Taxa de desemprego bate recorde e chega a 13,8%, aponta IBGE
No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego chegou a 13,8%, a maior desde 2012.
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Publicado em:30/09/2020 às 10:09
Atualizado em:30/09/2020 às 10:09
A taxa de desemprego no país chegou a 13,8% no trimestre encerrado em julho, sendo a maior desde 2012 - quando se iniciou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Os dados da pesquisa, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 30, mostram que o desemprego atingiu 13,13 milhões de brasileiros no período.
De acordo com o índice, houve um aumento 1,2 ponto percentual na taxa de desocupação em comparação ao trimestre de fevereiro a abril (12,6%). Se comparada ao mesmo período de 2019 (11,8%), o aumento foi de 2 pontos.
Já em relação ao número de desempregados, o contigente é o maior desde abril do ano passado, quando havia 13,17 milhões de desocupados. O recorde histórico do Pnad foi registrado em março de 2017 (14,1 milhões).
A população ocupada teve queda e atingiu o menor número da série histórica, passando a ser de 82 milhões. O recuo foi de 7,2 milhões em relação ao útlimo trimestre, e de 11,6 milhões na comparação com 2019.
Com isso, a taxa de ocupação caiu para o patamar mais baixo da série: 47,1%. Frente ao trimestra anterior, a queda foi de 4,5 pontos percentuais; já em relação ao mesmo trimestre de 2019, o recuo foi de 7,6 pontos.
Segundo Adriana Beringuy, analista da pesquisa, as quedas no período da pandemia foram determinantes para os recordes negativo registrado no trimestre encerrado em julho.
“Os resultados das últimas cinco divulgações mostram uma retração muito grande na população ocupada. É um acúmulo de perdas que leva a esses patamares negativos”, afirma.
Brasil registra 13,1 milhões de desempregados em julho
(Foto: Christiano Antonucci/Secom-MT)
País possui 5,8 milhões de desalentados
Importante lembrar que, de acordo com a metologia da pesquisa, não é toda pessoa que perde o emprego que é considerada desempregada. Para isso, a pessoa precisa estar procurando emprego.
Aqueles que não buscaram trabalho, mas gostariam de conseguir uma vaga entram na população desalentada, que atingiu o recorde de 5,8 milhões. A alta foi de 15,3%, comparada com o trimestre encerrado em abril e de 20% em relação ao ano anterior.
Outro recorde da série foi na população fora da força de trabalho, que chegou a 79 milhões de pessoas. Com a flexibilização das regras de distanciamento social, a expectativa é de que mais pessoas voltem a procurar trabalho.
“Além de tirar o trabalho, a pandemia também impossibilitou sua procura, ou por conta das medidas restritivas, ou porque as atividades econômicas estavam suspensas ou, ainda, por questões de saúde pessoal”, explica a pesquisadora.
Segundo o IBGE, o número de empregados no setor privado com carteira assinada foi estimada em 29,4 milhões de pessoas, menor nível da série histórica. A queda foi de 8,8% em relação a trimestre anterior, o que representa menos 2,8 milhões de profissionais.
Se comparado com o mesmo período do ano passado, esse número teve recuo de 11,3%, ou seja, 3,8 milhões de pessoas perderam seus empregos com carteira assinada.
Também houve queda no número de empregados que não assinaram a carteira de trabalho. O contigente foi estimado em 8,7 milhões, o que mostra uma queda de 14,2% (menos 1,4 milhão) em comparação ao trimestre anterior e de 25,4% (menos 3 milhões) em relação ao ano passado.
Informalidade diminui
Devido a perda no número de postos de trabalho informais, a taxa de informalidade encolheu para 37,4% da população ocupada (30,7 milhões). A nível de comparação, no trimestre anterior, a taxa era de 38,8% e, no mesmo período de 2019, estava em 41,3%.
Também houve queda recorde no número de trabalhadores domésticos, que foi registrado em 4,6 milhões de pessoas. Isso representa menos 931 mil profissionais em relação ao último trimestre e menos 1,7 milhão nos últimos 12 meses.
