Contratação temporária cresce e se destaca de janeiro a junho
Aumento da demanda é o principal motivo da geração de vagas temporárias
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Publicado em:30/07/2020 às 06:00
Atualizado em:30/07/2020 às 06:00
Em uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Trabalho Temporário (ASSERTTEM), 80,6% das agências associadas afirmaram que o aumento da demanda foi o principal motivo da geração de vagas temporárias entre janeiro e junho de 2020.
Esse tipo de contrato tem ganhado destaque neste período de pandemia. Afinal, é uma opção formal de contratação, porém mais rápida, mais barata e mais flexível. O que garante segurança econômica e jurídica para as empresas contratantes.
Na pesquisa da ASSERTTEM com as agências associadas, 47,2% delas afirmaram que, em comparação ao início da pandemia, tiveram ou estão tendo aumento da procura por contratos temporários.
Entre janeiro e junho deste ano, quase metade (47,5%) das agências contrataram mais de 500 trabalhadores por tempo determinado para os setores de Saúde, Alimentação, Agronegócio, Indústria e Logística.
A vagas eram para atuação em cargos operacionais (69%), administrativos (25%) e de supervisão (6%). A média salarial no semestre variou de R$1.045 a R$4 mil, sendo que, para a maior parte dos contratos, o valor ficava na faixa de um salário mínimo a R$2 mil:
Trabalho temporário deve ser protagonista nos próximos meses
"Os dados da pesquisa provam que o trabalho temporário toma seu legado nessa crise e pode assumir o papel de protagonista como uma importante solução para a sobrevivência das empresas e o combate ao desemprego."
A explicação é do presidente da ASSERTTEM, Marcos de Abreu, que vê na contratação temporária uma saída para milhares de empresas durante a pandemia. De acordo com ele, a regulamentação do trabalho temporário também estimulou e contribuiu para as contratações nessa modalidade.
A regulamentação ocorreu há 7 meses com a publicação do decreto 10.060/2019. Com isso, as empresas que desconheciam a forma de contratação têm uma maior compreensão da modalidade com segurança jurídica e econômica.
E as agências de trabalho temporário, diz Abreu, possuem estrutura capaz de agir rápido e atender as demandas de todos os setores.
Uma prova de que esse tipo de contrato deve protagonizar nos próximos meses é que, mesmo após o início da pandemia da Covid-19, entre os meses de abril e junho, foi registrado o aumento no volume de vagas e contratações desse tipo.
Das agências de trabalho temporário abrangidas na pesquisa, 17,1% realizou mais de 400 contratos.
Os trabalhadores contratados no período têm de 18 e 29 anos em 52,8% das vagas; de 30 a 44 anos em 44,4%; e de 45 a 60 anos em 2,8%. A maior parte das vagas preenchidas (72,7%) são ocupadas por pessoas do sexo masculino.
"A modalidade deve ser vista como oportunidade para que as empresas consigam atender suas demandas urgentes e emergenciais e para ganharem fôlego durante a retomada até conseguirem efetivar os trabalhadores novamente", finaliza o presidente da ASSERTTEM.
Jovens representam boa parte do trabalho temporário no país
Uma outra pesquisa, da Employer RH, empresa de Recursos Humanos, apontou que, em 2020, houve um aumento de 2% na taxa de jovens, na faixa de 18 a 25 anos, contratados temporariamente se comparado a 2019.
De janeiro a março de 2020, essas pessoas já representam 35% do trabalho temporário no país, contra 33% em relação ao mesmo período do ano passado.
Além disso, dados do IBGE revelam que há mais de 12,3 milhões de desempregados, sendo 27% representados pelos jovens. Esse público representa ainda os que mais procuram trabalho temporário.
A recomendação é que pessoas dessa faixa etária que ainda estão procurando emprego aproveitem este momento para expandirem suas qualificações por meio de cursos online e webinares, se especializando na área que desejam atuar.
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