As diferenças entre os cargos vão além da nomenclatura e envolvem rotinas, atribuições, estrutura de provas e até o estilo das bancas organizadoras.
Este comparativo ajuda a entender as características de cada função e auxilia o candidato a decidir qual concurso faz mais sentido para seu perfil.
Situação dos concursos TJ SP x TJ RJ
O concurso do Tribunal de Justiça de São Paulo é, neste momento, o mais adiantado. O edital já foi publicado com vagas para o cargo de escrevente técnico judiciário, cuja exigência é o nível médio completo.
As inscrições seguem até 22 de setembro, portal da Fundação Vunesp. As provas, por sua vez, estão marcadas para 7 de dezembro.
A seleção é para formação de cadastro de reserva, com remuneração inicial de R$6.345,94, já com os benefícios inclusos.
Já o concurso do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro prepara dois editais: um para técnico judiciário (nível médio) e outro para analista judiciário (nível superior).
Segundo apuração da Qconcursos Folha Dirigida, o órgão está em fase de contratação da banca e a escolhida é a Fundação Getulio Vargas (FGV). A publicação dos editais deve ocorrer ainda em 2025.
As vagas também serão para formação de cadastro de reserva, com salários iniciais de R$5.685,54 para técnico e R$9.363,84 para analista.

Com edital do TJ SP aberto para escrevente e do TJ RJ iminente para técnico, saiba a diferença entre as carreiras
(Foto: Divulgação)
Comparação entre cargos de técnico e escrevente
Apesar da exigência comum de escolaridade, as carreiras de técnico judiciário (TJ RJ) e escrevente técnico judiciário (TJ SP) possuem funções distintas e perfis profissionais diferentes.
Atribuições
O Escrevente do TJ SP é responsável pela organização dos serviços que envolvam as funções de suporte técnico e administrativo às unidades do Tribunal de Justiça, bem como:
- dar andamento em processos judiciais e administrativos;
- atender ao público interno e externo;
- elaborar e conferir documentos;
- controlar a guarda do material de expediente; e
- atualizar-se quanto à legislação pertinente à área de atuação e normas internas.
Já o Técnico judiciário do TJ RJ oferece funções mais amplas, com atuação tanto no setor judicial quanto administrativo. O servidor é responsável por praticar os atos necessários ao impulsionamento oficial dos processos judiciais e administrativos, observando os comandos e rotinas automatizados disponibilizados pelos sistemas e a normatização interna do Poder Judiciário.
Remunerações e benefícios
O cargo de escrevente do TJ SP conta com salário inicial de R$6.043,54, já somando vencimentos e gratificação judiciária. Além disso, há benefícios como auxílio-alimentação, saúde e transporte.
Já o técnico judiciário do TJ RJ inicia com salário de R$5.685,54, incluindo vencimento básico, Gratificação de Atividades Judiciárias e Adicional de Padrão Judiciário (APJ). Há ainda auxílio-transporte e benefícios como alimentação.
Locais de lotação
No TJ SP, as vagas estão concentradas na capital e Grande São Paulo, com abrangência em várias comarcas da 1ª Região Administrativa Judiciária.
Já no concurso do TJ RJ, ainda não há definição oficial das lotações, mas os aprovados poderão ser convocados para a capital e diversas regiões do Estado.
O que cai em cada concurso: TJ SP x TJ RJ
Os candidatos ao cargo de escrevente do TJ SP em 2025 são avaliados em duas fases: prova objetiva (eliminatória e classificatória) e prova discursiva – redação (eliminatória).
Já marcadas, ambas as provas do TJ SP ocorrerão em 7 de dezembro, no período da manhã, com duração de até cinco horas.
A prova objetiva terá 70 questões de múltipla escolha, divididas em três blocos:
► Bloco I: Língua Portuguesa (16 questões);
► Bloco II - Conhecimentos em Direito (30 questões):
- Direito Penal;
- Direito Processual Penal;
- Direito Processual Civil;
- Direito Constitucional;
- Direito Administrativo; e
- Legislação Interna.
► Bloco III - Conhecimentos Gerais (24 questões):
- Atualidades (4 questões)
- Matemática (4 questões)
- Informática (9 questões)
- Raciocínio Lógico (7 questões)
Já no último concurso do TJ RJ, publicado em 2020 e republicado em 2021, a prova objetiva foi composta por 60 questões, sendo 20 de Conhecimentos Gerais e 40 Específicos. Os conteúdos exigidos foram:
Conhecimentos Gerais - 20 questões:
- Língua Portuguesa;
- Ética no Serviço Público;
- Noções dos Direitos das Pessoas com Deficiência;
- Legislação Especial.
Conhecimentos Específicos - 40 questões:
- Noções de Direito Administrativo;
- Noções de Direito Constitucional;
- Noções de Direito Processual Civil;
- Noções de Direito Processual Penal;
- Legislação.
Apesar de ainda não ter edital publicado, a tendência é que a estrutura da nova prova para técnico do TJ RJ mantenha o mesmo padrão, com ajustes pontuais.
Com isso, os candidatos precisam observar também o estilo das bancas organizadoras de cada certame.
Qual cargo vale mais a pena
A escolha entre o concurso do TJ SP e o do TJ RJ depende de diferentes fatores, que devem ser avaliados com atenção por cada candidato. Entre os principais estão:
- tempo de preparação;
- perfil profissional desejado;
- local de trabalho
- preferência por tipo de rotina de trabalho; e
- afinidade com o estilo de prova e da banca organizadora.
Para quem busca uma oportunidade imediata, o TJ SP já conta com edital publicado e cronograma definido.
A banca Vunesp apresenta um estilo tradicional, com provas objetivas de múltipla escolha e enunciados mais diretos. O conteúdo costuma ser bem distribuído entre Língua Portuguesa, Raciocínio Lógico, Informática e disciplinas jurídicas.
Por outro lado, o TJ RJ oferece mais tempo para se preparar e pode ser mais atrativo para candidatos que se sentem à vontade com provas interpretativas e conteúdo teórico aprofundado.
A banca FGV, confirmada para o próximo concurso, é conhecida por aplicar provas mais exigentes, com enunciados externos e forte cobrança de interpretação e análise. Isso favorece candidatos mais experientes ou com domínio teórico consolidado.
Ambos os cargos oferecem:
- Remuneração inicial acima de R$5 mil;
- Estabilidade;
- Bons planos de carreira.
A principal diferença está na rotina funcional e nas atribuições. Logo, a escolha ideal parte do conhecimento sobre os cargos e as bancas.
Com base nessas informações, é possível planejar a preparação de forma mais estratégica e aumentar as chances de aprovação.
