Novo ministro da Justiça, Torres tem gestões marcadas por concursos

Anderson Torres, ex-secretário do DF, será o novo ministro da Justiça e Segurança Pública. Veja impacto da escolha nos concursos.

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Publicado em:30/03/2021 às 09:54
Atualizado em:30/03/2021 às 09:54

A 'dança das cadeiras' no Governo Bolsonaro não para. Na última segunda-feira, 29, a Presidência da República anunciou a troca de cinco chefes de ministérios. Entre eles, o da Justiça e Segurança Pública.

Pensando nisso, é possível prever algum impacto nos concursos da Segurança por conta das mudanças? Quem é o novo ministro, que ficará no lugar de André Mendonça?

O presidente Jair Bolsonaro não surpreendeu e escolheu um nome que, inclusive, já vinha sendo cogitado desde a última troca.

O delegado da Polícia Federal, Anderson Torres, é o novo ministro da Justiça e Segurança Pública, pasta responsável pela Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Departamento Penitenciário Nacional (Depen), entre outros órgãos.

Torres é, atualmente, secretário de Segurança do Distrito Federal, mas deixará o cargo para ocupar o posto na pasta do governo de Bolsonaro. André Mendonça voltará ao seu cargo anterior, como ministro da Advocacia-Geral da União (AGU).

A troca no MJSP é a 20ª no governo de Bolsonaro desde início do mandato, em 2019. Além disso, Torres será o terceiro ministro da pasta, sucedendo André Mendonça e Sergio Moro.

(Foto: Agência de Brasília)
Anderson Torres é o novo ministro da Justiça e Segurança Pública
(Foto: Agência de Brasília)

Quem é Anderson Torres?

Anderson Torres é delegado da Polícia Federal e já participou de importantes investigações. Algumas delas, inclusive, internacionais.

Mas, se destacou mesmo no seu posto anterior. Torres ocupava o cargo de secretário de Segurança do Distrito Federal e foi responsável por diversas lutas e conquistas junto ao governo.

Antes de assumir a Secretaria do Distrito Federal, foi chefe de gabinete do deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR), político que era ligado à Bolsonaro.

Ele é delegado da PF com experiência em Ciência Policial, Investigação Criminal e Inteligência Estratégica. Por isso, coordenou as principais investigações voltadas ao combate ao crime organizado na Superintendência da Polícia Federal, em Roraima, entre 2003 e 2005.

"Entre 2007 e 2008, coordenou toda a atividade de inteligência da Polícia Federal na repressão a organizações criminosas de tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. Teve sob sua responsabilidade a administração da parte técnica e logística da Diretoria de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal e suas congêneres regionais entre 2008 e 2011", diz o GDF.

Anderson Torres será responsável pelos seguintes órgãos:

  • Polícia Federal;
  • Polícia Rodoviária Federal;
  • Departamento Penitenciário Nacional (Depen);
  • Secretaria Nacional do Consumidor;
  • Departamento Penitenciário Nacional;
  • Força Nacional de Segurança;
  • Fundação Nacional do Índio;
  • Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade);
  • Departamento de Migrações.

Governador do DF, Ibaneis diz que não foi consultado

Mesmo tudo já decidido, e de forma rápida, parece que nem todos foram informados. Em entrevistas a jornais locais, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, disse que não foi consultado sobre a decisão e troca.

No entanto, Ibaneis não deixou de elogiar a escolha e disse ao Jornal Metrópoles:

“Ainda sem confirmação. Mas se for verdade, ficarei muito feliz por ele. Afinal, é um excelente profissional."

Anderson Torres tem histórico de luta por concursos

Espera-se que a chegada de Anderson Torres à frente da pasta ministerial possa ser proveitosa e dê bons frutos aos futuros e atuais servidores. Vale lembrar que Torres ajudou em cobranças e lutas ligadas a concursos públicos da Segurança do Distrito Federal.

O delegado chegou a dar algumas declarações, enquanto o governo se mantinha neutro, quanto aos prazos de editais previstos, como o da Polícia Civil do DF.

Ele, recentemente, em janeiro, falou sobre a retomada dos concursos da PC DF. O ex-representante do governo previa provas em maio, o que não ocorrerá. Mas reforça a sua influência e forte presença neste cenário e tema.

Torres também foi fundamental na chamada de aprovados dos concursos da PM DF. Ao que tudo indica, ele também teria tido forte presença nas recentes autorizações e movimentação por novos editais.

No entanto, sai devendo dois editais: da Polícia Militar e da área de apoio da Polícia Civil, que ainda não foram publicados. De todo modo, sua relação com o governador Ibaneis Rocha sempre foi boa - o que ajudava nas decisões.

O que esperar de Torres à frente dos órgãos federais?

Agora ministro da Justiça e da Segurança Pública, Anderson Torres terá o grande desafio de manter a política de concursos públicos regulares na área da Segurança. Isso, inclusive, é uma promessa do presidente Jair Bolsonaro.

Essa política de concursos regulares também é uma luta costante da PF, PRF e do Depen.

Tradicionamente, os ministros da Justiça e Segurança Pública sempre intervêm para tais decisões ou pressões em cima do governo. André Mendonça, por exemplo, foi 'peça' importante na luta pelas autorizações dos concursos em andamento na PF, PRF e Depen.

Espera-se que com o novo ministro possa ser realizado, por exemplo, o concurso da PF para a área Administrativa, bem como o da PRF. No Distrito Federal, essa é uma autorização já real.

Também espera-se de Torres a agilidade na convocação dos aprovados e, possivelmente, ajuda na cobrança, junto à Presidência da República, para a chamada de excedentes.

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