FGTS: trabalhadores ainda têm dúvidas básicas sobre o benefício
Pesquisa realizada pelo Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador (IFGT) aponta as dúvidas que os trabalhadores têm sobre o FGTS.
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Publicado em:22/01/2021 às 12:00
Atualizado em:22/01/2021 às 12:00
Você sabe dizer o que é o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)? Em que dia ele é depositado e por qual banco? E qual o percentual deve ser depositado pela empresa mensalmente?
Para mensurar como está o conhecimento dos trabalhadores em relação ao benefício, o Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador (IFGT) realizou uma pesquisa. Ao todo, foram entrevistadas 1.457 pessoas.
Criado com objetivo de proteger o trabalhador demitido sem justa causa, o FGTS é uma poupança que recebe depósitos da empresa. 83,7% dos entrevistados souberam responder o que é o benefício.
No entanto, mais da metade (54,6%) não sabe o dia do depósito do Fundo de Garantia, que deve ser feito até o dia 7 do mês subsequente ao trabalhado — caso não seja dia útil, o recolhimento é feito antecipado para o dia útil anterior.
Para o instituto, é preocupante que muitos trabalhadores não saibam quando é feito o depósito, pois podem acabar sendo vítimas de empresas que não depositam o Fundo.
Por outro lado, 96,5% sabem que a Caixa Econômica Federal (CEF) é o banco responsável e, para o IFGT, a estatal deveria investir em divulgar os direitos dos trabalhadores no FGTS. Sobre o percentual descontado, 23,3% não sabem que é 8%, enquanto 51% não têm conhecimento sobre as verbas incidentes para o cálculo.
Depósito do FGTS deve ser feito até o dia 7 do mês subsequente ao
trabalhado (Foto: Marcela Camargo/Agência Brasil)
Instituto realiza ação coletiva para recuperar perdas no FGTS
Segundo o IFGT, de agosto de 1999 a dezembro de 2020, os trabalhadores deixaram de ganhar R$500 bilhões na atualização monetária do saldo do Fundo de Garantia, pois a TR (Taxa Referencial) não repõe as perdas inflacionárias.
Por isso, o Instituto Fundo de Garantia do Trabalhador está promovendo uma campanha para a realização de uma ação coletiva. A proposta é que o trabalhador recupere suas perdas e o Congresso mude a taxa de atualização monetária do Fundo de Garantia de TR para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Para Mario Avelino, presidente do instituto, a ação será uma maneira de pressionar o Congresso Nacional a mudar a lei que permite este confisco. “Neste momento, para o trabalhador não ter mais prejuízos, a solução é que ele participe de ações coletivas, por isso estamos promovendo uma pelo Instituto", explica.
Se você tiver interesse em participar da ação coletiva do IFGT, será necessário se associar à ONG, pagando uma anuidade de R$90. A ação terá um custo inicial de R$40. Mais informações podem ser obtidas no site do instituto.