Auxílio emergencial: Caixa prevê mudanças no pagamento da segunda parcela

40% dos trabalhadores já perderam toda ou parte da renda mensal

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Publicado em:07/05/2020 às 09:15
Atualizado em:07/05/2020 às 09:15

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, anunciou que haverá modificações no pagamento da segunda parcela do auxílio emergencial de R$600. O calendário para as novas liberações ainda não foi divulgado.

Segundo Guimarães, o pagamento deverá ser mais espaçado entre os dias. "No segundo pagamento, poderemos pagar de uma maneira diferente. Estamos debatendo com o Ministério da Cidadania. A maioria terá essa organização com data espaçadas", disse.

A primeira parcela foi liberada conforme o mês de nascimento dos beneficiários e, provavelmente, continuará seguindo essa ordem. O presidente contou que o segundo pagamento terá um planejamento melhor

Neste primeiro mês, o dinheiro foi sendo liberado conforme a Dataprev ia analisando as solicitações. "Em 20 dias, 50 milhões de brasileiros receberam, desde a montagem do aplicativo, análise do aplicativo e o pagamento efetivo", explicou Guimarães.

Ao todo, foram quase 100 milhões de inscritos para receber o benefício. Destes, 26 milhões não têm direito e 12 milhões estão com inconsistências no cadastros, mas, neste caso, poderão fazer uma nova solicitação.

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Ainda há um lote de 6 milhões de inscritos para ser analisado pela Dataprev. De acordo com Guimarães, assim que forem liberados estas análises, a Caixa fará o pagamento dos valores a quem tem direito em até dois dias úteis.

Por fim, o presidente da Caixa lembrou que o prazo para solicitação do auxílio emergencial vai até o dia 2 de julho. Os trabalhadores que tiverem direito ao benefício receberão os valores retroativos. 

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Auxílio emergencial
Auxílio emergencial pode ser solicitado até o dia 2 de julho
(Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

 

40% dos brasileiros já perderam toda ou parte da renda mensal

De acordo com uma pesquisa feita pela Confederação Nacional da Indústria, desde o início da pandemia, quatro em cada dez brasileiros já perderam o poder de compra. Entre os entrevistados, 23% perderam toda a renda e 17% tiveram redução no ganho mensal - totalizando 40%.

O medo de perder o emprego atinge 77% dos trabalhadores. Destes, a intensidade do medo é grande para 48%, média para 19% e pequena para 10%. De modo geral, nove em cada dez entrevistados consideram grandes os impactos da pandemia na economia brasileira.

O impacto na renda e o medo do desemprego fizeram com que 77% dos consumidores reduzissem o consumo. Apenas 23% não reduziram suas compras, em comparação ao hábito que tinham antes da pandemia. 

Em relação ao futuro, a maioria disse que planeja manter o mesmo patamar de compras adotado no isolamento. Segundo a CNI, essa tendência pode indicar que as pessoas não estão dispostas a retomar o nível de consumo que tinham antes.

Apesar das possíveis perdas econômicas, 86% dos brasileiros continuam favoráveis ao isolamento social. E a mudança de rotina, em diferentes níveis, já atingiu 93% da população.