A taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,1% no trimestre encerrado em dezembro. As informações foram passadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 24. Trata-se do menor índice desde o 4º trimestre de 2019, quando também ficou em 11,1%.
Já a taxa média de 2021 foi de 13,2%, o que indica uma tendência de recuperação frente à de 2020 (13,8%). Mesmo recuando, foi a segunda maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
Embora o cenário tenha melhorado em 2021, o patamar pré-Covid, de acordo com o IBGE, ainda não foi recuperado.
Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad). No levantamento anterior, referente ao trimestre encerrado em novembro, a taxa de desemprego estava em 11,6%, atingindo 12,4 milhões de pessoas. Hoje, a falta de trabalho ainda atinge 12 milhões de pessoas.
Ocupação cresce, mas renda segue reduzindo
A população ocupada cresceu 3% em relação aos três meses anteriores, para 95,7 milhões de pessoas.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2020, a alta foi de 9,8% (8,5 milhões a mais de pessoas). Com o crescimento, o nível de ocupação chegou a 55,6%. Na máxima histórica, em 2013, chegou a 58,5%.
Embora o desemprego tenha diminuido, o rendimento real habitual também caiu. A redução foi de 3,6% frente ao trimestre anterior e 10,7% em relação a igual trimestre de 2020, para R$ 2.447 – o menor rendimento da série histórica do IBGE.
A média anual foi de R$ 2.587, queda de 7% para 2020 (ou, menos R$ 195). Ou seja, há mais pessoas trabalhando no país, mas com rendimentos cada vez menores e abaixo dos registrados antes mesmo da pandemia, em razão do aumento do número de brasileiros na informalidade, que atingiu o número recorde de 38,9 milhões.
Resumo da pesquisa
- Na média anual, o número de desempregados totalizou 13,9 milhões, contra 13,8 milhões de pessoas em 2020
- As maiores taxas de desemprego no 4º trimestre foram as do AP (17,5%), BA (17,3%), PE (17,1%) e as menores, de SC (4,3%), MT (5,9%) e MS (6,4%)
- A taxa de informalidade subiu para 40,7% no 4º trimestre, se aproximando da máxima histórica. Número de brasileiros na informalidade alcançou marca recorde de 38,9 milhões de pessoas.
- Número de trabalhadores por conta própria saltou 11,1% na média anual e atingiu no 4º trimestre o recorde de 25,9 milhões de brasileiros
- Os trabalhadores com carteira assinada cresceram 2,6% em 2021, enquanto os que não tinham carteira aumentaram bem mais, 11,1%
- População subutilizada diminui 1,2% frente a 2020, para 31,3 milhões de pessoas.
- População desalentada caiu de 5,5 milhões em 2020 (recorde da série) para 5,3 milhões de pessoas em 2021
- Subocupados por insuficiência de horas trabalhadas saltou 18,1% na comparação com 2020, atingindo 7,5 milhões na média anual
- Aumento da ocupação foi puxado pelo comércio e pela construção, que ocuparam 3 milhões de pessoas a mais em 1 ano, no comparativo com o 4º trimestre de 2020
- Número de trabalhadores domésticos aumentou 6,6% contra 2020, alcançando 5,2 milhões de pessoas
- A taxa de desemprego foi de 9% para os homens e 13,9% para as mulheres no 4° trimestre; na análise por cor ou raça ficou abaixo da média nacional para os brancos (9%) e acima para os pretos (13,6%) e pardos (12,6%).
- Desemprego é mais alto na faixa etária de 25 a 39 anos (35,2%) e de 18 a 24 anos (30,8%)












