Sindjustiça RJ move ação contra Paulo Guedes por ofensas a servidores

O Sindjustiça RJ divulgou uma nota onde revela ter entrado com uma ação contra Paulo Guedes por ofensas a servidores públicos. Entenda!

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Publicado em:28/07/2020 às 13:10
Atualizado em:28/07/2020 às 13:10

O Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Rio de Janeiro (Sindjustiça RJ) entrou com uma ação contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Ética Pública Federal. A ação foi movida em conjunto com outras entidades representativas de servidores públicos.

O processo (nº 00191.000624/2020-89) foi protocolado por conta das ofensas proferidas por Paulo Guedes contra os servidores. A ação sugere a aplicação de penalidade de advertência e encaminhamento de sugestão de exoneração do Ministro da Economia. 

Em nota publicada no site do Sindjustiça RJ, o sindicato relembrou uma situação ocorrida em maio deste ano, em que Guedes se referiu aos servidores públicos como “saqueadores” e “assaltantes”.

Outro momento destacado foi em relação às discussões sobre a Reforma da Previdência, quando Guedes acusou os servidores de fazer lobby pela manutenção de supostos “privilégios”.

O ministro chegou a chamar de “parasitas” os servidores que desejam uma reposição salarial, como os serventuários do TJ RJ, que desde 2014 não recebem reajustes salariais.

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Paulo Guedes
Falas de Paulo Guedes contra servidores públicos vêm gerando
polêmicas em diversas ocasiões (Foto: Agência Brasil)

Sindicato acusa ministro por faltar com o respeito com servidores

O sindicato ainda apontou que estes não foram fatos isolados, uma vez que o ministro também já teria insinuado que os servidores são os responsáveis por problemas financeiros no país. Além de outras declarações polêmicas.

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O Sindjustiça RJ defendeu que as atitudes de Guedes pretendem criar no imaginário da população uma imagem deturpada do serviço público e de seus servidores:

 “Essas declarações caluniosas e difamatórias buscam manchar o imaginário público sobre o que é ser servidor e qual a sua importância para a sociedade, especialmente nesta época da pandemia, exclusivamente para demonizar o funcionalismo. Ou seja, Paulo Guedes faltou com decoro, respeito e zelo ao falar da honorabilidade e desempenho do funcionalismo público, e por isso deve ser punido pela Comissão de Ética, no mínimo”, defendeu a advogada Aracéli Rodrigues, integrante da assessoria jurídica do Sindjustiça RJ.

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Guedes já havia comparado servidores públicos a parasitas no início do ano

As polêmicas em torno das declarações de Paulo Guedes sobre os servidores públicos já existem há algum tempo. Em fevereiro deste ano, por exemplo, o Ministro da Economia comparou os servidores com um ‘parasita’ durante participação em um evento na Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Na ocasião, Guedes criticou o atual modelo de reajustes salariais dos servidores. Segundo ele, o servidor já possui privilégios como ‘aposentadoria generosa’ e a estabilidade no emprego.  

Na época, algumas entidades representantes dos servidores públicos se manifestaram contra as declarações. O Ministério da Economia chegou a se retratar, dizendo que:

“Durante evento no Rio de Janeiro, ele [o ministro] falou sobre entes da Federação que estão com despesas acima do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Nessa situação extrema, não sobram recursos para gastos essenciais em áreas fundamentais como saúde, educação e saneamento.”