vagas para policiais penais. Na tabela abaixo, veja a distribuição entre homens e mulheres:

Sexo masculino 1.944 vagas 1.750 vagas para ampla concorrência
194 vagas para pessoas com deficiência
Sexo feminino 476 vagas 428 vagas para ampla concorrência
48 vagas para pessoas com deficiência

A carreira de policial penal tem como requisito o nível médio completo. NÃO há exigência de altura nem de carteira de motorista. 

Aos aprovados será pago, depois da aprovação no concurso, uma remuneração de R$4.631,25, para jornada de trabalho de 40 horas por semana.

A seleção apresenta seis fases: provas objetivas e de redação; avaliações de aptidão psicológica e psicotécnica; exames médicos; prova de condicionamento físico; comprovação de idoneidade e conduta ilibada (investigação social); curso de formação técnico-profissional.

As avaliações objetivas e de redação, por sua vez, foram realizadas no dia 13 de março. Foram cobradas 60 questões, sendo 10 de Língua Portuguesa; cinco para Informática Base; 10 de Noções de Direito.

Além de 10 questões de Direitos Humanos; 20 de Legislação Especial; e cinco de Raciocínio Lógico. Ainda foi preciso elaborar uma redação de 20 a 30 linhas.