Coronavírus: especialista revela como gerar renda na internet
Edu Costa mostra que é possível crescer nos serviços digitais diante da crise
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Publicado em:08/04/2020 às 08:23
Atualizado em:08/04/2020 às 08:23
Diante das políticas de isolamento social pelo Coronavírus (Covid-19), muitos profissionais autônomos, que lidam com atendimento ao público, viram sua única fonte de receita desaparecer. Sem atender aos clientes fisicamente, agora, precisam se reinventar. A internet surge como solução para criar novas formas de renda.
Em entrevista exclusiva à FOLHA DIRIGIDA, o CEO da Linkedyou e especialista em estratégia digital, Edu Costa, conta que é possível ganhar dinheiro na internet durante a quarentena, sem sair de casa. “Toda crise traz junto várias oportunidades”, afirma. Hoje, de acordo com ele, existem diversas chances para quem precisa dar esse passo.
“A verdade é que ganhar dinheiro online já é uma realidade para muita gente há anos, como eu mesmo e vários outros empreendedores digitais fazemos. O que mudou é que para muitos, isso agora não é mais uma possibilidade, mas uma necessidade”, aponta.
Para o especialista, independente do modelo de negócio, é preciso entender alguns princípios fundamentais do Marketing Digital para aproveitar essa oportunidade. Isso porque o profissional deve entender como identificar o melhor nicho para atuação, que tipo de produto ou serviço digital desenvolver, e, claro, como vender isso online.
Assim como a forma tradicional de vender seus produtos e serviços físicos, a internet também possibilita outros modelos de geração de receita online.
“Podemos falar sobre e-commerce (e com tantas ferramentas online hoje, nunca foi tão fácil ter uma loja virtual), serviços de orientação (onde você não executa o serviço para o cliente, mas orienta e auxilia os seus clientes nisso - de forma remota) e também produtos de educação (ensinando os seus clientes a resolverem um problema através de cursos online, ebooks, lives, etc.), entre muitas outras possibilidades”, cita.
No caso dos profissionais autônomos, prestadores de serviço ou empreendedores, a dica de Edu Costa é avaliar como a crise impacta seus clientes. Além do quanto seu produto/serviço é prioridade para eles em tempos de recessão econômica.
“Depois de avaliado isso, você precisa cuidar de reter seus clientes (mesmo renegociando contratos, é a melhor forma de garantir receita contigo), continuar vendendo (com ofertas, promoções, queima de estoque, etc.) e, principalmente, criar novas fontes de receita online, vendendo seu conhecimento e habilidade na internet, pois você nunca deve contar com uma única fonte de renda para o seu negócio”.
Para quem procura uma segunda fonte de renda online, o CEO da Linkedyou recomenda entender como a vida das pessoas foi impactada com a crise. E, assim, pensar em soluções que as ajudem.
Por exemplo, o que farão as pessoas que não podem contar com seu tratamento estético mensal? Ou as pessoas que não podem ir ao barbeiro? Ou que não podem levar seu pet para tomar banho? Ou que precisam educar e entreter os filhos pequenos em casa? Ou que não podem ir para academia?
“Você pode criar um produto ou serviço digital que atenda esses públicos para fazer renda online durante a quarentena”, aconselha Edu Costa.
Enxergar na crise uma possibilidade de crescimento. Essa é a tese defendida por Natália Bassi, publicitária que trabalha com fotografia de família em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Em conversa com FOLHA DIRIGIDA, ela conta que com a pandemia do Coronavírus, os ensaios que estavam agendados foram cancelados ou adiados.
Assim, ela decidiu investir em outros negócios para gerar renda nesse período. A solução encontrada foi o Marketing Digital.
Ela passou a divulgar em suas redes sociais outros serviços da sua empresa, Be Simple, como criação de sites, identidade visual e gestão de mídias sociais. Seu foco está em pequenas empresas e trabalhadores autônomos.
“Com essa divulgação online, vi uma oportunidade de continuar tendo clientes mesmo à distância, porque não preciso ter contato pessoalmente. Vi uma oportunidade para aumentar a renda ao invés de ir ao fluxo de não ter vendas e não ter dinheiro”, revela Natália.
Diante da estratégia, muitas pessoas procuraram pelos serviços. “Fechei um projeto com uma empresa de cuidadores de idosos para fazer o marketing digital deles. Ao invés de parar tudo, eles resolveram investir no marketing para continuar tendo clientes” conta a publicitária.
Quanto maior a crise, maior o salto de sucesso que alguém pode dar. O maior perigo de uma crise, na visão de Edu Costa, é também o melhor recurso para quem quer inovar e construir um negócio online de sucesso: a incerteza.
Para o especialista, em um contexto de recessão econômica, isso é elevado à potência. É por isso que a Bolsa de Valores despenca, mercados fecham, empresários demitem.
“Mas é também a incerteza que te permite ganhar dinheiro online na crise de forma ética, exatamente no momento em que entender como o seu (novo) produto ou serviço digital pode ajudar a diminuir a incerteza do seu público”, indaga.
Para um pai de crianças pequenas e que estão sem aula na quarentena, por exemplo, a educação dos filhos é uma incerteza. Como alguém pode aproveitar isso para gerar renda pela internet?
“Se você é um professor, você pode oferecer aulas online para crianças. Se você é um educador, você pode criar um curso online ajudando pais a educarem as crianças por conta própria”, indica Edu Costa.
As possibilidades, de acordo com o especialista, são inúmeras. Basta ver a quantidade de músicos que, mesmo sem fazer shows, estão promovendo seus trabalhos online.
“Se você não tem qualificação técnica, mas que gosta de crianças, pode fazer atividades lúdicas em uma live no Instagram, ou abrir um canal do Youtube, e oferecer (quem sabe?) serviços de colônia de férias online”, propõe.
Portanto, para quem está preparado, e tem o método certo, as chances são múltiplas. “O caos de uma crise serve de escada para quem quer aprender a usar o digital como fonte de renda”, conclui Costa em referência à frase ‘o caos é uma escada’, do personagem Mindinho da série Game of Thrones.
* Por Bruna Somma - bruna.somma@folhadirigida.com.br