Novo sistema Open Banking vai beneficiar empreendedores
Pequenos Negócios se beneficiarão do Open Banking, sistema de compartilhamento de dados bancários para melhorar a oferta de serviços financeiros.
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Publicado em:17/02/2021 às 15:00
Atualizado em:17/02/2021 às 15:00
O compartilhamento de dados bancários, o Open Banking, começou a ser implementado no dia 1º de fevereiro. E o início da implementação da primeira pelo Banco Central traz boas perspectivas para os pequenos negócios.
Esse sistema permitirá o compartilhamento de informações dos clientes entre os bancos, desde que o consumidor aceite. Vai facilitar a vida dos empreendedores, que poderão consultar seus relacionamentos bancários em apenas um aplicativo, por exemplo.
Além disso, o sistema favorece a busca por melhores preços e produtos que se adequem à realidade do consumidor. Isso porque os clientes terão o poder sobre as informações levantadas pelas instituições financeiras, como dados cadastrais e histórico de transações.
Com isso, poderão procurar outros bancos e incentivar a competição por serviços e crédito mais barato e de melhor qualidade. E como explica a analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Cristina Vieira, o Open Banking irá reduzir as taxas de serviços e aumentará a oferta de melhores produtos financeiros para as empresas.
“Os empreendedores poderão escolher, com mais facilidade, com quem eles querem se relacionar tendo em vista as vantagens oferecidas. São inúmeras as possibilidades que o Open Banking irá gerar para as empresas.”
Ela destaca ainda que com esse novo sistema surgirão muitas fintechs oferecendo novos serviços financeiros e as empresas poderão ter maior controle de sua vida financeira.
As fintechs poderão oferecer, por exemplo, app de controles financeiros integrado com a conta corrente, uma vez que o Open Banking irá estimular o surgimento de novos modelos de negócios.
Cristina Vieira ainda enfatiza que, atualmente, quase todos os negócios têm um custo adicional de empresas de serviços financeiros que são contratadas para fazer a sua gestão.
“Com a integração dos sistemas, o próprio empreendedor poderá fazer isso com maior facilidade, pois já estará integrado com a conta corrente que a empresa movimenta”, comenta a analista.
Banco Central inicia implementação do Open Banking
(Foto: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil)
Sebrae tem ferramenta para facilitar uso do novo sistema
Com a criação do Open Banking, os dados bancários dos consumidores, que são informações valiosas para os bancos, corretoras e fintechs, não pertencerão mais às instituições financeiras.
Eles agora pertencerão aos clientes, que poderão usá-los da forma que acharem melhor e, com a autorização, os dados poderão ser compartilhados entre as instituições financeiras.
Nesta primeira fase do Open Banking, o empreendedor atendido pelo Sebrae pode utilizar o EmConta, um conector entre empreendedores e serviços financeiros criado pela Instituição para oferecer mais praticidade aos donos de pequenos negócios.
A ferramenta promete facilitar a comparação e viabiliza a pré-contratação de serviços financeiros de forma segura e ágil. Atualmente, a ferramenta oferece a possibilidade de comparar serviços de conta corrente para pessoas jurídicas, máquinas de cartão e serviços de contabilidade.
O EmConta foi lançado em março pelo Sebrae, pouco antes da pandemia. O serviço já recebeu mais de 65 mil usuários, somando 34 mil simulações.
Segundo a Agência Brasil, a primeira fase do programa começaria no fim de novembro, mas foi adiada para este mês a pedido das instituições financeiras. Elas alegaram que estavam com os serviços tecnológicos comprometidos com a pandemia.
Com isso, todo o cronograma do open banking, que tem quatro etapas, também sofreu ajustes. A segunda fase passou de 31 de maio para 15 de julho. A terceira foi mantida para 30 de agosto.
A quarta e última fase foi transferida de 25 de outubro para 15 de dezembro. Na etapa final, as instituições financeiras poderão trocar informações entre si para oferecer produtos personalizados a cada cliente.
O consultor do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, Mardilson Fernandes Queiroz, afirmou que o open banking mudará a lógica de funcionamento do sistema financeiro.
Segundo a Agência Brasil, ele enumerou três vantagens, como a oferta de produtos com juros mais adequados a cada cliente, o aumento da concorrência e a inclusão de brasileiros no sistema bancário.
Queiroz ressaltou que países como o Reino Unido levaram pelo menos cinco anos para adotar o open banking. O técnico do BC, no entanto, reiterou que as quatro etapas serão concluídas em 2021, com a possibilidade de inclusão de produtos e serviços nos anos seguintes, como ocorre com o internet banking e o Pix.