Por Coronavírus, delivery e e-commerce são grandes apostas da Páscoa

Intenção de comprar chocolates caiu 38,6% com relação a 2019

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Publicado em:09/04/2020 às 09:50
Atualizado em:09/04/2020 às 09:50

A venda dos ovos de Páscoa em 2020 será impactada pelas medidas de isolamento social pelo novo Coronavírus. Para não perder o que já haviam produzido, os empreendedores locais até as grandes marcas tiveram que se adaptar. As principais soluções encontradas foram o delivery e o e-commerce.

A Lacta, por exemplo, reforçou sua atuação em canais de delivery e venda pelo site. Seu posicionamento de marca, agora, passa a ser: “Lacta. Cada pedacinho aproxima. Mesmo estando cada um na sua toca”.

As ações, que vão desde parceria com aplicativos como Uber Eats até o e-commerce próprio, foram desenvolvidas em prazo recorde. O objetivo é contribuir para evitar a aglomeração nas lojas e mercados.

A marca lança também uma iniciativa, em parceria com o Rappi, em que consumidores podem se cadastrar no site para serem vendedores afiliados. Cada pessoa que se inscrever terá um cupom atrelado para divulgar aos seus amigos.

Ovo de Páscoa
Empresas apostam no delivery para escoar produção para Páscoa 2020
(Foto: Pixabay)

 

Tais clientes não somente poderão aproveitar as promoções da empresa no aplicativo, como também ajudarão a pessoa que enviou o código a ganhar uma comissão de 10% sobre o valor do produto. A ação ficará válida até dia 12 de abril ou enquanto durarem os estoques.

O diretor de Novos Negócios da Mondelez Brasil, Leonardo Tonini, explicou que a marca buscou um reposicionamento em um cenário com menor circulação de pessoas nas ruas.

“Como uma marca que é referência na Páscoa, acreditamos que devíamos buscar soluções para levar a data até a casa dos consumidores, pelo seu poder de aliviar a tensão do cotidiano. Com essas parcerias, queremos que as pessoas tenham momentos mais leves, mesmo estando longe de quem se ama. Seja presenteando ou se deliciando com chocolate”.

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Produtores locais também usam delivery como estratégia

Em Belo Horizonte, Minas Gerais, a proprietária da loja ‘Doce que seja Doce’, Luana Drumond, contou à FOLHA DIRIGIDA que optou pelo serviço de delivery para escoar a produção.

“A Páscoa é planejada com antecedência. Eu tinha um volume de casca e de recheio congelado muito grande. Então, era melhor transformar matéria prima em dinheiro, mesmo perdendo lucro”, revelou Luana.

O problema, segundo Luana, é que os aplicativos, como o Ifood, apresentam taxas altas. O que diminui o lucro.

“A venda de todos os itens produzidos vai acontecer, sem muita dificuldade. Estamos vendendo muito bem pelo Ifood. O que muda é que as taxas são altas, cerca de 27% por produto, o que é muito próximo do que seria nosso lucro. O lucro de um restaurante gira em torno de 30%. É praticamente sair no zero a zero”, explicou.

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Luana Drumond ainda revelou que o período de Páscoa equivale, em geral, a quatro ou cinco meses de um movimento normal na loja. Esse condicionamento, contudo, não deve se repetir este ano.

Comparado a 2019, o número de consumidores que tem a intenção de comprar chocolates caiu 38,6%, de acordo com pesquisa do Instituto Fecomércio RJ.

As vendas de chocolate, portanto, devem ter queda em comparação ao ano passado, segundo a Associação Paulista de Supermercados (APAS). O motivo é o contexto atual, no qual famílias voltam suas rendas para produtos básicos, de higiene e limpeza.