Auxílio emergencial: equipe do governo já estuda prorrogar benefício
Mas, em nota, Ministério da Economia alertou que não será permanente
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Publicado em:13/05/2020 às 12:00
Atualizado em:13/05/2020 às 12:00
Na última segunda-feira, 11, durante uma transmissão ao vivo promovida pelo banco BTG Pactual, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse que o auxílio emergencial de R$600 poderá ser mantido após a pandemia.
Na ocasião, ele admitiu que o governo discute se o coronavoucher, como também é chamado o auxílio, e outras medidas de socorro deverão durar os três meses inicialmente planejados ou se deverão ser desmontadas gradualmente, num processo de transição para um novo modelo econômico.
Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, a principal justificativa para avaliar essa possibilidade é o fato de que ainda há muita incerteza sobre a evolução da pandemia.
Um dos caminhos que poderão ser tomados é a prorrogação gradativa do auxílio, a cada dois meses, de acordo com a evolução da situação de crise.
“Não podemos virar a chave e desligar tudo de uma hora para outra”, disse Carlos da Costa, referindo-se à possibilidade de manutenção do benefício no segundo semestre deste ano durante a entrevista. As informações foram compartilhadas pela própria Agência Brasil.
Economia diz que auxílio não pode ser permanente
No dia 12 de maio, após as declarações do secretário, o Ministério da Economia divulgou uma nota esclarecendo que o auxílio emergencial não será permanente. Caso contrário, o pagamento poderia comprometer a política fiscal do país.
"As despesas criadas neste momento de excepcionalidade não devem ser transformadas em permanentes para não comprometer a recuperação das contas públicas a partir de 2021 e nem a trajetória sustentável da dívida pública."
Mas o Governo Federal não esclareceu se realmente avalia estender a concessão do auxílio, ainda que não seja de forma permanente.
Vale lembrar que o coronavoucher, a princípio, é pago em três parcelas de R$600 (ou R$1.200 no caso de mães solteiras). A última é prevista para o mês de junho.
Na transmissão ao vivo, o secretário Carlos da Costa ainda disse que, caso o benefício permaneça, o governo terá de estudar uma forma de financiá-lo e de mantê-lo.
Segundo informações da Agência Brasil, ele chegou a declarar que o governo pode desmontar o auxílio emergencial gradualmente, conforme as medidas de recuperação econômica ou as reformas estruturais prometidas pelo governo antes de a pandemia entrar em vigor.
Secretário ainda disse que outros benefícios podem ser mantidos
Não se limitando a falar sobre o auxílio emergencial durante a entrevista, o secretário também disse que a equipe econômica estuda a continuidade de outras ações tomadas pelo governo.
“Talvez alguns programas tenham vindo para ficar”, disse, mas sem detalhar quais outros programas seriam esses.
Costa indicou que medidas de apoio e de desoneração das empresas possam ser mantidas. Para ele, o “novo normal” da economia brasileira será um cenário com “menos ônus” sobre os empregadores.