O mundo pós-pandemia e os ambientes de home office do futuro
Marcílio Elias Rocha, fundador da Engemec, explica quais são as mudanças necessárias para se ter um ambiente de trabalho confortável em casa.
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Publicado em:17/09/2021 às 14:19
Atualizado em:17/09/2021 às 14:19
A pandemia do novo Coronavírus trouxe diversas transformações para o mercado de trabalho, entre elas, o home office. No Brasil, algumas empresas já possibilitavam essa flexibilidade ao funcionário, mas foi no período de isolamento social que o trabalho remoto ganhou mais força dentro das organizações.
De acordo com uma pesquisa da Salesforce, realizada em outubro de 2020, o trabalho remoto é uma tendência que chegou para ficar. Mais de 50% dos brasileirosentrevistados afirmam que trocariam de emprego se pudessem trabalharde home office.
Com o crescimento dessa prática nas empresas, quais serão as adaptações necessárias para que o colaborador se sinta confortável trabalhando de casa? Como serão as construções empresariais do futuro?
Marcílio Elias Rocha, fundador da Engemec, afirma que o trabalho remoto traz um novo direcionamento para a nova geração, que é a procura de espaços LOFT. Ou seja, ambientes com plantas livres e espaços totalmente integrados.
"Inúmeros lançamentos direcionados para esse público saem na mídia imobiliária, pois, para desempenhar um trabalho remoto, a geração milênio não precisa de uma mesa, já produzem até agachados."
Segundo Marcílio, a ergonomia e a privacidade ajudam a ter
um ambiente de trabalho remoto eficaz (Foto: Divulgação)
Apesar de o trabalho remoto estar, atualmente, bastante presente no dia a dia de muitos profissionais, Rocha comenta que os trabalhadores da Geração X, que aprenderam a produzir "cubiculados em baias", tendem a ter mais dificuldades de produzir na mesa da sala de casa, por exemplo.
Por isso, para que a busca por um espaço de trabalho dentro de casa seja eficaz, é preciso utilizar os seguintes critérios:
Conceitos de ergonomia;
Climatização;
Horizonte;
Privacidade;
Foco.
De acordo com o executivo, aplicando essas regras, mesmo que seja um "espaço não nobre, como uma dependência de serviço, um banheiro de serviço ou um canto sem circulação na sala, o local de trabalho pode se tornar tão ou mais confortável que a mesa do escritório.
"No caso de ter espaço nobre (quarto de hóspede, sala grande, área intima ou até na sacada da suíte, como realizamos recentemente para um cliente), pode-se fazer projetos cinematográficos de escritório, espaço da casa que, seguramente, será usado mais que a maior parte dos outros ambientes."
Rocha acrescenta dizendo que, ao conseguir privacidade para o escritório em casa, consequentemente, o profissional terá privacidade na casa em relação ao escritório e ao trabalho desenvolvido. Dessa forma, um não atrapalhará o outro.
Como as empresas de Engenharia podem se preparar para esse futuro?
Para trazer maior conforto e aproveitar todo o espaço disponível, algumas pessoas podem decidir por contratar um profissional que esteja apto para realizar essas mudanças, tanto na casa, quanto dentro das empresas.
O fundador da Engemec explica que o profissional responsável por essas mudanças deve pensar como o usuário da casa e, assim, fazer um projeto que impacte o menos possível no cotidiano do morador.
O executivo dá uma exemplo realizado no imóvel de um cliente, onde uma dependência de serviço com portas para a área íntima e lavanderia foi transformado em um ambiente de trabalho, que entre tantas mudanças, melhorou a circulação do apartamento sem impactar no uso dos espaços, trouxe privacidade e transformou o escritório no ambiente mais aconchegante da casa.
E, por falar em mudanças, a divisão dos espaços pode ser uma opção para quem mora em apartamentos, já que não é possível fazer construção.
Para quem mora em uma casa com quintal e espaço, ele ressalta que é possível construir o que a imaginação e o desejo possam pagar, respeitando as leis de uso e ocupação do solo.
"Uma dica para quem mora em casa e está sem grana: pense como apartamento. Não construa, apenas divida arquitetonicamente com um designer, de modo que o interior não impacte no dia a dia da casa e consiga a privacidade procurada."