Ipea aponta queda no rendimento de todos os trabalhadores
Com pandemia, os trabalhadores informais foram os que tiveram maior redução da renda, em novembro, segundo pesquisa do Ipea.
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Publicado em:06/01/2021 às 14:35
Atualizado em:06/01/2021 às 14:35
Os efeitos da pandemia do novo Coronavírus ainda assolam os lares brasileiros e vão muito além da questão sanitária. O país ainda precisa enfrentar a crise financeira, que se acentuou com a crise de saúde.
Isso fica evidente em novo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Segundo a pesquisa, em novembro de 2020, os rendimentos médios da população corresponderam a 93,7% da renda média habitual.
Ou seja, os ganhos totais dos trabalhadores diminuíram. O Ipea ainda aponta que aqueles que trabalham por conta própria tiveram a maior redução nos seus rendimentos, recebendo 85,4% do habitual em novembro.
Enquanto os trabalhadores formais foram os menos atingidos. Entre os do setor privado com carteira assinada e os funcionários públicos, a renda efetiva equivaleu a 96,9% do habitual.
Já os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada receberam 91,6% dos rendimentos usuais. A menor queda no rendimento foi entre os trabalhadores do setor público com carteira assinada (98,4%) e servidores do setor público informais (98,9%).
O estudo do instituto foi divulgado nesta quarta-feira, 6, e analisou os efeitos da pandemia do novo Coronavírus sobre o mercado de trabalho e também o impacto do auxílio emergencial na renda dos brasileiros.
A base de dados usada pelo Ipea são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Auxílio emergencial, encerrado em dezembro, contribuiu para aumento da renda
Ainda segundo a pesquisa, cerca de 2,95 milhões de lares (aproximadamente 4,32%) sobreviveram apenas com o valor do auxílio emergencial, de R$600 ou R$1.200. Auxílio esse que foi encerrado em dezembro.
Esse percentual representa uma queda de 0,44 ponto percentual na comparação com outubro, uma diminuição de 300 mil domicílios.
No mês analisado, 27,45% dos domicílios do país permaneciam sem nenhuma renda do trabalho efetiva, uma leve redução frente aos 27,86% registrados em outubro.
Segundo o Ipea, o auxílio emergencial contribuiu para a elevação em 1% da renda domiciliar média, se comparado com a condição em que os domicílios tivessem recebido apenas os rendimentos de trabalho habituais.
Na parcela da população com renda muito baixa os rendimentos chegaram a ficar 19% acima do usual. Por outro lado, o impacto do auxílio na renda domiciliar média ficou R$64 a menos do que o registrado em outubro, caindo de R$294,69 para R$229,77.
Com isso, a renda média total domiciliar caiu 1,76% em novembro, para R$3.783. A queda entre os domicílios de renda muito baixa foi de 2,8%, passando de R$1.106 para R$1.075.
No mês, cerca de 70% dos domicílios receberam a metade ou menos do valor do auxílio emergencial de setembro, proporção que sobe para 80% entre os lares de renda muito baixa.