Concursos RJ 2021: Pedro Paulo prevê cortar gastos para novos editais
Futuro chefe da Fazenda no município do RJ fala em fazer compensações financeiras para cumprir promessas de novos concursos no Governo Paes.
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Publicado em:14/12/2020 às 10:55
Atualizado em:14/12/2020 às 10:55
Que a situação do Rio de Janeiro não é nada boa, isso não é novidade. Mas, pelo que parece, a gestão de Marcelo Crivella entregará um cenário ainda mais difícil de se permitir a realização de concursos sem medidas urgentes de contingenciamento de gastos.
E, com isso, a gestão do novo prefeito Eduardo Paes já se organiza, antes mesmo de assumir, para que seja possível cumprir a promessa de novas contratações.
Mas, como não encontrará a 'casa' de uma forma arrumada e com a situação favorável, já se fala em corte de gastos, segundo o futuro chefe de fazenda, Pedro Paulo.
Em entrevista ao Jornal O Dia, o indicado por Eduardo Paes para assumir à Secretaria de Fazenda e Planejamento falou que o Rio de Janeiro tem números trágicos para o ano de 2021.
Pedro Paulo falou sobre a necessidade de se ter cautela em um primeiro momento, ressaltando, ainda, que para tirar esse projeto de novos concursos do papel será necessário cortar gastos de um lado e fazer uma compensação financeira.
"O prefeito estabeleceu um compromisso com os servidores, eu disse que isso ficará pendurado na minha sala. É como uma cláusula pétrea do nosso programa de governo, porém, temos que ter responsabilidade", destacou Pedro Paulo.
Prefeitura do Rio segue sem data para pagamento do 13º dos servidores
Uma situação que já preocupa aos servidores do município do Rio de Janeiro é o pagamento de salários e de benefícios, como do 13º, que segue sem previsão.
Recentemente, Marcelo Crivella disse que segue sem data prevista para realizar os pagamentos. Segundo Pedro Paulo, em meio a este cenário:
"Seria absolutamente irresponsável falar agora em novos concursos se a gente não sabe a data do 13º, e a garantia do pagamento de dezembro".
Na última semana, Pedro Paulo falou em entrevista coletiva realizada na sede da Firjan. Segundo ele, a gestão vai herdar um déficit de cerca de R$ 10 bilhões do governo Crivella.
“Entregamos uma prefeitura com mais de R$ 50 milhões em caixa disponível para o prefeito iniciar o mandato com todos os salários quitados. Estamos recebendo a prefeitura à beira do estouro da Lei de Responsabilidade Fiscal, com quase 55% de endividamento”, pontuou Pedro Paulo.
Pedro Paulo fala em plano de emergência para novas contratações
Ainda não é possível confirmar e dizer com todas as palavras o que será feito pela próxima gestão para resolver essa situação. Mas, o futuro chefe de Fazenda já fala em um possível plano de emergência.
Segundo ele, esse plano envolveria o congelamento e corte de despesas, auditorias em contratos e na folha de pagamentos, além da renegociação de dívidas do Rio com a União.
Com isso, ele pretende dar folga de caixa para implementar diversas ações imediatas. Entre elas, possibilitar novas contratações por meio de concursos públicos.
"Vamos trabalhar para que todos os compromissos sejam cumpridos. Durante os oito anos de administração Paes o funcionalismo teve ganhos sucessivos. Esse é o espírito da administração pública. É preciso que isso volte a ser feito encontrando ações compensatórias, buscando recursos", disse Pedro Paulo.
Paes explicou, ainda na entrevista, que não é possível prever uma única área na qual priorizaria a realização de concursos, mas mencionou as maiores áreas da prefeitura, que certamente terão investimento e atenção especial
Segurança (guarda);
Saúde; e
Educação
"Não tinha um mês que não tivesse concurso acontecendo, claro, na área da Educação com muito mais intensidade que as outras áreas. A Comlurb fazendo seu papel sempre. Nós vamos voltar a ter concurso na cidade do Rio de Janeiro", pontuou Paes.
Outra promessas de Paes para o serviço público
Reajuste aos servidores públicos
"Se eu tiver que entrar na justiça para fazer o reajuste dos servidores em 2021 eu entrarei na justiça, pelo menos eu vou fazer como eu fiz nos meus oito anos de governo, vou dar o reajuste da inflação, porque é inaceitável que você congele salário do servidor e coloque que a culpa é sempre dele."
Protagonismo da RioSaúde
"A minha ideia é que a Riosaúde com calma e tranquilidade fosse assumindo as tarefas das (Organizações Sociais) OSs privadas, se é que pode se chamar assim. Então eu acho que esse processo foi interrompido quando entrou o governo Crivella e, de repente, radicalizaram no início deste ano, o que sempre gera dificuldade e problema de colapso da rede.
Prioridade na Saúde
"A Saúde é minha prioridade absoluta número um. Vamos recontratar todas as equipes de saúde da família, vamos recontratar esses seis mil profissionais demitidos, vamos colocar o Rio Saúde, criado no meu governo, OS pública, empresa pública de Saúde, para funcionar, para ir assumindo as unidades de saúde, com tranquilidade e organização para que a gente tenha um modelo adequado servindo a população", finaliza.
Destaque inicial na Educação, com plano de retomada
"Nesse plano de 100 dias a gente vai lançar um programa conectados para permitir que as todas as crianças da nossa escola pública tenham acesso à internet, tenham tablet, tenham computador, enfim, que tenha o melhor custo para benefício. Vamos trabalhar com reforço escolar, vamos programar para a gente fazer dois anos em um, porque senão esse esforço social que existe entre a criança da escola pública e a criança da escola privada só vai aumentar, o que é inaceitável."
Mais efetivo na Guarda Municipal e na Comlurb
"Fizemos um plano de cargo de salário que não está sendo implementado, e sei que ele precisa de ajustes. A guarda é fundamental. Você tem aí duas categorias, que são a prefeitura na rua: que é a Comlurb e que é também a Guarda Municipal."