Mudanças de carreira: existe um momento certo?

A diretora de recursos humanos da Randstad, Maria Luiza Nascimento, fala sobre os profissionais que almejam mudar de carreira

Autor:
Publicado em:13/03/2020 às 00:00
Atualizado em:13/03/2020 às 00:00

Muitas pessoas, mesmo as bem sucedidas, podem não estar motivadas com os rumos de suas carreiras. Nem sempre o sucesso está associado à realização pessoal. E, por isso, ao fazer essa reflexão, podem decidir partir para um novo rumo, seja empreendendo ou mudando de área.

O caminho não é fácil. Para mudar algo que já estabilizado é preciso ter cautela e coragem. Há novas profissões que vem despertando o interesse dos profissionais saturados. Trata-se de uma nova oportunidade, ou outro viés para a carreira. Jornalista por formação, Adriano Bertin, da Inbenta - plataforma especializada em atendimento online -, resolveu investir em uma das consideradas profissões do futuro: linguista, que atua como treinador de robôs.

Há também os que, após atuar na mesma área por muitos anos, quer mudar drasticamente. É o caso de Mateus Pestana, que trabalhou por mais de 15 anos como executivo em multinacionais e  resolveu partir para o empreendedorismo, fundando a SenseData, a primeira plataforma de Customer Success da América Latina. Hoje, Mateus é considerado um dos 100 maiores estrategistas de Customer Success no mundo.

Já Armelle Champetier é uma francesa que está morando no Brasil para liderar a startup Yogist no país (a empresa também da França). No entanto, o yoga não faz parte da formação da executiva, que veio do mundo de finanças.

Felipe Buranello e Eduardo Pirré se conheceram numa franqueadora no ramo de construção civil. Tornaram-se amigos e perceberam que tinham uma dor em comum: encontrar uma boa profissional de faxina. A partir deste problema, desenvolveram, em 2012, a Maria Brasileira, considerada a maior rede de limpeza residencial da América Latina.

Mudar de carreira é um ideal que muitos profissionais têm atualmente
(Foto: Pixabay)

 

De acordo com a diretora de Recursos Humanos da Randstad, Maria Luiza Nascimento, um dos motivos que faz uma pessoa mudar de área profissional é a busca pelo equilíbrio entre vida profissional e pessoal, quando acreditam que a carreira está estagnada.

Para a especialista, as novas gerações têm mais capacidade de mudanças. 

"Acredito que, dentre as gerações que temos hoje, as mais declinadas à mudanças são as gerações do Milênio (25 a 34 anos) e X (35 a 54 anos). São faixas de idades que já têm uma vasta experiência e que podem analisar se é viável uma mudança. Já a geração Z (18 a 24 anos) está chegando agora, e, ainda conhecendo o mercado. E a geração dos Boomers (55 a 64), provavelmente, já estão consolidados na área em que trabalham, além de terem um perfil mais conservador e ligado a uma construção de carreira sólida", afirma.

Maria Luiza Nascimento comenta sobre o período certo para se fazer uma mudança desta magnitude:

"O ideal é se preparar para essa transição e acompanhar o mercado para identificar o melhor momento. A preparação deve envolver questões financeiras e estruturais para não haver surpresas negativas no meio do caminho ou após a mudança."
 

Para finalizar, a profissional explica que a pessoa que quer mudar de carreira deve fazer uma reserva financeira, caso o projeto não dê certo.

"Mudar pode não ser fácil, e podem surgir incertezas. Para que isso não influencie na decisão, é importante que o profissional faça uma reserva financeira para evitar problemas. Entenda o mercado de trabalho e a área em que deseja atuar, estude sobre a função que deseja desempenhar e converse com pessoas que já tenham mudado de carreira", orienta.