Segundo levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o CNU teve impacto positivo na renda dos aprovados, com salários até 2,1 vezes maiores do que os recebidos anteriormente no mercado de trabalho.
O estudo considerou um total de 6.719 candidatos, que tiveram diferentes desfechos no último CNU, conforme o cargo escolhido.
Do total, 64,9% foram aprovados dentro do número de vagas, 34,9% foram convocados para os cursos de formação e 0,2% seguiram para as provas didáticas.
Esses concorrentes disputaram posições em 173 cargos distintos, organizados em oito blocos temáticos — sete voltados para nível superior e um para nível médio.
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Aprovados ganham, em média, mais que o dobro do salário anterior
Ainda de acordo com o estudo, o CNU não só ampliou o acesso às vagas no serviço público, como também transformou a realidade financeira de milhares de brasileiros.
Para mulheres negras, pardas e indígenas, o aumento chega a 2,48 vezes, enquanto homens negros, pardos e indígenas registraram ganho de 2,35 vezes.
Com salários que variam entre R$4.008 e R$22.921, a diferença salarial pode representar uma possível mobilidade social para parte dos aprovados.
Segundo o Ipea, 71,8% dos candidatos afirmaram que terão rendimentos maiores após o ingresso no serviço público federal.

Um dos pilares do CNU é trabalhar na democratização do acesso geográfico ao serviço público. De acordo com o estudo, a última edição contou com representantes inscritos de 5.555 municípios brasileiros e teve aprovados de 908 cidades.
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A ideia da seleção é atuar como um instrumento de redistribuição de oportunidades, reduzindo as desigualdades de origem e abrindo caminhos reais para uma possível ascensão social.
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O papel das cotas e o avanço da representatividade
A nova Lei de Cotas, sancionada em junho de 2024, ampliou a reserva de vagas de 20% para 30% para pretos, pardos, indígenas e quilombolas nos concursos públicos.
A primeira edição do CNU aplicou as cotas, mas superou os percentuais mínimos: 33% dos aprovados pertencem a grupos cotistas, segundo o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
Deste modo, é possível que o CNU atenda cada vez mais o processo de representatividade no serviço público federal. Ou seja, um funcionalismo público que reflita, em sua composição, a diversidade da população brasileira.
Com os resultados da primeira edição do CNU, podemos dizer que a seleção pretende se configurar como uma política pública em si, voltada para a construção de um Estado mais justo, moderno e representativo.
Isso porque, ao oferecer acesso ampliado, salários atrativos e distribuição territorial, o modelo unificado busca inovar tanto na forma quanto no impacto.
Próximo CNU tem edital previsto para julho
Com a segunda edição já confirmada, com edital previsto para julho e provas objetivas para outubro, a expectativa fica por conta da ampliação do alcance, com mais vagas, maior diversidade de órgãos participantes e avanços na análise de dados para formulação de políticas de gestão de pessoas.
Como destacado pelo estudo do Ipea, a base de dados do concurso será fundamental para o monitoramento da efetividade da política e poderá orientar novas ações para promoção de igualdade racial, regional e de gênero no serviço público federal.
