Auxílio emergencial: Bolsonaro e Onyx preveem prorrogação

Benefício pode ser prorrogado, mas com valor abaixo de R$600

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Publicado em:25/05/2020 às 03:50
Atualizado em:25/05/2020 às 03:50

Tanto o presidente da República, Jair Bolsonaro, quanto o ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, afirmaram nos últimos dias que o auxílio emergencial pode ser prorrogado. No entanto, o valor deverá ser abaixo de R$600 (valor atual).

Na última sexta-feira, 22, Bolsonaro disse, em entrevista ao programa Pingos Nos Is da rádio Jovem Pan, que seria possível ter uma quarta e quinta parcela do auxílio "para ver se a economia pega". Atualmente, o benefício é pago pelo prazo de três meses.

"Conversei com o Paulo Guedes, que vamos ter que dar uma amortecida nisso daí. Vai ter a quarta parcela, mas não de R$600. Não sei quanto vai ser, R$300, R$400, e talvez tenha a quinta (parcela). Talvez seja R$200 ou R$300. Até para ver se a economia pega", disse o presidente.

No último domingo, 26, o ministro Onyx Lorenzoni disse que uma possível ampliação do auxílio emergencial de R$600 "está em estudo". Ele, no entanto, não respondeu o valor que seria estendido à população.

Já no dia 19 de maio, o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu a possibilidade de prorrogar o auxílio emergencial após as três parcelas previstas. Ele, porém, defende a redução gradual do valor do benefício e garante que o auxílio não deve ser permanente. 

Além disso, segundo o jornal O Globo, o ministro mencionou o valor de R$200 em uma reunião com empresários no dia 19. Durante o encontro, Paulo Guedes citou a necessidade de "suavizar a queda" do pagamento do auxílio.

"Ele falou da possibilidade de pensar em uma fórmula de trabalhar essa saída, uma forma de sair dessa situação sem desproteger as pessoas, na medida em que a crise de saúde também vai diminuindo", disse uma fonte que participou da reunião.

Vale lembrar que o valor de R$200 foi proposto pela equipe econômica do governo na versão original do auxílio emergencial. No Congresso, no entanto, houve a ampliação do benefício para R$500 e, logo após, foi fechado um acordo com o presidente Jair Bolsonaro para elevar a ajuda a R$600.

Segundo um interlocutor, Guedes teria dito que, se o auxílio fosse de R$200, daria para pagar por mais meses. O ministro também ressaltou que, na proposta inicial, eram esperados 30 milhões de beneficiários, no entanto, subiram o valor e o número de beneficiários (60 milhões).

Aprovado pela Câmara e pelo Senado, o auxílio emergencial de R$600 é uma renda básica que, atualmente, é paga pelo prazo de três meses para pessoas que ficaram sem rendimentos, como vendedores ambulantes, feirantes e outros trabalhadores informais.

Bolsonaro e Onyx falam em prorrogar auxílio emergencial (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
Bolsonaro e Onyx falam em prorrogar auxílio emergencial
(Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

 

Além do presidente e dos ministros, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também avalia ser possível a prorrogação do auxílio emergencial aos trabalhadores informais e mais vulneráveis, em razão da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).

Segundo ele, o auxílio foi fundamental para diminuir o impacto da crise nas famílias brasileiras, mas é necessário saber onde buscar recursos para prorrogar esse benefício.

"De onde vamos tirar dinheiro? Vamos debater para ter uma proposta e levar ao governo para que a gente encontre, pelo menos, parte desses recursos na estrutura de gastos que estão mal alocados. Temos que tomar cuidado", disse.

Caixa paga auxílio a 7,8 milhões nesta segunda, 25

A Caixa Econômica Federal libera, nesta segunda-feira, 25, novos lotes do auxílio emergencial, tanto da primeira parcela, para novos aprovados, quanto da segunda, para quem recebeu a anterior até o dia 30 de abril. Ao todo, o benefício será pago a 7,8 milhões de trabalhadores, segundo o banco.

Veja quem recebe nesta segunda, 25:

  • Segunda parcela: 5,2 milhões de trabalhadores nascidos em setembro e outubro e inscritos no Cadastro Único ou cadastrados através do aplicativo e do site, e que receberam a primeira parcela até 30 de abril;

 

  • Segunda parcela: 1,9 milhão de trabalhadores beneficiários do Bolsa Família cujo Número de Identificação Social (NIS) termina em 6;

 

Os trabalhadores podem consultar a situação do benefício pelo aplicativo do auxílio emergencial ou pelo site da Caixa.