Coronavírus: Paulo Guedes anuncia programa para socorrer a Economia

Parte dos R$147 milhões anunciados irá para a manutenção dos empregos

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Publicado em:16/03/2020 às 16:55
Atualizado em:16/03/2020 às 16:55

Em entrevista coletiva, realizada nesta segunda-feira, 16, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a injeção de R$ 147,3 bilhões na Economia para frear os efeitos catastróficos que a pandemia do Coronavírus (Covid-19) vem causando ao país, entre eles a desaceleração da economia.


Segundo o ministro, o programa emergencial, que terá duração de três meses, se baseia na preocupação com a saúde e o emprego. Desse valor anunciado, uma parte vai para os mais vulneráveis à doença - como os idosos; a segunda parte para a manutenção dos empregos; e a terceira, para a saúde, que será utilizada em políticas de combate à pandemia.
 

"A preocupação é saúde e emprego, os mais vulneráveis e a manutenção do emprego", disse o ministro em referência à fala do presidente Bolsonaro.

Entre as medidas adotadas pelo Governo no plano emergencial estão:

  • O adiantamento do 13º para o meses de abril e maio para aposentados e pensionistas;
  • O não recolhimento do pagamento do FGTS pelas empresas durante três meses;
  • O não recolhimento do Simples, durante três meses, para as pequenas e micro empresas;
  • Suspensão de 50% dos impostos repassados ao 'Sistema S' por um trimestre; e
  • Abertura de linhas de créditos nos bancos públicos.

 

A expectativa é de que, após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro, o programa seja ampliado para outras áreas afetadas. Confiante quanto à superação do momento que o país vive, Paulo Guedes ressaltou:

"Não podemos nos entregar ao pânico e à política de derrotismo", afirmando que a nossa economia tem uma dinâmica diferente dos países mais desenvolvidos.

Contrariando as recomendações dadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e por especialistas, ao final da entrevista, ele disse que idosos devem ficar em casa, mas que os jovens devem sair para trabalhar. 

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Ministro Paulo Guedes anuncia 147, 3 milhões para manutenção dos empregos
(Foto: Divulgação)

 

A situação do setor de comércio e serviços pode se agravar nos próximos dias 

 

Os primeiros efeitos da pandemia do Covid-19 já começam a ser sentidos em algumas empresas. Hoje, a Cinemark, a maior rede de cinema do país, propôs aos trabalhadores um Plano de Demissão Voluntária (PDV) ou um Programa de Qualificação Profissional remunerado, após o governo do Rio suspender as atividades de cinemas e teatros.

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Na primeira opção, os funcionários terão direito ao saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), sem o pagamento da multa rescisória. Já no programa de qualificação, o funcionário ficará sem trabalhar por um período, mas seguirá participando de cursos online e receberá até cerca de 80% de sua remuneração líquida, excluídos os adicionais de auxílio transporte e alimentação.

Os funcionários, que estão de férias coletivas, terão 24 horas para decidirem a qual plano desejam aderir. De acordo com presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas Teatrais e Cinematográficos do Rio de Janeiro, Paulo Balmant, as medidas  propostas ainda precisam ser homologas pelo Ministério do Trabalho.

Em nota, a rede informou que “iniciou diálogo com seus colaboradores e sindicato para encontrar de forma conjunta as melhores alternativas para a administração da crise sanitária e econômica”.

Outros segmentos da Economia poderão ser afetados nos próximos dias. Em entrevista ao RJ1 desta segunda, o governador do Rio, Wilson Witzel, fez um apelo aos empresários para fecharem restaurantes e academias.

"Peço aos empresários que, nesse momento, tenham a consciência e que precisam fechar as academias, precisam fechar os restaurantes", afirmou.

Para evitar o agravamento da crise, com a queda na arrecadação em serviços, ele disse que, nos próximos dias, espera a injeção de R$ 40 bilhões em estados e municípios.