'Coronavoucher' terá duração de 4 meses e valor do Bolsa Família

Valor estará disponível em até duas semanas para trabalhadores informais

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Publicado em:18/03/2020 às 15:47
Atualizado em:18/03/2020 às 15:47

Para enfrentar os impactos do Coronavírus (Covid-19), o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou que o Governo fornecerá um cupom para trabalhadores informais e pessoas desassistidas. Apelidada como “coronavoucher”, a medida foi confirmada pelo governo nesta quarta-feira, 18.

O valor do cupom será pago por quatro meses, não podendo ser “maior nem menor do que o Bolsa Família”. Em entrevista ao site Poder360, o ministro disse que a distribuição começará em até duas semanas pela Caixa Econômica Federal.

A nova ação para conter os impactos da Covid-19 visa beneficiar cerca de 18 milhões de famílias brasileiras. O interessado no “coronavoucher” deverá comparecer a uma unidade da Caixa para verificar a possibilidade de receber o valor.

“A Caixa Econômica Federal tem 26 mil postos de atendimento. Já estão sendo preparados. O interessado no voucher vai se apresentar e dizer o nome e dar alguma identificação. O atendente checará se o nome já consta como beneficiário do Bolsa Família ou do BPC (Benefício de Prestação Continuada). Se não estiver recebendo nada, estará habilitado para receber o voucher e já recebe o dinheiro”, disse Paulo Guedes ao site Poder 360.

A criação do voucher do Coronavírus para trabalhadores informais foi encomendada pelo presidente Jair Bolsonaro no início da semana, como adiantado por FOLHA DIRIGIDA. O pacote será um alento aos profissionais carentes que, muitas vezes, atuam como vendedores ambulantes.

Paulo Guedes e Jair Bolsonaro
Ministro Paulo Guedes (à esquerda) anuncia novo programa para 
reduzir impactos do Coronavírus no país
(Foto: Agência Brasil)

 

Desde as primeiras confirmações de casos de Covid-19 no Brasil, o movimento nas ruas vem caindo. Uma vez que a orientação das autoridades é permanecer em casa, sempre que possível, para evitar a maior disseminação do vírus.

“A gente fala que os aeroportos estão vazios e é possível enxergar. Mas tem uma enorme parte da sociedade que fica invisível. O trabalhador informal que vende churrasquinho na esquina, o ambulante que vende mate nas praias. O presidente está muito sensível a isso e já havia determinado que estudássemos como ajudar essa parcela da população. É o que está sendo feito. Este governo se preocupa com os desassistidos”, constatou Paulo Guedes.

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Coronavírus: Bolsonaro pede decretação de calamidade pública

O presidente Jair Bolsonaro solicitou nesta quarta-feira, 18, que o Congresso Nacional reconheça o estado de calamidade pública em decorrência da pandemia do Coronavírus . Se aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado, a medida terá efeito até 31 de dezembro de 2020. 

A calamidade pública permite que a União fique dispensada de atingir os resultados fiscais previstos para este ano e sejam liberados recursos federais para ações de emergência. A ação foi solicitada para que o governo tenha como intervir na economia em questões como geração de emprego.

A solicitação do Executivo tem por base as consequências que o surto do Coronavírus pode gerar na economia. Nesse cenário de incerteza, conforme o governo, as restrições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) poderiam inviabilizar políticas públicas essenciais e o combate à enfermidade.

“Espera-se que essas medidas sejam capazes de suavizar os efeitos sobre a saúde da população e pelo menos atenuar a perda de produto, renda e emprego no curto prazo e facilitar o processo de retomada”, consta na mensagem presidencial.

Segundo os últimos dados do Ministério da Saúde, o Brasil já conta com mais de 300 casos confirmados de Coronavírus.