Mercado deve demorar mais de 9 meses para se normalizar

Dados referem-se à pesquisa feita pela Fecomércio DF com empresários da região

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Publicado em:02/06/2020 às 13:40
Atualizado em:02/06/2020 às 13:40

A Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo do Distrito Federal (Fecomércio DF) solicitou uma sondagem ao Instituto de Opinião e Informação Estratégica, em parceria com a Sphinx Brasil, sobre o impacto da pandemia do novo Coronavírus na economia brasiliense. Os dados são referentes aos dias 25 e 29 de maio.

Durante esse período, 105 empresários foram ouvidos. Uma das perguntas feitas ao grupo foi sobre a percepção de tempo dos empresários para a volta do mercado à normalidade. Na média, os entrevistados acreditam que a retomada vai demorar mais 9 meses e meio.

Do total de participantes, 33,7% respondeu que a normalidade só deve voltar após 10 meses ou mais. Já os mais otimistas (5,8%) acreditam que será preciso um prazo de 8 a 9 meses para a situação normalizar. 

Um grupo ainda menor, correspondente a 3,5% dos entrevistados, apostou em um período de 4 a 5 meses. Para outros 27,9%, tudo deve voltar ao normal em menos de 4 meses. 

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Sobre o fluxo de clientes nos estabelecimentos após a reabertura, os entrevistados também se mostraram cautelosos. Para esse quesito foram computadas as seguintes respostas: 

  • 13,3% responderam que as vendas aumentarão em função da demanda reprimida; 
  • 12,4% disseram que voltará a ser como antes da COVID-19; 
  • 30,5% afirmaram que o fluxo diminuirá por conta do medo do contato social; 
  • 40% responderam que a falta de dinheiro será preponderante para os clientes não irem às lojas; e 
  • 3,8% não souberam avaliar.

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O presidente da Fecomércio DF, Francisco Maia, avaliou que os resultados refletem o entendimento dos empresários sobre o atual momento de crise. Além disso, eles estão tomando todos os cuidados necessários para que os funcionários e clientes estejam protegidos contra a contaminação do vírus.

"No dia 27 de maio, a Fecomércio acompanhou a reabertura dos shoppings da cidade. Notamos um movimento abaixo do esperado e os empresários cumpriram todas as determinações de segurança: uso de máscaras, álcool em gel, aferição de temperatura e distanciamento. Acredito que com o tempo, essas medidas gerarão confiança nas pessoas, para que voltemos à normalidade", explicou. 

 

 

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Empresas buscam novos meios de chegar até os clientes e
manter atividades (Foto: Pixabay)

 

Empresários adotam medidas de prevenção

Na própria pesquisa há dados sobre os cuidados tomados pelos empresários. Em uma pergunta de múltipla escolha, sobre as medidas que estão sendo tomadas, 97,1% afirmaram disponibilizar máscaras para todos os colaboradores. Além disso, 86,7% responderam ter álcool em gel na entrada da loja e próximo ao caixa, enquanto outros 25,7% afirmaram dar luvas aos colaboradores; e 21% aumentaram a limpeza constante do ambiente. 

Ainda de acordo com o estudo, 62,9% dos empresários entrevistados acreditam que haverá uma queda no faturamento no primeiro mês depois que os estabelecimentos reabrirem. Sobre as demissões, 27,6% tiveram que cortar o vínculo empregatício dos funcionários

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Por fim, o estudo ainda aponta que os empresários já planejam novas formas de chegar até seus clientes. Segundo a sondagem elaborada pela Fecomércio, 14,6% das empresas estão investindo em delivery; 15,8% acrescentaram a retirada no balcão; 12,9% entraram no mundo digital e 17% já realizavam alguns desses serviços. 

Do total de empresas entrevistadas, 81,2% responderam que pretendem continuar com essas modalidades após a pandemia. O sócio da Opinião Informação Estratégica, o estatístico Alexandre Garcia, destacou a importância do empresário se reinventar. Segundo ele, a digitalização é indiscutível e vai mudar a jornada de muitos produtos e serviços. 

"Se tivermos que conviver com o Coronavírus ainda por muito tempo, isso provocará mais mudanças sociais do que já estamos enxergando. A partir do momento em que se gera uma adaptação, com um modo mais seguro e conveniente, não tem motivos para voltar a ser como antes", destacou.