Concursos Saúde RJ: secretário anuncia editais para SMS e RioSaúde
Secretário de Saúde do Município do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, informa que serão realizados concursos para a área este ano. Confira!
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Publicado em:15/02/2022 às 14:57
Atualizado em:15/02/2022 às 14:57
Novos concursos Saúde RJ 2022 serão realizados. O secretário de Saúde do Município do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, informou à Folha Dirigida que, ainda este ano, deverão ser abertos concursos para contratação de servidores efetivos na RioSaúde e na Secretaria Municipal de Saúde.
A notícia foi dada durante entrevista exclusiva à Folha Dirigida, que pode ser lida na íntegra a seguir. Na ocasião, o secretário revelou que serão realizadas contratações celetistas na RioSaúde e estatutárias na Secretaria Municipal de Saúde.
Daniel Soranz, no entanto, não soube precisar ainda quais serão os cargos oferecidos nos próximos concursos. Isso porque, as seleções ainda estão em fase planejamento.
Porém, garantiu que os concursos poderão ter mais vagas para médicos, já que, segundo o secretário, a carreira é a que possui maior vacância atualmente. Há expectativa de vagas também para técnicos de enfermagem e enfermeiros.
Concursos Saúde RJ estão estão previstos no orçamento, diz secretário
Ainda de acordo com Soranz, já existe previsão orçamentária para a realização dos concursos. No entanto, ainda há questões da pandemia que precisam ser solucionadas para que as seleções ocorram de fato.
Na entrevista, o secretário municipal de Saúde fez também um balanço das ações feitas pela SMS RJ em 2021, falou sobre os planos da prefeitura para zerar a fila do Sisreg em até 18 meses e destacou ações da gestão para valorizar os servidores públicos.
Além disso, informou que os esforços da prefeitura são para que o novo plano de cargos e salários dos servidores da Saúde do município, que é uma promessa de campanha do prefeito Eduardo Paes, possa ser encaminhado ainda este ano para votação na Câmara Municipal.
Confira abaixo a entrevista
Como tem sido o desafio de estar à frente da pasta da Saúde em meio à pandemia do coronavírus que já matou mais de 600 mil pessoas no Brasil?
Daniel Soranz - É um super desafio. Não é um momento nada simples que a gente está vivendo. Eu acho que estamos vivendo um dos momentos mais difíceis da história da Secretaria Municipal de Saúde.
Muitas pessoas morreram, foi muito doloroso para várias famílias. Mas, gradativamente, estamos avançando e vencendo a Covid-19. Então, hoje a gente já tem um cenário epidemiológico muito melhor do que tínhamos no início do ano.
Com a entrada da variante Ômicron, as pessoas vacinadas, de fato, têm uma chance infinitamente menor de se internar gravemente, de vir à óbito. Então, a vacinação, de fato, protege, é eficaz.
No entanto, ainda vivemos um momento difícil. Também é um momento que a Secretaria Municipal de Saúde precisou aumentar muito a sua força de trabalho para poder, de fato, dar conta de toda atividade que eram necessárias nessa pandemia.
Como foi que o senhor encontrou a área de Saúde quando o assumiu a pasta, tanto no que tange à parte operacional, de infraestrutura e até mesmo de pessoal?
Daniel Soranz - A gente tinha um problema estrutural gravíssimo. Foram quatro anos sem manutenção predial, sem nenhum tipo de investimento na rede. Então, é claro que a gente tem as unidades ainda muito deterioradas.
No ano de 2021, avançamos bastante: dos 2.700 aparelhos de ar-condicionado quebrados que encontramos, 1.800 foram reformados ou comprados novos. Ainda vai faltar, aproximadamente, mil aparelhos para a gente consertar. Mas o maior problema mesmo foi a área de Recursos Humanos.
A Secretaria tinha encolhido em 6 mil funcionários. Felizmente, a gente conseguiu recompor metade dessa força de trabalho, crescendo aí em torno de 4.600 profissionais de saúde no ano passado.
No entanto, ainda precisamos crescer. Agora, o nosso desafio continua sendo a recomposição das equipes de Saúde da Família, que demandam um número de profissionais bastante expressivo.
Também tem a questão do Hospital do Olho e da redução da fila para o sistema de regulação. Então, só no Hospital do Olho, a gente vai ter mais de 600 profissionais. E, por fim, o projeto de fortalecimento dos hospitais para zerar a fila da regulação.
A nossa expectativa é em torno de mais 1.200 profissionais, para que a gente possa continuar avançando aí, de fato, zerar a fila do Sisreg em um prazo de 18 meses.
Durante campanha eleitoral, o prefeito Eduardo Paes prometeu reduzir passo a passo as OSs que trabalham para o município e valorizar a RioSaúde. O que tem sido feito nesse sentido?
Daniel Soranz - A gente está valorizando muito a RioSaúde. O primeiro desafio foi sanear as contas da RioSaúde. Antes, não se pagava as dívidas trabalhistas, de 2018, de 2019, do ano de 2020.
Felizmente, a gente conseguiu sanear as dívidas que a RioSaúde tinha. A empresa está crescendo de maneira expressiva. Agora, ela está presente em quase todos os hospitais da cidade do Rio de Janeiro (Souza Aguiar, Miguel Couto, Lourenço Jorge, Francisco da Silva Telles, Hospital Ronaldo Gazolla, Rocha Faria).
Então, os principais hospitais da cidade já contam com a presença da RioSaúde, ocupando um espaço bastante importante. Ela vai continuar ocupando esse espaço sempre, cada vez maior.
A pandemia mostrou para a sociedade não só a importância do SUS, como dos profissionais que trabalham na área de Saúde. O que o senhor e o prefeito Eduardo Paes têm feito para valorizar os servidores da Saúde do município? Recentemente, o governador João Dória anunciou um reajuste de 20% para esses profissionais. Há alguma previsão de reajuste também aqui na prefeitura?
Daniel Soranz - Neste momento, a gente não vê nenhuma previsão de aumento, a não ser os aumentos regulares da Prefeitura do Rio de Janeiro, que a Secretaria de Fazenda vai autorizar.
Nosso foco agora é melhorar as condições de trabalho, porque (a gestão) Crivella prejudicou muito as condições de trabalho, as condições estruturais e materiais. Vamos recompor o 14º salário, pois montamos um programa de meritocracia com o 14º salário.
Então, a gente retoma o que havia sido feito na outra gestão, onde conseguimos fazer um pagamento por desempenho, seja para funcionários CLT ou os funcionários RJU (Regime Jurídico Único).
Os dois irão ter um pagamento por desempenho, com o bônus que pode corresponder a um 15º ou somente um 14º por desempenho em cada unidade de saúde. Durante quatro anos não se comprou uniformes para os profissionais de saúde.
Então, estamos comprando uniformes para os profissionais, e isso certamente vai ajudar no dia a dia. E tem a previsão, nessa gestão, ainda de implementar ao plano de cargos e carreiras das secretarias. Há o Planejamento da Secretaria Municipal de Saúde em avançar nesse planejamento.
Havia a promessa do prefeito de criar, em seu primeiro ano de governo, o novo plano de cargo e salários para os servidores da Saúde. Por que isso não saiu do papel? Será encaminhado para a Câmara ainda neste primeiro semestre?
Daniel Soranz - Não. Certamente no primeiro semestre não é viável mandar isso para lá. Estamos acabando de sanear a questão das contas públicas. Não foi um processo simples fazer o pagamento de uma folha trabalhista a mais, do 14º salário que o Crivella não havia conseguido pagar.
Então, no orçamento de 2021, além de pagar a folha de dezembro, tivemos que pagar o 14º e a folha de dezembro de 21 meses. E isso, certamente, isso compromete. No entanto, (o plano de cargos) está no nosso planejamento, e a gente espera enviar (à Câmara Municipal) certamente isso até o final deste ano.
