País deve perder 300 mil vagas de emprego este ano, diz Guedes
Guedes diz que país vai perder menos empregos que na última recessão. Mas ainda serão 300 mil vagas perdidas.
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Publicado em:25/11/2020 às 10:55
Atualizado em:25/11/2020 às 10:55
Nesta terça-feira, 23, durante o seminário virtual Visão do Saneamento – Brasil e Rio de Janeiro, promovido pela Federação das Indústrias do Estado (Firjan), o ministro da Economia, Paulo Guedes, falou sobre a perspectiva para o mercado de trabalho até o final do ano. [tag_teads]
Segundo informações da Agência Brasil, ele declarou que o país deve perder cerca de 300 mil vagas formais de trabalho neste ano. Mesmo com a retomada da criação de novos postos de trabalho nos últimos meses, Guedes prevê uma desaceleração na geração de empregos até o fim de 2020.
“Nós vamos possivelmente chegar ao final deste ano perdendo 300 mil empregos, quer dizer, 20% do que perdemos nos anos de 2015 e 2016. No ano que enfrentamos a maior crise da nossa história, uma pandemia global, vamos perder entre um quinto e um terço dos empregos perdidos na recessão anterior.”
Segundo o ministro, a perda média anual de empregos nos anos de recessão de 2015 e 2016 foi de cerca de 1,3 milhão.
Guedes diz que país vai perder menos empregos que na última recessão
(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)
Ainda segundo o ministro, o Brasil criou 500 mil empregos em julho, 250 mil em agosto e 313 mil em setembro. Os dados de outubro ainda não foram divulgados.
“Eu nem acredito que vá continuar nesse ritmo tão acelerado. É natural que dê uma desacelerada”, disse. Guedes afirmou que todas as regiões brasileiras e setores econômicos estão criando empregos.
“A economia voltou em V como esperávamos. O FMI [Fundo Monetário Internacional] previa uma queda de 9,5% do PIB [Produto Interno Bruto] brasileiro. Vai ser bem menos que a metade.”
Brasileiros têm baixas expectativas para o próximo ano
Uma pesquisa realizada pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento e pela Kantar apontou o aumento do pessimismo entre os brasileiros após a pandemia.
Segundo os dados da “Perspectivas 2020: Expectativa dos Brasileiros com o Cenário Político & Social”, dois em cada três brasileiros acham que o desemprego vai crescer. Ou seja, aumentou o temor em relação ao futuro do mercado de trabalho.
De acordo com o levantamento, apenas 18% dos brasileiros afirmam estar tranquilos em relação ao cenário atual para o emprego ou fonte de renda. Mas para 59% o cenário é de preocupação – 23% afirmam que já estão desempregados.
A pesquisa ouviu um total de 2 mil pessoas das classes A, B, C e D em todo o país entre os dias 2 e 16 de outubro pela internet.
Secretário de Política Econômica projeta crescimento
A boa notícia é que o Governo Federal parece estar otimista sobre a retomada do mercado. Recentemente o secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, afirmou que o emprego deve crescer no próximo ano.
Se isso acontecer, deverá ser por influência do setor de serviços.
“O emprego vai crescer em 2021. Os dados são muito claros: o grosso do desemprego está vindo do setor informal. À medida que o setor de serviços retoma, rapidamente volta a contratar, à medida que o distanciamento social diminui, rapidamente tem a contração de informais.”
Além disso, Sachsida lembrou que ainda existem R$110 bilhões de recursos a serem injetados na economia por meio do restante de pagamentos do auxílio emergencial e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).