Após pandemia, OAB quer discutir impeachment de Bolsonaro
O presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, disse que, após controle da pandemia, o Conselho irá debater sobre o impeachment de Bolsonaro.
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Publicado em:29/12/2020 às 15:08
Atualizado em:29/12/2020 às 15:08
A demora do governo federal para dar início a um plano vacinação contra a Covid-19 pode fazer com que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) apresente um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao Valor Econômico, o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, disse que, quando a pandemia estiver sido controlada, o debate sobre a solicitação de impedimento será levado para o Conselho Federal da entidade.
Segundo Santa Cruz, tanto profissionais da advocacia, como membros da Ordem já o cobram sobre o assunto. Ele garantiu que o foco agora é a pandemia, mas, passado esse tempo, o tema será discutido.
“Neste momento nossa maior preocupação é a pandemia. Queremos uma campanha nacional de vacinação já. Após a pandemia, vamos, sim, abrir esse debate no Conselho Federal. Muitos advogados e conselheiros me cobram isso cotidianamente”, disse.
Para o presidente da OAB, “a insensibilidade e a arrogância do presidente geram condutas que afrontam a legalidade”. Além disso, ele afirmou acreditar que, "após a pandemia, o debate sobre seu impedimento ganhará as ruas".
Neste ano, OAB já cogitou apresentar pedido de impeachment
Após o ex-ministro Sérgio Moro acusar o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente na Política Federal, a Ordem chegou a analisar internamente se deveria apresentar um pedido de impeachment, porém a iniciativa não foi para frente.
Em abril deste ano, ao anunciar sua demissão, o ex-juiz declarou que Bolsonaro trocou o comanda da PF para ter acesso a investigações e relatórios da entidade, o que, pela legislação, é proibido.
No dia 15 de dezembro, o ministro Alexandre de Moraes prorrogou por mais 90 dias o inquérito que investiga o presidente. Em novembro, o ministro já havia estendido o prazo até 27 de janeiro. Por isso, com o novo adiamento, o inquérito se estendeu até o fim de abril.
Em 2016, a Ordem dos Advogados entrou com um pedido de impeachment contra a então presidente Dilma Rousseff. No relatório, a entidade apontou pedaladas, isenção fiscal para a FIFA e obstrução da Justiça.
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