A empresa Magazina Luiza, ou Magalu como todos conhecem no digital, lançou na última sexta-feira, 18, um programa de trainee voltado apenas para candidatos negros. Mas, embora esta seja uma proposta inclusiva ela não foi bem aceita por todos.
Nas redes sociais, muitos internautas usaram seus perfis para criticar duramente a Magalu. No Twitter e Instagram, principalmente, foram grandes as menções ao termo "racismo reverso".
Os usuários começaram a questionar a Magalu sobre essa iniciativa, que tem como objetivo levar mais diversidade aos cargos de liderança com futuros gestores.
E, não por menos, a hashtag #MagazineLuizaRacista tomou destaque no Twitter e foi um dos assuntos mais comentados durante muitas horas (ou dias, pois até hoje há menção).
Confira algumas publicações
Influencers, instituições e escritores saem em defesa da Magalu
Embora a tag tenha ganhado uma grande repercussão negativa, também houve uma boa parte de pessoas que conseguiram sair em defesa da empresa. Influencers, instituições, movimentos, escritores e artistas usaram seus perfis para combater as duras críticas.
Um deles foi o Movimento Ar, uma mobilização contra o racismo idealizada pela Universidade Zumbi dos Palmares e a ONG Afrobras, que publicou nesta segunda-feira, 21, uma nota de elogio à ação da Magalu.
Veja o trecho da legenda:
"A fantástica e transformadora ação da Magalu ao criar um grupo de trainees contemplando especialmente jovens negros, capitaneada pela visionária Luiza Helena Trajano, é uma manifestação de coragem e compromisso com o alcance da igualdade racial.
É um salto civilizatório que supera o discurso , e de forma objetiva e concreta, produz uma intervenção pioneira e de vanguarda no combate ao racismo estrutural , promovendo e fortalecendo a diversidade e igualdade de oportunidades, no ambiente empresarial.
Além de construir um novo paradigma nesse tema, irá pautar, desafiar e estimular todo o ambiente corporativo sair do seu casulo de imobilismo e construir ações inovadoras e concretas para superar o verdadeiro estado de apartheid racial presente nos postos gerenciais e executivos das empresas nacionais e multinacionais do país.
É um gesto de apreço e consideração aos negros brasileiros , um esforço republicano de fortalecimento da democracia , combate as desigualdades e , sobretudo, valorização da dignidade humana.
É digno de reconhecimento , aplauso e defesa por todos os brasileiros. Queremos construir e respirar o ar de um pais em que todos tenham iguais oportunidades, independente da sua raça ou cor de pele, somos todos Magalu.
O ator Bruno Glagliasso também usou suas redes sociais para repudiar os ataques contra a Magalu e o termo 'racismo reverso', argumentando da seguinte forma:
Quem também se manifestou pelas redes sociais foi a escritora e filósofa Djamila Ribeiro. Em sua coluna na Folha de S. Paulo, a influenciadora que tem 1 milhão de seguidores no Instagram saiu em defesa da empresa dizendo que falar em racismo reverso é acreditar em unicórnios.
Djamila também reproduziu uma publicação em seu Instagram oficial. Ela ainda contextualiza o recente caso de racismo sofrido pelo jogador brasileiro de futebol, Neymar Jr, durante uma partida de futebol na Europa.
Veja trechos:
Há a compreensão fundamental de que não podemos nos manifestar contra o racismo e apoiar projetos políticos genocidas e de precarização das vidas negras.
Discutir antirracismo é debater projetos democráticos; é a consciência de que a luta não pode ser somente quando acontece com você, mas como o seu grupo social será tratado a depender do projeto político que se legitima. Sem isso, é somente o repúdio moral ao racismo e não o início de um processo real de transformação.
Deputado acusa programa de 'crime de racismo'
No sábado, dia 19, o deputado federal e vice-líder do governo na Câmara, Carlos Jordy (PSL-RJ), publicou nas redes sociais dizendo que estava representando ao Ministério Público contra a Magalu e pontuando um suposto crime de racismo, com o programa só para negros.
A Magalu, em nota, respondeu por meio de sua conta do Instagram que permanecem tranquilos no que diz respeito à sua iniciativa de contratar apenas negros.
"Estamos absolutamente tranquilos quanto a legalidade do nosso Programa de Trainees 2021. Inclusive, ações afirmativas e de inclusão no mercado profissional, de pessoas discriminadas há gerações, fazem parte de uma nota técnica de 2018 do Ministério Público do Trabalho", respondeu a empresa em postagem no Twitter.
Em suas redes sociais, a escritora e filósofa Djamila Ribeiro relembrou um texto que escreveu para sua coluna na Folha de S. Paulo, e destacou que "Falar em racismo reverso é como acreditar em unicórnios".
"Deixem de preguiça cognitiva. Ninguém é obrigado a saber, mas tem obrigação de buscar saber se pretende falar sobre. Para pessoas privilegiadas, a ignorância não é uma benção, a ignorância é desculpa para a manutenção do status quo. Como já disse Jurema Werneck, "a era da inocência já acabou, já foi tarde"
Magalu recebe inscrições até 12 de outubro
O Programa de Trainee 202 receberá inscrições até 12 de outubro para os candidatos interessados. Para participar, é preciso ter graduação concluída entre dezembro de 2017 e dezembro de 2020, em qualquer curso de nível superior (bacharelado ou licenciatura).
Neste processo, a Magalu aceita inscrições de candidatos de todo o país, desde que tenham disponibilidade para se mudar para São Paulo. Se o candidato for de fora da cidade, receberá um auxílio mudança.
Os trainees do Magalu contam com salário de R$6.600 + bônus de contratação de um salário e benefícios:
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PLR;
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vale refeição ou vale alimentação;
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vale transporte;
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plano médico e odontológico;
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gympass;
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desconto em produtos;
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home office híbrido;
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frutas no escritório;
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liberdade para se vestir como quiser;
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previdência privada e bolsa de Inglês.
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grade de desenvolvimento exclusiva para aceleração de carreira do trainee com Job Rotation e de sessões Mentoria.
Cronograma Programa de Trainee Magalu 2021
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Inscrição + escala de crenças: até 12 de outubro
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Teste de mapeamento (valores comportamentais): até 13 de outubro
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Desafio Magalu: até 13 de outubro
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Dinâmica: de 21 de outubro a 3 de novembro
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Painel com diretoria + painel com diretoria executiva: de 6 a 13 de novembro
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Entrevista com CEO: de 9 a 10 de dezembro
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Início das atividades de trainee: janeiro de 2021
