Às vésperas do concurso Banco do Brasil, Guedes defende venda do BB
Às vésperas do novo concurso Banco do Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, teria defendido a venda do BB em reunião ministerial.
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Publicado em:15/05/2020 às 13:10
Atualizado em:15/05/2020 às 13:10
O novo concurso Banco do Brasil (BB) está previsto para este ano, com vagas para o cargo de escriturário. No entanto, se depender do ministro da Economia, Paulo Guedes, a instituição deixará de fazer parte do rol das estatais.
Em uma reunião com ministros, citada pelo ex-ministro Sergio Moro, Paulo Guedes teria defendido a venda do Banco do Brasil. A informação foi dada nesta sexta-feira, 15, na coluna da Bela Megale para o jornal O Globo.
Na reunião ministerial de 22 de abril citada por Sergio Moro, o ministro Paulo Guedes teria dito:
“Vamos vender logo a porra do Banco do Brasil”.
Para o ministro, o Ministério da Economia tem medidas para fornecer créditos às instituições financeiras, mas que isso não tem chegado às empresas. Além disso, segundo a coluna, Paulo Guedes teria falado que o BB é o que "deveria puxar a fila", por ter o governo como maior acionista.
Além disso, outra crítica do ministro ao Banco do Brasil seria o atraso da instituição na corrida tecnológica em relação aos demais bancos.
Conforme divulgado, além de todos os ministros do governo, também estavam presentes na reunião os presidentes do próprio Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.
"O governo do presidente Jair Bolsonaro não pretende privatizar o Banco do Brasil, Caixa e Petrobras", disse o Ministério da Economia.
No entanto, sindicalistas apontam um viés privatista por parte do presidente do BB, Rubem Novaes. Segundo o diretor do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), João Fukunaga, mesmo com lucros, a direção aposta na privatização.
"Esse crescimento de 41,2% contraria as recentes declarações do presidente do BB, Rubem Novaes, de que vai chegar o momento em que a privatização do banco será inevitável. Aliás, nunca vi um presidente jogar contra a própria empresa que preside desta maneira", comentou o diretor em fevereiro, após divulgação do lucro líquido ajustado do quarto trimestre de 2019.
Segundo fonte do alto escalação do BB, algumas questões burocráticas precisam ser resolvidas antes da abertura da seleção. Apesar disso, a fonte garantiu que o concurso está confirmado.
Ela, no entanto, não informou a oferta de vagas e a organizadora da seleção. Indagado se as provas serão aplicadas no primeiro ou no segundo semestre, a informação passada foi a de que “o cronograma ainda está sendo elaborado”.
A expectativa é que o BB possa anunciar, em breve, a distribuição das vagas pelos estados, bem como a instituição que irá aplicar as provas. As últimas seleções para o banco vêm sendo organizadas pela Fundação Cesgranrio, o que a torna favorita para ficar à frente desta seleção.
O cargo de escriturário exige apenas o nível médio e tem remuneração inicial de R$4.036,56, já incluindo auxílios-refeição e alimentação. A jornada é de 30 horas, ou seja, seis horas diárias. Além do auxílio-transporte, o BB oferece os seguintes benefícios:
Participação nos lucros (geralmente, paga duas vezes ao ano);
Planos de saúde e odontológico;
Previdência privada com participação do banco;
Auxílio-creche/babá; e
Auxílio ao filho com deficiência.
Vagas para escriturário da área de Tecnologia
Segundo o BB, a princípio, as vagas de escriturário serão para a área de Tecnologia. No entanto, não está descartada a possibilidade de também existir oportunidades para o escriturário genérico (tradicional).
O que diferencia basicamente o concurso para escriturário tradicional e o da área de TI é o programa e o peso dado às disciplinas das provas. Ou seja, independentemente do conteúdo, as habilidades e competências requeridas aos concorrentes às vagas serão as mesmas.
Comparando-se os conteúdos dos concursos de 2015 (último para escriturário tradicional) e o de 2018 (escriturário de TI), percebe-se que, no segundo edital, houve a inclusão da disciplina de Probabilidade e Estatística e a exclusão das matérias de Cultura Organizacional, Técnicas de Vendas e Atendimento.
Outro fator importante é que o conteúdo de Informática tornou-se mais amplo. Além disso, foi feita uma outra distribuição do número de questões por disciplinas.
Concurso 2015
Português (dez);
Raciocínio Lógico-Matemático (dez);
Atualidades do Mercado Financeiro (cinco);
Cultura Organizacional (cinco);
Técnicas de Vendas (dez);
Atendimento (dez);
Conhecimentos Bancários (dez);
Informática (cinco);
Inglês (cinco), e
Redação.
Concurso 2018
Português (cinco);
Inglês (cinco);
Matemática (cinco);
Atualidades do Mercado Financeiro (cinco);
Probabilidade e Estatística (20);
Conhecimentos Bancários (cinco);
Informática (25); e
Redação.
Se o programa da seleção de 2018 for mantido para o novo concurso, o ponto positivo, comparado ao edital de 2015, é a redução do número de disciplinas a serem estudadas: caiu de nove para sete.