Em 2019, na gestão do então prefeito Marcelo Crivella, foram abertos concursos para a contratação de profissionais efetivos na Saúde, como médicos, técnicos de enfermagem, enfermeiros e até mesmo administrativos. As oportunidades foram tanto para a RioSaúde como também para a própria Secretaria. Esses 4.600 funcionários contratados pela Prefeitura do Rio de Janeiro, na atual gestão, incluem os efetivos concursados?
Daniel Soranz - Não. Esses profissionais são profissionais que entraram nos nossos processos seletivos da RioSaúde ou pelas organizações sociais, e não chamamos ainda os efeitos dos dois concursos, que são concursos antigos, onde já foi chamado um quantitativo de pessoas bastante expressivo, que, muitas vezes, é maior do que o meu número de vagas que estava previsto no edital.
Então, nesse momento, a gente não está utilizando o banco desses concursos para chamamento definitivo, porque já está numa reclassificação muito longa. Já foram chamados mais de 1.300 profissionais, se eu não me engano.
Mas a gente continua se apropriando, se houver a oportunidade de chamar, se for possível, chamaremos. Mas se não for possível, será preciso outros concursos.
Também foi promessa de campanha do prefeito Eduardo Paes abrir concursos para a área de Saúde, sobretudo para a RioSaúde. Há alguma programação de concurso, ainda em 2022, para a contratação de pessoal para a RioSaúde ou para a própria Secretaria Municipal de Saúde?
Daniel Soranz - Sim, está nos planos da secretaria para este ano. Mas a gente não tem ainda uma data fechada para o processo administrativo.
Então, haverá concursos para celetistas na RioSaúde e estatutários para a própria secretaria, correto? O senhor já tem autorização do prefeito para isso?
Daniel Soranz - Isso depende do planejamento. A gente já tem autorização orçamentária, já temos orçamentário previsto para isso. Vamos caminhando para que, ao longo desses próximos meses, gente consiga, de fato, estruturar isso de forma definitiva.
A gente cresceu muito e agora é esperar o que vai acontecer com a pandemia da Covid-19 para continuar crescendo. A gente abriu muitas vagas para celetistas tanto pela RioSaúde quanto via organização social.
A ideia é oferecer vagas para enfermeiro, técnico de enfermagem, médico, técnico de laboratório, ou seja, todas aquelas carreiras, do último concurso para a RioSaúde e a Secretaria de Saúde?
Daniel Soranz - A gente conseguiu um equilíbrio das carreiras que a gente mais necessitava, então só vamos abrir concurso para as carreiras em que a gente tiver necessidades. As que foram supridas pelo concurso anterior, a gente não terá necessidade de abrir, a não ser que tenhamos vacâncias.
Saberia precisar quais seriam os prováveis cargos desses concursos, para que as pessoas possam ter uma ideia e começar a se preparar?
Daniel Soranz - Eu não tenho isso aqui agora. Isso ainda está em planejamento. Certamente, a área que tem maior vacância é para a médico. A gente espera ter um planejamento mais fechado, conforme a epidemia de Covid-19 vá diminuindo.
O senhor saberia precisar qual é o atual déficit de pessoal na rede municipal de saúde do Rio de Janeiro e em quais cargos há maior necessidade de pessoal?
Daniel Soranz - Eu não tenho esse dado aqui. Como a rede cresceu muito, mudou muito o seu perfil, a gente não tem esse planejamento de déficit agora, porque tem muitos funcionários temporários suprindo essa carência.
A gente precisar ver, de fato, quais os serviços que vão ficar após a pandemia para eu poder calcular possíveis déficits que a gente possa ter.
No último dia 11, a Prefeitura do Rio anunciou as metas que compõem o Acordo de Resultados de 2022 para melhorar o serviço público. Uma delas é zerar a fila do Sisreg a partir da realização de 330 mil procedimentos em até 18 meses. Em função disso, será preciso contratar mais servidores efetivos?
