Você já ouviu falar sobre a nova economia? Vem descobrir o que é!

O mundo passa por constantes mudanças a todo o momento. Um exemplo disso é a transição da economia tradicional para a nova economia, o que significa que temos um jeito novo de fazer negócios e um novo jeito de construir uma marca. 

Mas, afinal, você sabe o significado do termo nova economia? 

Segundo Renato Mendes*, mentor da Endeavor Brasil e especialista em temas como startups e empreendedorismo, na nova economia, o cliente é colocado no centro da estratégia, e as marcas estão cada vez mais preocupadas em entender os desafios do cliente e trabalham para criar soluções com o objetivo de oferecer uma experiência melhor para o usuário. 

"Além disso, nesse novo cenário, o digital é mandatório, isso não quer dizer que o digital irá excluir o offline, mas é mandatório que exista uma presença digital."

Para entendermos melhor os impactos da nova economia, Mendes explica que essa nova tendência traz uma oportunidade e não uma ameaça, o que ficou ainda mais claro com a pandemia do novo Coronavírus. 

Logo, a oportunidade trazida está na migração massiva de negócios para o digital. Nesse ponto, Mendes faz uma observação e explica que os negócios que se prepararam anteriormente para essa transição saíram ganhando, como Magazine Luiza, Via Varejo e a Amazon.

"Ao mesmo tempo, a nova economia também pode representar uma ameaça para aqueles negócios que ainda não conseguiram se adaptar. Por exemplo, nos últimos meses, restaurantes que não estavam prontos para fazer delivery acabaram perdendo espaço no mercado. Negócios que não têm presença digital, nas redes onde seu público está, também saem perdendo", ressalta. 

O especialista destaca que, enquanto consumidores, podemos esperar uma série de inovações que chegam para facilitar a vida e trazer mais comodidade. 

"Cada vez mais teremos a integração entre digital e físico, com experiências omnichannel¹ que farão parte de diferentes momentos do dia a dia do consumidor."

Conheça alguns modelos de negócio da nova economia

De acordo com o especialista, na nova economia, as empresas estão criando novos modelos de negócios. Um exemplo disso é o modelo de assinatura, que nasceu nesse cenário e pode ser aplicado nos mais diferentes setores. 

Outro exemplo dado pelo especialista são os famosos marketplaces², os quais possibilitam que empresas menores vendam seus produtos em sites como o da Magazine Luiza, Mercado Livre, entre outros. 

Uma outra empresa bastante conhecida que, segundo Mendes, é "exemplo do espírito da nova economia" é o Nubank, fintech brasileira pioneira no segmento de serviços financeiros. 

"A empresa [Nubank] nasceu de um problema real dos clientes: a insatisfação de pagar tarifas caras com um atendimento ruim. O Nubank nasceu para sanar esse problema, zerando tarifas e oferecendo um atendimento humanizado, e a migração foi acontecendo naturalmente", explica Mendes ao ressaltar que quando uma empresa da nova economia entra em um novo setor, o cliente sente a diferença, porque as empresas têm um desejo verdadeiro de ajudar os clientes.

Mesmo o Nubank sendo uma fintech³, ou traduzido do Inglês, tecnologia financeira - financial technology -, Mendes explica que ser uma startup não significa fazer parte da nova economia.

"Por incrível que pareça existem várias startups que operam com a lógica da economia tradicional. A nova economia é muito mais um jeito de pensar e um jeito de agir. A liderança da nova economia é diferente, ágil, que busca estimular autonomia, objetiva, clara."

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Como uma empresa pode se adaptar à nova economia? 

Como podemos observar, o fator fundamental da nova economia é o foco no consumidor e o impacto que os produtos e serviços podem lhes causar. Dessa forma, Mendes acredita que o primeiro passo a ser dado por uma empresa que quer se adaptar à nova economia é: 

"Entender quem é o cliente da sua marca e como o seu negócio pode trazer soluções para ele."

O especialista destaca que, ao contrário da economia tradicional, que estava muito voltada para o produto, na nova economia, o foco é o cliente. 

"É preciso mudar a perspectiva, voltar o olhar para fora e criar soluções melhores que as da concorrência. Em relação aos riscos, o maior risco de todos é ficar preso à crenças antigas e achar que o setor em que você atua não será impactado pelas mudanças da nova economia. A nova economia é democrática e vai impactar todos os setores, de diferentes maneiras, mas todos serão impactados."

Mendes cita, ainda, os principais desafios a serem enfrentados pelas empresas na nova economia e como combatê-los: 

"As empresas da economia tradicional terão que migrar para a nova economia, e isso é antes de tudo uma mudança de pensamento. É preciso entender que a digitalização veio para ficar, e que o negócio precisa estar voltado para o cliente, mudar a forma de agregar valor para continuar ganhando o jogo", finaliza. 

*Renato Mendes é autor do best-seller Mude ou Morra, que fala sobre a transformação necessária para a nova economia. Também é mentor da Endeavor Brasil, professor na pós-graduação de marketing digital do Insper e da PUC-RS e especialista em temas como startups e empreendedorismo com mais de 19 anos de experiência.  

Glossário

1. Omnichannel: é uma estratégia de uso simultâneo e interligado de diferentes canais de comunicação, com o objetivo de estreitar a relação entre online e offline, aprimorando, assim, a experiência do cliente. Saiba mais! 
2. Marketplace: é um e-commerce, mediado por uma empresa, em que vários lojistas se inscrevem e vendem seus produtos. Saiba mais! 
3. Fintech: empresas que utilizam a tecnologia para oferecer serviços financeiros inovadores e otimizados. Saiba mais!