Com mais casos de Covid-19, vagas de emprego caem 12% em novembro
De acordo com levantamento do Banco Nacional de Empregos (BNE), aumento do número de casos de Coronavírus influencia o resultado do mês.
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Publicado em:16/12/2020 às 18:00
Atualizado em:16/12/2020 às 18:00
O mercado de trabalho já sente o impacto da ‘segunda onda’ da Covid-19 no Brasil. As vagas de emprego caíram 12% em novembro em comparação ao mesmo mês de 2019. Os dados são do Banco Nacional de Empregos (BNE).
Em novembro, houve aumento de 10,7% nos registros suspeitos da doença na Grande São Paulo, segundo análise da Tracker, ferramenta que monitora o avanço da Covid-19 em São Paulo. A pandemia traz reflexos diretos na diminuição salarial e nas relações de emprego.
Para Marcelo de Abreu, CEO do BNE, a alta nos casos de Coronavírus traz o receio nas empresas para investir e contratar novos funcionários.
“Com o medo da segunda onda e do aumento de casos, as organizações responsáveis se viram com a necessidade de implementar novas medidas restritivas, como a redução de horários para os comércios de cada região”, comenta Abreu.
De acordo com o CEO do BNE, a redução das vagas ocorreu por conta do fechamento de empresas afetadas pela crise econômica.
“Diversas empresas tiveram que fechar suas portas ou realizar demissões em massa. Dessa maneira, as organizações ainda estão passando por um processo de recuperação”, explica.
Mercado de trabalho já sente impacto do aumento dos casos
de Covid-19 (Foto: Divulgação)
A vacinação em larga escala é a esperança para a recuperação da confiança e a retomada dos empregos.
“Não é de hoje que vemos que o mercado de trabalho caminha lado a lado com economia. É importante que a economia volte a ficar estabilizada para que as vagas de emprego voltem a crescer. A grande esperança é a vacinação em massa”, finaliza Marcelo.
No 3º trimestre, desemprego bate recorde de 14,6%
No trimestre encerrado em setembro, o desemprego no Brasil chegou ao recorde de 14,6%, atingindo 14,1 milhões de brasileiros. Os números constam na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNAD Contínua).
A pesquisa, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indica que a taxa de desemprego aumentou 1,3 ponto percentual comparada ao 2º trimestre deste ano (13,3%).
Em relação ao mesmo período do ano passado (11,8%), houve um crescimento de 2,8 pontos percentuais. Conforme o IBGE, "essa é a maior taxa registrada na série histórica", que foi iniciada em 2012.
Em três meses, cerca de 1,3 milhão de pessoas entraram na fila em busca de um trabalho no país. Para Adriana Beringuy, analista da pesquisa, o aumento nessa taxa também tem sinais da flexibilização das medidas de isolamento social.
“Em abril e maio, as medidas de distanciamento social ainda influenciavam a decisão das pessoas de não procurarem trabalho. Com o relaxamento dessas medidas, começamos a perceber um maior contingente de pessoas em busca de uma ocupação”, afirma.
As vagas temporárias de fim de ano podem ser uma solução para os milhares de brasileiros que estão em busca de trabalho. Confira os conteúdos da Folha+ sobre o assunto: