'Eu acho que vai ter', diz Bolsonaro sobre prorrogação do auxílio emergencial

Apesar de admitir que poderá haver novos pagamentos, presidente não dá detalhes sobre valores ou duração.

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Publicado em:09/02/2021 às 08:00
Atualizado em:09/02/2021 às 08:00

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 8, que "acha" que haverá uma prorrogação do auxílio emergencial, porém não deu mais detalhes sobre valor ou duração dos novos pagamentos. 

"Eu acho que vai ter. Vai ter uma prorrogação. Foram cinco meses de R$600 e quatro meses de R$300. O endividamento chegou na casa dos R$300 bilhões. Isso tem um custo. O ideal é a economia voltar ao normal", disse em entrevista à TV Band.

Desde o encerramento dos pagamentos em dezembro do ano passado, esta foi a primeira vez que Bolsonaro admitiu a volta do auxílio emergencial. Até então, o presidente vinha negando a possibilidade.

Inclusive, em 25 de  janeiro, Bolsonaro chegou a dizer que o benefício "não é aposentadoria" e que a capacidade de endividamento do país estava no limite. No último dia 28, ele também afirmou que a retomada do auxílio quebraria o país. 

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Sem informar detalhes, Bolsonaro disse nesta segunda que está em estudo uma "linha de corte", fazendo referência a diminuição no número de beneficiários que receberão o dinheiro. 

"Agora, tem a pressão? Tem. O que está sendo estudado: uma linha de corte. Foram 68 milhões de pessoas que receberam o auxílio emergencial", disse. "Até quando a gente pode bancar isso daí?", acrescentou.

 

Bolsonaro | auxílio emergencial
'Eu acho que vai ter', diz Bolsonaro sobre prorrogação do auxílio emergencial
(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

 

Bolsonaro também disse que a prorrogação do auxílio precisa ser feita com "responsabilidade" em relação às contas públicas para evitar efeitos negativos no mercado, como aumento no dólar.

"Se você não fizer com responsabilidade isso, você acaba tendo desconfiança do mercado, aumenta o valor do dólar, passa para R$ 6, vai impactar no preço do combustível. Fica uma bola de neve".

Guedes também admite volta do benefício

O ministro da Economia, Paulo Guedes, também mudou de ideia sobre o tema. No último dia 4, ele falou que o benefício pode voltar a ser pago, no entanto as novas parcelas dependem de ajustes fiscais.

“Os invisíveis, esses nós estamos focalizando a ajuda. É possível, temos como orçamentar isso, desde que seja dentro de um novo marco fiscal, robusto o suficiente para enfrentar eventuais desequilíbrios”, disse.

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Na noite desta segunda, após reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Guedes voltou a comentar sobre a medida, mas não deu detalhes. Questionado sobre o novo valor, ele respondeu que não decide sozinho.

"Não sou (eu quem decide o valor). Isso é todo mundo junto. Isso é uma coisa mais difícil. Nós estamos conversando, tem que ter o compromisso com a responsabilidade fiscal", disse o ministro.

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