Daniel Soranz - Sem dúvida. São três principais iniciativas: uma é a iniciativa de compra de serviços do sistema privado. Então, é a compra de exames, procedimentos, cirurgias do sistema privado.
Tem uma iniciativa que é a de fortalecimento dos hospitais, em que os concursos (seleções para contratação de temporários) já estão na rua, disponíveis no site da RioSaúde, para o fortalecimento do número de profissionais a mais nos hospitais, para que a gente possa acelerar a cirurgia, acelerar a execução de determinados procedimentos que estão na fila do Sisreg.
Então, essa contratação já está disponível. E também um grande edital que a gente vai lançar para o Hospital do Olho, no centro de referência oftalmológica que deve inaugurar ainda neste primeiro semestre. Aí será um concurso (processo seletivo) que será feito por uma organização social.
Gostaria que o senhor deixasse uma mensagem para dois públicos: primeiro para a população do Rio, que paga impostos e quer ter uma Saúde de qualidade. A outra, para os profissionais de Saúde que hoje integram os quadros da prefeitura, bem como aqueles que gostariam de se tornar concursados da administração carioca.
Daniel Soranz -Primeiro, para a nossa população. Ao longo deste ano, a gente mostrou que pode avançar, de fato, no Sistema Único Saúde. Em 2021, a gente avançou muito no trato dos serviços públicos, na produção de serviços públicos de saúde, na entrega de um sistema cada vez melhor.
Há um investimento da prefeitura, claro, na infraestrutura dos seus profissionais e também dos insumos que a população recebe, como medicamentos e outros insumos de distribuição gratuita que são essenciais para a saúde. É bem perceptível esse avanço.
Para quem frequenta as unidades, para quem depende dos medicamentos nas unidades de saúde, a gente passou por um período muito crítico, sem conseguir pagar salário em dia e o 13º. No entanto, felizmente, a gente passou um ano de 2021 sem atraso no salário.
A mensagem para os profissionais de saúde é de que vocês sabem que a gente tem capacidade administrativa para avançar. A gestão do prefeito Eduardo Paes já avançou muito nessa questão. A gente volta a ter um sistema de meritocracia, onde a gente remunera mais quem tem o melhor desempenho. Os funcionários que têm o melhor desempenho, além de concorrer a 14º salário, vão poder ter outros tipos de vantagens.
Além disso, os salários vão ser pagos em dia, como foram pagos no ano de 2021. O 13º vai ser pago em dia, como aconteceu nos outros anos de gestão de Eduardo Paes e que já aconteceu nesse primeiro ano.
A rede vai voltar a crescer, então vamos poder distribuir o nosso trabalho com outros profissionais de saúde, com mais qualidade de estrutura física. Vamos poder ter um desempenho melhor e ter mais flexibilidade com os pontos eletrônicos que estão entrando nas unidades de saúde.
Os funcionários vão poder trabalhar com um banco de horas com muito mais segurança. Então, tem muita coisa para que a gente possa avançar. Já para os profissionais que querem trabalhar no Sistema Único de Saúde, querem ser servidores da Secretaria Municipal de Saúde, é muito importante que faça o nosso programa de formação, que façam nosso programa de residência médica, que façam o nosso programa de residência multiprofissional.
E também que possam se planejar, tanto para fazer nossos concursos para a administração direta quanto indireta, pela RioSaúde ou pelas organizações sociais. Você que quer trabalhar no município do Rio de Janeiro, conheça a rede. Se puder, entre no processo de formação, para que você tenha mais vantagem competitiva.
Nossos próximos concursos todos eles vão ter pontuações para titulação. Então, a titulação vai ser um critério cada vez mais importante, tanto o de especialista, mestrado ou doutorado. Especializações vão fazer muita diferença nos próximos processos seletivos.