Auxílio emergencial: já são duas semanas sem novos pagamentos

Cerca de 17 milhões de brasileiros aguardam liberação da primeira parcela

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Publicado em:14/05/2020 às 12:30
Atualizado em:14/05/2020 às 12:30

Nesta quinta-feira, 14, completam duas semanas sem novos pagamentos do auxílio emergencial. Em contrapartida, quase 17 milhões de brasileiros ainda aguardam a aprovação para ter direito ao benefício. 

Até as 12h da última terça-feira, 12, o balanço divulgado pela Caixa Econômica Federal apontava que 50 milhões haviam recebido o crédito. Mas, para essas pessoas, a segunda e terceira parcela são uma incógnita. 

Acontece que o calendário de pagamentos das próximas parcelas ainda não foi divulgado. O último prazo dado pelo Ministério da Cidadania era na sexta-feira da semana passada, no dia 8, mas não foi cumprido.

Auxílio emergencial: anúncio do calendário de pagamentos é adiado

Segundo Onyx Lorenzoni, ministro da Cidadania, o cronograma está pronto, porém aguarda aprovação do presidente Jair Bolsonaro. O ministro disse também que as datas seriam divulgadas pelo próprio presidente até o início desta semana, mas, outra vez, não aconteceu.

Apenas os beneficiários do Bolsa Família têm data para receber, já que os pagamentos seguem o calendário do próprio benefício. Inicialmente, o governo previa os pagamentos nas seguintes datas:

  • Segunda parcela - 27 a 30 de abril;
  • Terceira parcela - 26 a 29 de maio.

 

Houve o anúncio de antecipação da segunda parcela para os dias 23 a 29 de abril, porém o governo voltou atrás na decisão. Na última segunda-feira, 11, o vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Paulo Henrique Angelo, disse que o banco aguardava o novo calendário para detalhar como serão feitos os pagamentos.

 

Auxílio Emergencial - R$600
Caixa não libera novos pagamentos há duas semanas
(Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

 

Equipe do governo estuda prorrogar benefício

Na última segunda-feira, 11, durante uma transmissão ao vivo promovida pelo banco BTG Pactual, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, disse que o auxílio emergencial de R$600 poderá ser mantido após a pandemia. 

Na ocasião, ele admitiu que o governo discute se o beneficio e outras medidas de socorro deverão durar os três meses inicialmente planejados ou se deverão ser desmontadas gradualmente, num processo de transição para um novo modelo econômico. 

No dia seguinte, o Ministério da Economia divulgou nota informando que o benefício não será permanente. Mas outras fontes da equipe econômica do governo teriam admitido que há um estudo para prorrogar a medida. 

Segundo informações publicadas pelo jornal O Globo, a principal justificativa para avaliar essa possibilidade é o fato de que ainda há muita incerteza sobre a evolução da pandemia. Um dos caminhos que poderão ser tomados é a prorrogação gradativa do auxílio, a cada dois meses, de acordo com a evolução da situação de crise.

“Não podemos virar a chave e desligar tudo de uma hora para outra”, disse Carlos da Costa, referindo-se à possibilidade de manutenção do benefício no segundo semestre deste ano durante a entrevista. 

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